"Os modelos matemáticos previram as chuvas, em intensidade, mas não previram o volume de cerca de 300 milímetros nas diversas bacias hidrográficas da zona Norte do Estado, da Região Noroeste, da Região Serrana, do Vale do Taquari – este que foi mais afetado.” A análise foi feita pelo governador Eduardo Leite em entrevista ao programa Em Pauta, da GloboNews, no dia 6 de setembro. Segundo ele, os modelos matemáticos de previsão do tempo de institutos meteorológicos não indicavam o volume de chuva que atingiu o estado nos últimos dias.
• LEIA MAIS: "Será reconstruído muito antes do que imaginam", garante Leite sobre municípios atingidos no RS
A chuva dos últimos dias causou a destruição nas cidades do Vale do Taquari e resultou em mais de 40 mortes, além de deixar sete mil desalojados e 25 pessoas desaparecidas. Leite afirmou que o sistema de alertas da Defesa Civil estadual funcionou adequadamente. Segundo ele, na iminência do desastre natural, foram emitidos 48 alertas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), 19 avisos para as Comissões da Defesa Civil e 17 alertas via SMS para a população.
Porém, a MetSul Meteorologia afirma que a declaração do governador, infelizmente, não procede. Em nota, a instituição afirma que o momento no Rio Grande do Sul é de união de esforços de todos os gaúchos para apoiar e socorrer as vítimas da terrível catástrofe que se abateu sobre as comunidades do Vale do Taquari e do Norte do Estado. Os esforços devem se concentrar nas pessoas e nas iniciativas para a retomada de um mínimo de normalidade.
A MetSul Meteorologia afirma que foi o único instituto de previsão do tempo a advertir para a possibilidade de volumes de chuva acima de 300 mm na Metade Norte no começo do mês de setembro. "Como em junho tinha sido o único a alertar para a chuva extrema de 350 mm no Litoral Norte no ciclone. Como em fevereiro último emitiu a única previsão de chuva de 500 mm a 700 mm no Litoral Norte de São Paulo, prognóstico que foi reputado como “impossível” por especialistas ouvidos na mídia", diz o comunicado da MetSul.
Na nota, o instituto de meteorologia destaca que no dia 31 de agosto, cinco dias antes da catástrofe, o publicou alerta com o título: “Setembro começa com chuva extrema, onda de tempestades e enchentes”. O aviso trazia projeção de modelo de 300 mm a 500 mm na Metade Norte e advertência de que poderia chover mais de 300 mm.
No dia 1º de setembro, 72 horas antes do desastre, novo alerta sob o título "Alerta: chuva virá com volumes excepcionais de até 300 mm a 500 mm". O texto dizia que "o cenário de precipitação para estes primeiros dez dias de setembro não tem precedentes nos últimos anos, e acrescentava que os acumulados de precipitação em algumas cidades gaúchas somente durante os primeiros dez dias do mês podem atingir praticamente a média histórica de chuva de toda a primavera” e enfatizava que "a situação foge ao convencional".
Segundo a MetSul, as previsões foram baseadas na experiência dos profissionais de até 40 anos no ramo meteorológico e nas ferramentas de previsão do tempo que a empresa investiu nos últimos anos que incluem modelos próprios e os de maior índice de acerto do mundo, considerados "padrão ouro" na ciência meteorológica.


Facebook
Google
Twitter