De listening bar a drinks personalizados, empreendedores trazem novas propostas para a capital gaúcha

Operações renovam o cenário de negócios noturnos em Porto Alegre


De listening bar a drinks personalizados, empreendedores trazem novas propostas para a capital gaúcha

Negócios que atendem à demanda noturna estão sempre no radar de novidades. Nos últimos meses, Porto Alegre ganhou novos bares que têm como proposta renovar esse segmento. Um deles é o Vague Disco Bar, que abriu suas portas em junho como uma nova proposta no cenário noturno da cidade, adaptando o conceito de listening bar para uma experiência mais descontraída e festiva, o disco bar. Localizado no bairro Moinhos de Vento, o empreendimento tem à frente os empresários Eduardo Titton e João Pedro Florence.
Negócios que atendem à demanda noturna estão sempre no radar de novidades. Nos últimos meses, Porto Alegre ganhou novos bares que têm como proposta renovar esse segmento. Um deles é o Vague Disco Bar, que abriu suas portas em junho como uma nova proposta no cenário noturno da cidade, adaptando o conceito de listening bar para uma experiência mais descontraída e festiva, o disco bar. Localizado no bairro Moinhos de Vento, o empreendimento tem à frente os empresários Eduardo Titton e João Pedro Florence.
“O projeto começou com uma referência forte nos listening bars, mas teve uma considerável guinada interpretativa no período pós-enchente. Reformulamos o conceito para o que entendíamos que Porto Alegre demandava”, conta Eduardo. A iniciativa passou a tomar forma quando os sócios se uniram para reavaliar e adaptar a ideia às demandas e desejos locais e nacionais.
Inicialmente, o Vague buscou referência, sobretudo, nos bares japoneses do formato, que propõem uma escuta musical mais atenta e qualificada. No entanto, a equipe conta que se atentou às diferenças no comportamento do público brasileiro. “Digamos que trocamos um pouquinho a audição pela dança. Não buscamos ser essa adaptação para um comportamento de público que é diferente”, explica Eduardo.
A mudança significou transformar o “salão de audição” em um espaço para soltar o corpo, com um ambiente mais “tropical” e “ocidental”, sem a rigidez presente em estabelecimentos estrangeiros. A tendência mundial de buscar espaços mais intimistas, com boa música e serviço refinado, também influenciou a adaptação, explicam.
“Seguimos com a intenção e a execução de um som com um sistema de alta definição, com uma seleção de músicas bastante curada”, ressalta Eduardo. A curadoria dos DJs é focada em criar um mood específico: groovado, não pesado, com sonoridade que transita entre house, disco music, música brasileira e black music.
Uma característica marcante do local é a placa que sugere que o público não peça músicas, mas confie na curadoria do DJ e na “trilha” que ele planejou para a noite. De acordo com João Pedro, a sugestão se iniciou apenas como uma brincadeira, mas também é um incentivo à experiência de descoberta musical. “A proposta é ouvir o trabalho do DJ, não apenas escutar o que já se conhece. Estar aberto e confiar na curadoria. Estamos adaptando o estilo para o ambiente do bar”, acrescenta João Pedro.

Cardápio com referências asiáticas

O cardápio de comidas e bebidas do Vague também segue a linha de revisitar referências asiáticas, adaptando ao paladar daqui. Entre os destaques gastronômicos estão o guioza de pato e o tartar de filé, além do bem recebido tartar de melancia e variados espetinhos, como matambrito com lula ou polvo.
cozinha é descrita pelos empreendedores como leve e fresca, evitando frituras para complementar o conceito do ambiente. Na carta de drinks, há whiskies japoneses revisitados com toques locais, como pimenta ou frutas da região. Eduardo e João Pedro pontuam que o sorvete de pipoca e de chocolate branco, assim como os drinks Pornstar Martini e Spice Margarita são xodós do público.

