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Geral

- Publicada em 27 de Agosto de 2020 às 19:21

Escolas privadas de Porto Alegre estão divididas sobre volta do ensino presencial

Em videoconferência, dirigentes escolares mostraram percepções diferentes sobre riscos da volta

Em videoconferência, dirigentes escolares mostraram percepções diferentes sobre riscos da volta


WEBEX/REPRODUÇÃO/JC
Patrícia Comunello
Sem projetar eventual data para retorno das aulas presenciais, a primeira reunião entre prefeitura de Porto Alegre, comitê de enfrentamento da pandemia e escolas particulares desde a eclosão da crise sanitária mostrou que a rede privada de ensino está dividida sobre a volta e quando. Tradicionais estabelecimentos do setor e outros menos conhecidos participaram de videoconferência com o prefeito na tarde desta quinta-feira (27).  
Sem projetar eventual data para retorno das aulas presenciais, a primeira reunião entre prefeitura de Porto Alegre, comitê de enfrentamento da pandemia e escolas particulares desde a eclosão da crise sanitária mostrou que a rede privada de ensino está dividida sobre a volta e quando. Tradicionais estabelecimentos do setor e outros menos conhecidos participaram de videoconferência com o prefeito na tarde desta quinta-feira (27).  
"Sobre não ter aula presencial este ano? Se houver possibilidade, estamos em busca de certezas. É uma possibilidade de não ter a volta", respondeu o diretor do Colégio Anchieta, Jorge Knapp, a pegunta do prefeito sobre um panorama sem atividade presencial diante da evolução da pandemia. 
"É importante olhar para as crianças. O primeiro dia de volta às aulas vai ter insegurança, mas a agente sabe que as crianças estão sendo muito prejudicadas, principalmente as que são filhos únicos. É questão de saúde mental", argumentou Guilherme Peretti, diretor do Colégio Província de São Pedro, que defende o retorno e pelos alunos mais novos, mas com uma programação para que os colégios possam se organizar. "vamos ter de ver quem vai voltar e quem vai continuar no remoto."
Alguns dirigentes favoráveis, como o do Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe-RS), que estava na reunião, propõem que a reativação seja pelas faixas mais novas. O presidente do sindicato, Bruno Eizerik, disse que em outras regiões e países os adolescentes mostraram mais rebeldia no uso de proteções, como máscara, e respeito ao distanciamento. 
A diretora educacional do Colégio Santa Dorotéia, Marinice Simon, citou que há instrumentos para voltar com "relativa segurança", mas confessou: "Paira no ar o medo e a insegurança. No mesmo espaço, haverá limites. A interação não será como antes e tem professor que circula de uma escola para outra. Como garantir que não terá riscos?". Marinice comentou que pesquisa com pais da Educação Infantil da escola mostrou que menos de 30% querem que os filhos voltem.
"Quem vai ser responsável pela primeira morte de um aluno ou professor. Muita prudência nesta decisão. Não é uma questão política, mas de saúde", advertiu Rogério Alencar Ferraz de Andrade, diretor pedagógico do Colégio Vicentino santa Cecília.
Com escolas em diversos estados, o diretor da rede La Salle em Porto Alegre, Jorge Bieluczyk, descreveu experiências em outras regiões que retomaram as aulas e indicou que cada local busca sua adaptação. 
O prefeito mostrou números da crise sanitária na Capital e repetiu o que tem dito a outros setores da economia. "A gente acredita que em dois a três meses terá mais pessoas imunizadas e estaremos mais próximos de um novo normal", projetou Marchezan, que defendeu adoção de protocolos simples e afastou definir uma data de retorno, por enquanto. "Pode ter frustração se criar expectativa. Quem sabe em breve poderemos fazer uma projeção", sinalizou.
Foi uma sessão, que durou uma hora e meia, para medir a receptividade de como podem ser os procedimentos. A ideia é construir protocolos conjuntos.
Bruno Eizerik disse que o setor quer colaborar na montagem de protocolos e citou que as regras estaduais já estão sendo implementadas pelo setor. Antes da reunião, Eizerik disse ao Jornal do Comércio que "as escolas estão prontas" para voltar. Na videoconferência, o presidente defendeu que se defina uma data.
O governador Eduardo Leite afirmou, nesta quinta-feira, que vai apresentar em 1º de setembro uma proposta de retorno. A primeira, que previa começar em 31 de agosto pela Educação Infantil, foi descartada, após a reação negativa de prefeitos e de movimento de mães, pais e professores contrários á retomada. O Cpers-Sindicato também protestou. Os grupos defendem a volta somente quando tiver vacina contra a Covid-19
O Sinepe-RS, que defende a volta imediatamente, emitiu nota lamentando que o governo estadual tenha adiado o anúncio de um calendário.    
O secretário da Saúde, Pablo Stürmer, havia antecipado que o tema seria colocado em pauta. Stürmer explicou que o comitê de enfrentamento da crise sanitária retomaria o tema "após um período de suspensão pelo avanço da pandemia". A reunião começa às 14h30min.
"É mais um passo a ser planejado no processo de reabertura, que envolve o equilíbrio entre a segurança e a necessidade da sociedade em retomar algumas atividades", ressaltou o secretário ao JC. "Certamente será escalonado, dado o grande volume de pessoas envolvidas", antecipa o gestor.
"É verdade que o coronavírus tem poupado as crianças, mas é preciso lembrar que as crianças não chegam na escola sozinhas e não ficam na escola sozinhas. Ou seja, tem um notável impacto na circulação de pessoas e, consequentemente, na circulação do vírus. Por isso, a volta as aulas será realizada com a devida cautela", assegura o secretário.
O secretário da Educação na Capita, Adriano Britto, reforçou que a questão sanitária "será decisiva para a volta". "Foi o que determinou a paralisação das aulas, vamos verificar a vontade dos pais, mas o crucial é a saúde", ressaltou Britto, recomendando que escolas com atividades remotas tenham avaliação dos alunos para garantir que os meses de atividades sejam reconhecidas. 

JC EXPLICA: Atualiz-se sobre a pandemia em 4 minutos

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