Mais de dois meses após a cheia do Guaíba, Porto Alegre ainda enfrenta as consequências do evento climático extremo. Desde o final de abril, o Condomínio Edifício Rua da Praia, próximo à Praça da Alfândega, no Centro Histórico, sofre com a falta de energia elétrica. Atingido pela enchente, o local tem dependido de geradores há mais de 29 dias para manter suas salas comerciais em funcionamento.
O prédio, que possui 15 andares, todos com duas salas, teve a energia cortada no dia 30 de abril. Posteriormente, viveu mais de um mês "no escuro" e, somente no dia 12 de junho, a CEEE Equatorial, responsável pelo abastecimento da região, disponibilizou os geradores.
De acordo com o síndico do edifício comercial, Cristiano Ferreira, a comunicação com a empresa de energia tem sido conturbada, marcada por "informações vagas e prazos que não se cumprem". Para ele, os profissionais ainda não conseguiram identificar o que de fato ocorreu com a rede.
"A CEEE nos dá prazos, mas não cumpre. Quando questionamos, eles não explicam o que está sendo feito. A impressão que fica é de que eles ainda não possuem conhecimento sobre o que originou esse transtorno e nem qual o local que precisa passar por manutenção", lamenta.
Ainda segundo Ferreira, a situação é semelhante em diversos outros imóveis do Centro. "A região está abandonada e descuidada. Não é somente o nosso prédio, cito aqui o Condomínio Edifício Santa Cruz, também da Rua das Andradas, como exemplo. O coração pulsante da nossa cidade está negligenciado e não temos previsão de quando a situação será normalizada", continua.
A indignação do síndico é reflexo de uma semana de complicações no prédio. Durante a manhã da última terça-feira, o gerador que operava no local parou de funcionar e precisou ser trocado. Já ontem, o novo equipamento apresentou problemas e foi desligado para conserto.
"Essa energia provisória nos deixa totalmente vulneráveis, pois não há nenhuma garantia de que ela não vá se desestabilizar a qualquer momento. A CEEE até custeia os geradores, mas essa semana um estragou por falta de manutenção preventiva deles, por exemplo...Naquele momento, tivemos que mandar todos os funcionários para casa e fechar os estabelecimentos", completa.
A reportagem tentou contato com a CEEE Equatorial, mas não recebeu retorno até o fechamento desta matéria.