Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

CLIMA

- Publicada em 27 de Setembro de 2023 às 19:14

Enchente em Porto Alegre atinge população que vive nas ilhas

Nas região, casas estão sendo abandonadas, comércios e escolas permanecendo fechados e algumas ruas encontram-se inacessíveis por veículos comuns

Nas região, casas estão sendo abandonadas, comércios e escolas permanecendo fechados e algumas ruas encontram-se inacessíveis por veículos comuns


EVANDRO OLIVEIRA/JC
Com o Guaíba registrando sua maior cheia desde a enchente de 1941, a região das Ilhas, em Porto Alegre, se vê cada vez mais devastada pelas águas do lago e seus afluentes. Com isso, casas estão sendo abandonadas, comércios e escolas permanecem fechados e algumas ruas encontram-se inacessíveis por veículos comuns. Até mesmo os principais pontos de acesso às ilhas estavam bloqueados.
Com o Guaíba registrando sua maior cheia desde a enchente de 1941, a região das Ilhas, em Porto Alegre, se vê cada vez mais devastada pelas águas do lago e seus afluentes. Com isso, casas estão sendo abandonadas, comércios e escolas permanecem fechados e algumas ruas encontram-se inacessíveis por veículos comuns. Até mesmo os principais pontos de acesso às ilhas estavam bloqueados.
Na Ilha da Pintada, o último levantamento realizado pela prefeitura da Capital, às 10h, apontava que o nível do Guaíba estava em 2,92m na região, 72cm acima da cota inundação. Devido aos alagamentos, todas as Unidades de Saúde do Bairro Arquipélago estiveram fechados durante esta quarta.
Até mesmo um dos principais pontos de abrigo para desalojados, a Escola Estadual Alvarenga Peixoto, na Ilha dos Marinheiros, precisou ser desativada pela invasão da água. A solução da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC) foi realocar as pessoas no ginásio do Demhab. Segundo o presidente da FASC, Cristiano Roratto, a prefeitura continuará observando atentamente a situação e prestando apoio aos moradores das áreas atingidas.
"Paralelo à Operação Inverno, há mais de 20 dias estamos atuando para garantir o atendimento humanizado às famílias atingidas pelas enxurradas. As equipes e parceiros acompanham em quatro abrigos da cidade, para amenizar o sofrimento de famílias inteiras, mesmo nesse cenário de dificuldades”, salienta.
Ainda do lado de fora do ginásio, Ivone Mello, de 66 anos, estava acompanhada de sua filha e da neta. Moradoras da Ilha das Flores, a família teme pelo futuro mesmo quando as águas baixarem. “Perdemos tudo. A perspectiva para quando sairmos daqui é encontrar uma nova casa, novos materiais. Precisamos pelo menos do suficiente para cozinhar, mas a realidade é recomeçar tudo do zero”, lamenta a aposentada.
Enquanto muitas pessoas já estão encaminhando-se para os abrigos montados pela Defesa Civil, outras recusam-se a sair de sua casa. Esse é o caso de José Carlos, de 74 anos, morador da Ilha Grande dos Marinheiros há 51 anos. Aos olhos do aposentado, as costumeiras cheias do Guaíba nunca afetaram tanto a região, mesmo que sua casa em si não tenha sido atingida. Morando sozinho, ele utiliza um barco de pesca para se locomover dentro da Ilha.
Infelizmente, realidades como a de José e de Ivone tornaram-se comuns para os moradores do Bairro Arquipélago nos últimos dias e, a falta de perspectiva, é o que mais assusta a todos. Para auxiliar a população, a Defesa Civil de Porto Alegre está fiscalizando a região para, dessa forma, estarem presentes em casos de emergência.