Os médicos credenciados ao IPE-Saúde, cerca de 7 mil profissionais no Rio Grande do Sul, vão paralisar os atendimento por três dias na próxima semana. Dessa forma, não serão realizadas consultas e nem procedimentos hospitalares eletivos pelo convênio durante os 10, 11 e 12 de abril. Os profissionais de saúde farão apenas o atendimento das urgências e emergências. A decisão dos médicos credenciados ao instituto ocorreu durante assembleia geral realizada no Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), em Porto Alegre.
O presidente do Simers, Marcos Rovinski, afirma que a deliberação dos mais de 200 participantes da assembleia é um alerta para o governo do Estado, que se comprometeu em enviar uma proposta até o final de março, mas não cumpriu. "Os médicos estão preocupados com a situação e querem negociar, mas é preciso que o governo mostre algum movimento de que será feita uma proposta de reajuste dos honorários médicos e hospitalares, sem reajuste há 12 anos”, ressalta Rovinski. Uma nova reunião com a Casa Civil deverá ser realizada no dia 12 de abril, quando a categoria aguarda um posicionamento sobre a reestruturação da autarquia. No site do Simers (simers.org.br), os médicos podem, também, deliberar pela possibilidade de descredenciamento ou licenciamento junto ao IPE-Saúde.
O IPE-Saúde conta com mais de 7 mil médicos credenciados, o que representa cerca de 20% dos profissionais no Rio Grande do Sul, que atendem um milhão de usuários. Desde a primeira assembleia, que ocorreu no dia 2 de março, o Simers já realizou 15 reuniões com os médicos credenciados do interior, para definir os rumos da categoria referentes à crise do IPE-Saúde.
O passivo da autarquia, responsável por atender mais de 1 milhão de pessoas, é de R$ 250 milhões. O déficit mensal registrado em 2022 foi R$ 36 milhões, em média. Para evitar que aumente e encontrar alternativas para o futuro do instituto, o governo estadual montou um grupo de trabalho para tratar de questões que envolvem contribuições dos segurados e dependentes, até a necessidade de repactuação dos contratos de prestação de serviços entre médicos e o IPE Saúde. O resultado deste trabalho, de acordo com a Casa Civil e a secretaria do Planejamento e Gestão, será apresentado às entidades médicas no final deste mês.
Além do presidente Marcos Rovinski e do vice-presidente Marcelo Matias, a assembleia contou com representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Conselho Regional de Medicina (Cremers) e da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs). Por meio de nota enviada ao Jornal do Comércio, o IPE-Saúde se pronunciou.
"O IPE Saúde salienta que vem atuando em medidas visando à valorização do profissional médico. Além disso, o governo do Estado e o Instituto estão trabalhando em um amplo projeto de reestruturação, que será apresentado à sociedade, servidores e prestadores no mês de abril. Os usuários do IPE Saúde podem localizar médicos, hospitais e demais tipos de prestadores credenciados no guia médico hospitalar ou no pelo site. Hoje, há um total de 6.466 médicos, 244 hospitais, 660 laboratórios e 54 pronto socorros credenciados ao IPE Saúde em todo o Estado", diz o texto.


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