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Geral

- Publicada em 30 de Junho de 2021 às 13:14

Gabinete de Crise reforça alerta para Cachoeira do Sul após alta na taxa de mortes por Covid

Prefeitos da região apontaram que Cachoeira do Sul não tem seguido as orientações do gabinete

Prefeitos da região apontaram que Cachoeira do Sul não tem seguido as orientações do gabinete


Marília Bissigo/Ascom SES/Divulgação/JC
Atualizada às 15h58min de 30/06/2021
Atualizada às 15h58min de 30/06/2021
Pela segunda vez, o Gabinete de Crise do governo do Estado convocou prefeitos, associações regionais e membros do comitê regional da região de Cachoeira do Sul para uma reunião específica de alinhamento do plano de ação implementado. O alerta foi reforçado devido à elevação na taxa de mortes por Covid na região.
Desta vez, a reunião, que ocorreu nesta quarta-feira (30) por meio de videoconferência, contou com a participação de promotores do Ministério Público (MP) dos municípios que compõem a região.
Encontros específicos com as regiões estão ocorrendo neste mês de junho, na medida em que o monitoramento diário de dados, feito pelo GT Saúde e pelo GT Protocolos, concluiu que as medidas adotadas nas regiões com alerta dentro do Sistema 3As de Monitoramento não estão sendo suficientes para frear o contágio.
A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, coordena as reuniões, com participação do secretário de Articulação e Apoio aos Municípios, Luiz Carlos Busato, e do procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles.
“Precisamos pactuar o que é preciso ser feito pelo comitê técnico regional em relação ao plano de ação, com medidas mais duras para que a região possa melhorar os indicadores, uma vez que ela está nos preocupando muito”, reforçou a titular da saúde.
Cachoeira do Sul apresentou, nos últimos dias, uma leve queda no número de casos, mas os registros são ainda bastante superiores à média estadual. É a quarta pior incidência de casos no Estado, bem acima da média estadual.
Além disso, tem a maior taxa de mortalidade na última semana, maior que o dobro da taxa do Estado, e a maior taxa de ocupação de leitos de UTI entre todas as regiões. A região de Cachoeira do Sul recebeu alerta em 18 de maio e, desde então, recebeu seis alertas. 
“Se nada for feito, não vamos conseguir reduzir o número de casos, de internações e de óbitos na região. E, se a variante Delta chegar hoje ao Rio Grande do Sul, a região de Cachoeira não terá retaguarda necessária para acolher os pacientes com Covid-19, correndo risco de colapso total hospitalar”, alertou Arita. Por enquanto, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) ainda não registrou casos de coronavírus causados pela variante indiana.
De acordo com a promotora de Justiça de Cachoeira do Sul, Débora Jaeger Becker, o Ministério Público observou que, desde os primeiros alertas, as medidas na região de Cachoeira do Sul foram apenas flexibilizadas e não enrijecidas, conforme orientação do Gabinete do Crise.
“Muito nos preocupa a discrepância entre a realidade técnica, embasada em dados, e as práticas adotadas pela região”, destacou.
Os prefeitos da região apontaram que o município de Cachoeira do Sul não tem seguido as orientações acordadas no plano de Ação. Sendo assim, o coordenador do Gabinete de Crise, Marcelo Alves, convocou uma reunião com o prefeito José Otávio Germano para esta quinta-feira (30/6), também com participação do Ministério Público e da SES.
Por parte da SES, a secretária Arita reforçou a disponibilidade de equipamentos e de mais recursos para ampliar a fiscalização do cumprimento de medidas.
Pelo MP, além da promotora Débora e do procurador-geral de Justiça, também participaram a subprocuradora-geral para assuntos jurídicos Ângela Salton Rotunno e a coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, Gisele Müller Monteiro.
Ao longo das últimas semanas, já foram realizadas reuniões com as regiões de Santa Rosa, Ijuí, Passo Fundo, Erechim, Palmeira das Missões, Cruz Alta e Caxias do Sul.

Parecer da prefeitura de Cachoeira do Sul

Procurado pelo JC, o secretário de Saúde de Cachoeira do Sul, Marcelo Figueiró, afirmou que o município segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o chefe da pasta, são priorizadas a vacinação e a testagem da população como principais estratégias de contenção.
"Já temos 50% da população vacinada com a primeira dose e mais 20% com as duas doses", ressalta o secretário.
Figueiró diz que foi feita uma tentativa de lockdown em Cachoeira do Sul, mas mesmo durante o período, o contágio continuava aumentando. "Emitimos um decreto municipal que obriga a realização de testes a todos os funcionários para empresas que optem por abrir. Também colocamos nossos agentes municipais para monitorar a presença dos positivados na cidade", explica.
De acordo com o secretário, as primeiras fases do monitoramento, realizadas há quase um mês atrás, identificaram que 15% dos positivados estavam saindo de casa. Na época, o município contabilizava em torno de 1.500 casos confirmados da Covid-19, dos quais cerca de 60 estavam nas ruas. Figueiró afirma que a prefeitura passou a multar indivíduos positivados que deixassem suas residências.
"A partir daí, os números vêm caindo. Daqueles 15%, hoje temos entre 2% e 3% identificados pelo monitoramento. Também percebemos uma queda na utilização dos centros de triagem. Há um mês, chegamos a ter 150 pessoas diariamente, o que gerava fila de quatro horas para o atendimento. Nos dois centros, esse número diminuiu para uma frequência de 10 a 30 pessoas", ressalta Figueiró.
Para o secretário, a redução no número de óbitos pela doença é uma questão de tempo. Ele relata que a chegada da variante P.1, de Manaus, fez com que os casos confirmados aumentassem em 175 em um dia - o que aconteceu concomitantemente com a instalação do protocolo de monitoramento.
"Encheram os centros de triagem, tivemos um salto de casos, lotaram as UTIs e, por último, vieram mais óbitos. Só que recém havíamos instalados os novos protocolos, que começaram a dar resultado agora. Acreditamos que daqui 20 dias nossa situação de óbitos estará diferente, assim como nas UTIs, mas para isso, precisamos de tempo", diz o secretário.
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