“Propor um ambiente mais fresco, arejado e leve, fugindo do estilo sisudo e escuro das casas noturnas foi um dos objetivos”, explica Eduardo. O design do Vague busca brincar com o moderno e contemporâneo sem cair em um minimalismo desconfortável, descrevem.
O espaço é dividido em setores com diferentes propostas: a calçada/varanda frontal será explorada na primavera para consumo ao ar livre. A primeira sala tem mobiliário planejado para refeições e conversas em grupos menores, sendo mais silenciosa. Enquanto a sala de trás é o coração da parte musical, onde a galera dança e o DJ fica, com luz mais baixa para aguçar os ouvidos.
“O primeiro movimento nos surpreendeu, nos fez acelerar adaptações do espaço para oferecer o que as pessoas realmente desejam”, destaca Eduardo.
De acordo com os sócios, a recepção do público tem sido bastante positiva. “Acho que está sendo bem interessante. O pessoal entendeu o conceito”, diz João Pedro. Segundo ele, a clientela tem relatado a carência de um lugar para “dar uma soltadinha” e buscar uma experiência mais descontraída. “O público tem sido bastante variado em termos de gosto e faixa etária”, complementa.
Além disso, eles descrevem que o comportamento da clientela varia conforme o dia: terças e quartas-feiras atraem quem busca jantar e conversar, enquanto sextas e sábados são para quem quer relaxar da semana. As quintas-feiras funcionam como um termômetro, onde Eduardo e João Pedro adaptam a atmosfera conforme a demanda. Para o futuro, o Vague pretende ampliar seus horários de funcionamento, operando também durante o dia aos sábados e domingos à tarde.

Local e horário de funcionamento do Vague

O Vague Disco Bar fica na rua Padre Chagas, n° 25, no bairro Moinhos de Vento. O local funciona de terças a sábados, das 19h à meia-noite.

Bar de Porto Alegre aposta em drinks criados na hora por bartender

Após anos trabalhando em bares de São Paulo e Porto Alegre, o bartender Pedro Bandeira decidiu abrir o seu próprio bar: o J’Freys (@jfreysbar). Localizado no Centro Histórico da Capital, a operação é a realização de um sonho para o empreendedor, que deseja aplicar no seu negócio o que de melhor aprendeu nas suas experiências. Os drinks autorais são levados a sério, já que nem mesmo Pedro sabe qual combinação de bebidas utilizará antes de conversar com o cliente. É na troca de histórias que a ideia surge. 

Pedro conta que, para o funcionamento da ideia, é preciso estabelecer algumas regras. A primeira é que o cliente não deve escolher os ingredientes do drink, confiando no bartender. A segunda é que não pode pedir o mesmo drink duas vezes. “Por quê? Porque eu não vou saber fazer”, brinca. “É realmente algo feito na hora, então eu posso fazer a partir de uma história que a pessoa me conta, de como está o dia dela”, explica Pedro, pontuando que o bar também trabalha com os drinks clássicos para quem preferir.
Pedro exemplifica como produz os drinks autorais contando a história de duas vizinhas que estavam prestes a viajar. Elas foram ao J’Freys e contaram os detalhes, enquanto o barman pensava na criação. “Era em um trailer, no meio do mato, e teria uma fogueira. Fiz um drink com dois shots: o drink remetia ao conforto do trailer, para ser tomado devagar; um shot refrescante, representando o mato, e outro mais intenso, mais quente, como é a fogueira”, detalha o empreendedor sobre a implementação das sensações nas bebidas.

A criação do J’Freys foi uma decisão pensada, e o projeto já estava elaborado, mas a abertura aconteceu muito antes do esperado. Pedro enxergou no ponto do Centro Histórico uma oportunidade. “Este espaço estava para alugar há muito tempo, abandonado. Foi uma confusão, a imobiliária tinha perdido a chave, demorei um mês para conseguir visitar. Mas o ponto é muito bom. Do lado da Fernando Machado e no caminho para a Cidade Baixa”, destaca o empreendedor, que só pretendia inaugurar o negócio no início do ano que vem.

A parte sensorial do bar, destacada por Pedro, não está presente só no paladar dos clientes. O ambiente tem vários espaços, como uma prainha no segundo piso, com cadeiras características e iluminação especial. Embaixo, junto à bancada, um projetor exibe, na parede, minisséries típicas brasileiras, como A Grande Família. A brasilidade está no DNA do bar, que só tem músicas nacionais tocando. “A gente não serve caipirinha por causa dos copos que eu uso. Caipirinha não pode ser batida, tem que ser montada. Então, prefiro respeitar o drink do que fazer do jeito errado”, justifica Pedro.
O movimento inicial tem sido acima da expectativa projetada por Pedro, que, mesmo assim, mantém os pés no chão. “Como empreendedor, não fiz a coisa certa. Arrisquei abrir numa condição de necessidade de vender. Estou praticamente morando aqui. Então, rola um certo medo, mas, ao mesmo tempo, a recepção da galera está sendo ótima. O pessoal que vem se identifica muito e costuma vir de novo, indicar para amigos”, revela.

