Estudo do Observatório Sesi da Educação, finalizado em outubro, aponta que, até 2040, haverá um déficit de 10 mil professores no Rio Grande do Sul. Na busca por soluções para o desafio que a escassez destes profissionais representam ao futuro do Estado, o Pacto pela Educação realizou um evento na manhã desta sexta-feira (17) para debater o tema na sede do Instituto SESI de Formação de Professores, em Porto Alegre.
Nesse sentido, a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS (Sict), Simone Stülp, apresentou o Programa Professor do Amanhã. Por meio do projeto, serão concedidas 1 mil bolsas para formação de docentes em cursos de licenciatura. O programa, coordenado pelo Gabinete de Projetos Especiais (GPE) – que tem à sua frente o vice-governador Gabriel Souza – é executado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict).
“A iniciativa oferecerá R$ 800 mensais aos alunos e R$ 800 para a instituição comunitária de ensino superior como forma de custeio da vaga. A previsão é de que o programa receba R$ 76,8 milhões em investimentos em quatro anos”, destacou a titular da pasta.
Para a secretária da Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, se o modelo de formação continuada não for mudado, a sociedade seguirá repetindo os mesmos erros: “A gente quer estimular que o professor construa um projeto de vida profissional ao longo ao longo do exercício do magistério. Mas esse caminho tem que estar atrelado ao que ele faz na sala de aula e ao seu desempenho. O segundo desafio, na sua avaliação, é estimular as universidades a desenvolverem pesquisa sobre este assunto”.
O superintendente do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), Juliano Colombo, defendeu que a discussão seja mais focada. “Em relação à problemática da educação, se a gente atirar para tudo quanto é lado, não vamos acertar nada. Talvez a espinha dorsal desse problema seja a questão dos professores, este deve ser o nosso alvo. Este é o nosso tema convergente”, resumiu Colombo.
Outros dados importantes do estudo
- As projeções apontam que o RS terá um quadro de 83.783 docentes em atividade em 2040, mas a demanda de alunos exigirá que esse contingente seja de 94.137 professores – o que configura um déficit de 10.354 profissionais nas redes pública e privada.
- Entre as principais causas deste declive está o desinteresse pela carreira docente. No período entre 2010 e 2021, observa-se uma queda no número de ingressantes, matrículas e concluintes na ordem de 59,91%, 48,37% e 59,25%, respectivamente. Diante disso, a oferta, especialmente nas instituições de Ensino Superior privadas, apresentaram uma redução de 48,38% dos cursos nas áreas de licenciatura neste período.
- O encolhimento no quadro de professores no Estado também passa pela remuneração. De acordo com os dados de 2021 da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), ele ganha em média R$ 4.024,00 no RS.
- A taxa de evasão dos cursos de licenciatura e o envelhecimento dos profissionais da categoria – em 2022, aproximadamente 58,86% dos professores tinham 40 anos ou mais, sendo que o percentual dos profissionais na faixa etária é de 8,39% – engrossam a lista dos indicadores negativos.
- A taxa de evasão dos cursos de licenciatura e o envelhecimento dos profissionais da categoria – em 2022, aproximadamente 58,86% dos professores tinham 40 anos ou mais, sendo que o percentual dos profissionais na faixa etária é de 8,39% – engrossam a lista dos indicadores negativos.