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Publicada em 27 de Agosto de 2024 às 18:28

Porto Alegre tem mais de 70 mil postes com fios em desuso

Entre a avenida Ipiranga e a rua Sebastião Leão, há 15 postes com emaranhados de fios

Entre a avenida Ipiranga e a rua Sebastião Leão, há 15 postes com emaranhados de fios

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Paralisada devido às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, a força-tarefa para retirada dos fios em desuso em Porto Alegre retornou às atividades no mês de julho, por meio de uma empresa credenciada, a Flatnet Provedor de Acesso à Internet. A partir desta quarta-feira (28), as equipes da prefeitura retomam o recolhimento de cabos e fios caídos na rua Tenente Arizoly Fagundes, no bairro Restinga.A retirada dos fios em desuso, tanto de energia quanto de telecomunicações, trata-se de uma demanda antiga da cidade e exige continuidade. Desde o início da operação, em janeiro, até o momento, foram recolhidos 50 toneladas de fios e cabos - o equivalente a 80 quilômetros de vias percorridas. Conforme a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSurb), 70 mil postes estão com fios em desuso em Porto Alegre. “Eles vieram e tiraram um pouco dos fios, mas as companhias colocam cada vez mais e fica tudo atirado pelas ruas. Para passar com o carro, precisei amarrar os fios”, mostra a morador Lauri Topolski, que está há 20 anos na rua Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa. O local foi o primeiro a receber a força-tarefa, ainda no começo deste ano. Atualmente, no trecho entre a avenida Ipiranga e a rua Sebastião Leão há 15 postes com emaranhados de fios, além de cabos soltos durante o trajeto.
Paralisada devido às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, a força-tarefa para retirada dos fios em desuso em Porto Alegre retornou às atividades no mês de julho, por meio de uma empresa credenciada, a Flatnet Provedor de Acesso à Internet. A partir desta quarta-feira (28), as equipes da prefeitura retomam o recolhimento de cabos e fios caídos na rua Tenente Arizoly Fagundes, no bairro Restinga.

A retirada dos fios em desuso, tanto de energia quanto de telecomunicações, trata-se de uma demanda antiga da cidade e exige continuidade. Desde o início da operação, em janeiro, até o momento, foram recolhidos 50 toneladas de fios e cabos - o equivalente a 80 quilômetros de vias percorridas. Conforme a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSurb), 70 mil postes estão com fios em desuso em Porto Alegre.

“Eles vieram e tiraram um pouco dos fios, mas as companhias colocam cada vez mais e fica tudo atirado pelas ruas. Para passar com o carro, precisei amarrar os fios”, mostra a morador Lauri Topolski, que está há 20 anos na rua Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa. O local foi o primeiro a receber a força-tarefa, ainda no começo deste ano. Atualmente, no trecho entre a avenida Ipiranga e a rua Sebastião Leão há 15 postes com emaranhados de fios, além de cabos soltos durante o trajeto.
 
Morador da rua Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa, teve de amarrar os fios para conseguir passar com o carro | THAYNÁ WEISSBACH/JC
Morador da rua Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa, teve de amarrar os fios para conseguir passar com o carro THAYNÁ WEISSBACH/JC
A mesma situação se repete em outros pontos da cidade. Na tarde desta terça-feira (27), no bairro Bom Fim, na esquina da rua Castro Alves com a Ramiro Barcelos, um negócio de telecomunicações realizava a instalação de fios, ao mesmo tempo em que uma empresa de energia atuava no local. Na esquina entre as ruas, três postes estavam com os fios enredados. “Eles vieram, fizeram fotos e a situação piorou. Todos os dias tem alguma empresa tecnológica colocando mais fios e deixando os cabos soltos”, lamenta o morador José Roberto Torres Machado, que reside há 23 anos no local.

O primeiro lote de material recolhido na força-tarefa, com duas toneladas de fios, foi destinado para a empresa Trade Brasil Recicle, de Cachoeirinha, que venceu o edital da prefeitura e comprou o montante por R$ 1,67 mil. Desde julho, os equipamentos ficam com a credenciada Flatnet. A empresa, no entanto, é beneficiada a partir do aproveitamento dos fios.
“Chamamos todas as empresas que quisessem fazer parte do mutirão para recolher os fios, elevar aqueles que estão a menos de três metros de altura e eliminar os riscos. Nossas equipes voltam nesta quarta e estamos avisando as empresas”, reforça o secretário da SMSurb, Assis Arrojo.

O roteiro das regiões é realizado com base nas reclamações registradas pela Central de Atendimento ao Cidadão 156. A partir disso, é feito um mapa das regiões mais críticas. No radar da prefeitura para os próximos meses estão a região Extremo Sul, o bairro Jardim Botânico e o Morro da Cruz.

Processo judicial pede manutenção das estruturas

De janeiro até o momento, foram recolhidas 50 toneladas de fios

De janeiro até o momento, foram recolhidas 50 toneladas de fios

THAYNÁ WEISSBACH/JC
A remoção dos cabos de Porto Alegre passa, inclusive, por um processo judicial da prefeitura da Capital contra a CEEE Equatorial e as operadoras de telecomunicações. A audiência de conciliação foi designada pela 20ª Vara Cível e de Ações Especiais da Fazenda Pública, onde tramita a ação ajuizada em março pela Procuradoria-Geral do Município (PGM) contra a empresa de energia elétrica e as quatro maiores operadoras.

“Estamos com a juíza e o promotor, fazendo um trabalho de laboratório, onde todas as empresas estão buscando uma solução”, ressaltou o secretário Assis Arrojo. O município recorreu ao Judiciário para pedir que as empresas sejam condenadas a fazer a imediata inspeção e manutenção dessas redes, além de apresentar relatórios periódicos. Pede ainda que as empresas sejam condenadas por danos morais coletivos e difusos em valor superior a R$ 11 milhões.

A CEEE Equatorial, em nota, ressaltou que está colaborando na busca de uma solução possível, de acordo com suas responsabilidades. “Em apoio aos envolvidos, a distribuidora participa regularmente de mutirões, em parceria com a prefeitura dos municípios e companhias de telecomunicações, que tem como objetivo remover a fiação de telefonia, internet e TV que esteja fora de padrão ou prejudicando pedestres e motoristas”.

O grupo ainda esclarece que os postes são utilizados como compartilhamento de infraestrutura de uso mútuo entre a distribuidora e as empresas prestadoras de serviço de telecomunicações, que são responsáveis pela manutenção e padronização de seus cabos e que devem manter suas redes de acordo com as normas técnicas vigentes.

As demais empresas não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

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