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Publicada em 01 de Maio de 2024 às 18:36

Serra Gaúcha registra os maiores volumes de chuva da história

Vários acessos de rodovias estão bloqueados na região serrana, como na cidade de Flores da Cunha

Vários acessos de rodovias estão bloqueados na região serrana, como na cidade de Flores da Cunha

/PREFEITURA DE FLORES DA CUNHA/DIVULGAÇÃO/JC
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Roberto Hunoff
Roberto Hunoff Jornalista
Os municípios da Serra Gaúcha estão registrando índices históricos de precipitação desde o sábado (27), quando as chuvas começaram a cair sobre a região. Os maiores volumes tiveram início no final da tarde de segunda-feira e estenderam-se, com raros momentos de pausa ou redução, durante a terça e quarta-feira. Em Caxias do Sul, o pluviômetro do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), localizado junto à Estação de Tratamento de Água Parque da Imprensa, apontou 432,22 milímetros, quase o triplo da média histórica para abril.
Os municípios da Serra Gaúcha estão registrando índices históricos de precipitação desde o sábado (27), quando as chuvas começaram a cair sobre a região. Os maiores volumes tiveram início no final da tarde de segunda-feira e estenderam-se, com raros momentos de pausa ou redução, durante a terça e quarta-feira. Em Caxias do Sul, o pluviômetro do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), localizado junto à Estação de Tratamento de Água Parque da Imprensa, apontou 432,22 milímetros, quase o triplo da média histórica para abril.
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As chuvas, que devem seguir fortes nesta quinta-feira, provocam caos na maioria das cidades, que estão enfrentando deslizamentos de terras, quedas de árvores, transbordamento de rios e arroios, alagamento e destelhamento de casas. O problema se agrava diante dos bloqueios totais ou parciais dos principais acessos rodoviários dentro dos municípios e entre eles.

O deslocamento de Caxias do Sul para Porto Alegre, por exemplo, precisa ser feito pela Rota do Sol, a RS-452, com destino a São Francisco de Paula, e daí até Taquara, ou seguir até a BR-101. O tempo de viagem praticamente dobra, superando quatro horas. No final da tarde desta quarta, houve interrupção do trânsito em função do rompimento de adutora que atravessa a via. No início da noite, a via foi liberada.

A situação deve-se aos bloqueios na BR-116, em três pontos, na Região de Galópolis, em Caxias do Sul, por queda de barreiras, que impedem o acesso até a ERS-452, que leva até a RS-122. A Estrada do Vinho, via alternativa até a rodovia estadual, também está bloqueada. A BR-116 ainda tem interrupções em Nova Petrópolis e Picada Café, ambas em consequência das chuvas de setembro do ano passado.

A saída pela ERS-122 também está inviabilizada pelo bloqueio entre Nova Milano, em Farroupilha, e São Sebastião do Caí. Também há bloqueios na ERS-446, entre Carlos Barbosa e São Vendelino. A BR-470, que poderia ser outra opção, tem bloqueios em Carlos Barbosa e Barão.

Seguir para o centro do País também terá de ser feito exclusivamente a partir da Rota do Sol até a BR-101. A BR-116 tem bloqueios entre São Marcos e Caxias do Sul e São Marcos com Campestre da Serra, provocados por queda de barreiras e pista submersa por água. A alternativa pela RS-122, passando por Flores da Cunha e Ipê, também está bloqueada em dois pontos.

A situação forçou empresas de transporte de passageiros a suspenderem as viagens, caso do Expresso Caxiense, para Porto Alegre. Operadoras que usam a BR-116 para destinos em outros estados estão sendo obrigadas a seguir para Bom Jesus, via Rota do Sol, e depois Vacaria para retomar o trajeto normal, aumentando a viagem em mais de três horas.
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Nas áreas urbanas, as cidades trabalham na desobstrução de galerias e esgotos para garantir o fluxo das águas, além da retirada de pedras que deslizaram sobre as ruas. Em Caxias do Sul foi registrado o destelhamento de casas, exigindo a distribuição de 1 mil metros de lonas. A Represa Samuara, que abastece 2% da população, transbordou. No interior, a situação é mais crítica, com deslizamentos de terra, transbordamento de arroios, com prejuízos ainda não calculados à produção agrícola e destruição de pontes.

Prefeitos da região serrana definem momento como 'dramático'

O prefeito Adiló Didomenico definiu este como o pior momento dos eventos climáticos em Caxias do Sul. "Temos que ter serenidade e trabalhar em pontos críticos, mas principalmente cuidar das pessoas neste momento”, afirmou.

O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira publicou vídeo nas redes sociais apelando para que pessoas residentes nas proximidades da Barragem 14 de Julho deixem suas residências e busquem abrigo em casas de familiares ou amigos ou em espaços públicos. A informação repassada ao prefeito é de que existe a ameaça de rompimento da barragem.

A prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo, fez o mesmo apelo diante do aumento acelerado das águas do Rio Taquari, que já alcançou a área central do município, que foi um dos que mais sofreu na enchente de setembro. Até o final da tarde de quarta não havia informação de desabrigados e nem de feridos nos principais municípios da Serra.

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