O fenômeno climático que atingiu o Rio Grande do Sul nas últimas semanas foi marcado pelos desastres que deixou por onde passou. Na cidade de Porto Alegre, regiões das ilhas e bairros, em especial na zona sul, tiveram ruas e residências inundadas, água jorrando por bocas de lobo nas ruas, destruição de estruturas e inúmeras perdas materiais. O lago Guaíba teve a terceira maior alta de sua história, atingindo 2,70m na manhã de quinta-feira (14).
Por conta disso, o prefeito Sebastião Melo (MDB) anunciou na quinta que o município de Porto Alegre entrou situação de emergência, o que foi confirmado nesta sexta na publicação do Diário Oficial Do Município. O documento descreve que tal medida foi tomada em "virtude desastre classificado e codificado como Chuvas intensas".
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No decreto, são citadas as chuvas, a grande danificação das vias públicas que prejudicam a circulação, o impacto em comunidades residentes em áreas de risco e de alta vulnerabilidade e os danos materiais e os prejuízos econômicos e sociais, além de reconhecer o auxílio dado pelo poder público - em auxílio de resgate, disponibilidade de aparatos e de abrigos, mas que ainda não foi capaz de atender todas as demandas resultantes dos temporais. De acordo com a prefeitura, cerca de 60 pessoas estão sob abrigo na capital.
Como anunciado pelo prefeito, nesta quinta-feira (14), a emissão do alerta pode facilitar compras de reposição de itens danificados. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), responsável junto da Defesa Civil por acompanhar os impactos das chuvas, diz estar em alerta em relação aos níveis de água, em especial no Guaíba e, caso necessário, irá a fechar as comporta, mas ressalta que está sob controle no momento.
O decreto caracteriza a emergência de nível 1, e autoriza atuação de órgão municipais, junto da Defesa Civil, para auxílio, assim como a convocação de força voluntária e de realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade. O decreto tem validade máxima em até 180 dias após a publicação - até 13 de março de 2024 - caso o estado de emergência não seja derrubado e exige revisão após este período.
Sebastião Melo comentou, na quinta-feira, que não há como comportar todas as chamadas, e que a prefeitura segue atendendo as emergências mais graves e que “não basta acolher, é preciso restaurar o espaço público”.