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direitos humanos

- Publicada em 23 de Abril de 2014 às 00:00

Escola Paulo da Gama recebe placa através do projeto Marcas da Memória


Carolina hickmann/especial/jc
Jornal do Comércio
A Escola Estadual Paulo da Gama, que serviu como Presídio Especial de praças durante o regime militar, foi o segundo ponto a receber a identificação de local de tortura na cidade de Porto Alegre. O ato ocorreu na manhã desta quarta-feira (23) e atraiu a atenção dos curiosos que passavam pela avenida Silvado, bairro Partenon. A data foi escolhida por tratar-se dos 50 anos da chegada dos praças ao presídio.
A Escola Estadual Paulo da Gama, que serviu como Presídio Especial de praças durante o regime militar, foi o segundo ponto a receber a identificação de local de tortura na cidade de Porto Alegre. O ato ocorreu na manhã desta quarta-feira (23) e atraiu a atenção dos curiosos que passavam pela avenida Silvado, bairro Partenon. A data foi escolhida por tratar-se dos 50 anos da chegada dos praças ao presídio.
"Tudo o que nós fizemos foi defendendo nosso país. Nós arriscamos a nossa vida!", explicou o coronel Emilio Mene, após o ato. "Nós tínhamos o poder da ação correta", concluiu. Seu filho, que esteve ao seu lado durante toda a atividade, também esteve presente durante sua prisão. "Eu via ele aqui [na Paulo da Gama], tinha 10 anos. Agora me emocionei muito. Eu não entendia o que estava acontecendo na época, mas é sempre bom resgatar os valores do passado", explica Sérgio Mene, que se diz "um pouco mais aliviado" com a placa.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, o capitão Reginaldo Ives da Rosa Barbosa, que esteve preso no local, contou que 50 anos após sua prisão, ainda carrega cicatrizes de baioneta em suas costas. Junto com ele esteve preso seu tio, Danilo Elizeu Gonçalves, já falecido. Sua filha, Dalila Gonçalves, esteve presente no ato. Muito emocionada, ela desabafou, dizendo que era um momento difícil, apesar de representar uma espécie de marco reconfortante. "Eu agora posso falar, mas a minha emoção eu não posso conter. É difícil, mas ao mesmo tempo isso é muito bom para que o Brasil saiba o que realmente aconteceu aqui. Existia uma elite que queria o Brasil só para eles, mas o Brasil é dos brasileiros", afirmou.
A diretora da Escola, Nilse Christ Trennetohl, ficou emocionada durante a cerimônia."É difícil, um lado se alegra já que a memória vai ser preservada, por outro lado a gente sente um certo constrangimento pela escola ter servido a algo tão triste", demostrando-se constrangida mesmo sem qualquer envolvimento.
O descerramento da placa faz parte do projeto Marcas da Memória, do Movimento Justiça e Direitos Humanos em parceiria com a prefeitura de Porto Alegre. "Nós estamos aqui plantando uma semente que diz que nós iremos continuar lutando por uma sociedade livre", disse, na ocasião, o prefeito José Fortunati, também presente no ato. Fortunati terminou sua fala exaltando a democracia no Brasil.
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