Horário e endereço do J’Freys

O J’Freys fica localizado na rua Marechal Floriano Peixoto, nº 711, no Centro Histórico de Porto Alegre. O bar funciona de quarta a segunda-feira, das 18h às 23h30min. 

Mochileiro abre bar com temática latino-americana no Centro Histórico de Porto Alegre

O Centro Histórico de Porto Alegre ganhou mais um bar no mês de agosto. O Listo (@listobarpoa) é um ambiente latino-americano, com referências aos nossos países vizinhos que vão além da decoração. Fagner Carbonera, proprietário do bar, foi mochileiro e passou de 2021 a 2023 peregrinando por diversos países da América Latina, experiência que inspirou o negócio.
Foi durante as viagens que surgiu a identificação com a cultura que, ainda que semelhante, parece distante, segundo o empreendedor. “Eles sofrem com os mesmos problemas que a gente. Muitas vezes, percebo que nós, brasileiros, não nos reconhecemos tanto como latinos. Talvez por falar português, pelo consumo de muitas coisas em inglês e quase nada em espanhol”, analisa.
O planejamento inicial de Fagner, após o fim da jornada das viagens, era abrir um hostel onde pudesse continuar tendo contato com os mochileiros de diversos lugares. Parte da proposta era ter um bar dentro do hostel. No fim das contas, foi essa a ideia que prevaleceu. “Conhecia um dos donos do Trio, o antigo bar daqui, e aí apareceu a oportunidade de comprar. E claro que o movimento da rua Fernando Machado foi um fator importante para a compra do espaço”, destaca o novo proprietário, comentando sobre uma das ruas mais frequentadas na noite de Porto Alegre. 
Sobre estar em um ponto cercado de outros bares, Fagner não enxerga a concorrência como algo negativo. Pelo contrário, entende que a colaboração entre os estabelecimentos faz com que todo mundo cresça. “A galera se ajuda muito. Quando tem o samba no domingo, quem paga a banda é o Arvo, aqui do lado, e respinga para mim, porque estamos abertos. Na sexta-feira, fazemos o nosso evento aqui e respinga para todo mundo. Em dias de jogos, o Brechó do Futebol atrai a galera”, pontua.

Inaugurando há pouco tempo, Fagner teve suas expectativas superadas tanto no movimento quanto na receptividade dos vizinhos. “No primeiro dia, tinha tanta gente que não dava para entrar. Nosso perfil no Instagram também não para de crescer, a galera está interagindo”, diz, empolgado. “E eu fui muito bem recebido. Os donos dos outros bares já conversaram comigo e me deram várias dicas. O cara do Brechó até sugeriu fazermos eventos juntos. Ele disse ‘ainda bem que trouxe uma coisa nova, para diversificar ainda mais o público e agregar na rua’. Está sendo bem coletivo”, declara Fagner.

Atrações e cardápio

O setlist do bar tem como foco a temática latina nas sextas-feiras, com músicas que vão do reggaeton até a salsa, passando pela cúmbia. Nos sábados, o som deve ficar por conta de músicas brasileiras, especialmente rap. “Até porque, aqui na rua, já tem um público grande, então também temos que cuidar para não espantar essa galera, para ninguém olhar torto”, pondera Fagner.
O cardápio do Listo é composto por cervejas e drinks autorais, criados em parceria com uma bartender, responsável pela montagem. A carta conta, basicamente, com adaptações de drinks conhecidos do grande público, como mojito e negroni, mas com um toque autoral que remete à América Latina.

A decoração também é um dos atrativos. Num prédio pequeno, mas com paredes altas, o destaque fica para os papéis de parede com frases e figuras de personalidades latino-americanas. Apesar de ter inaugurado há pouco tempo, Fagner já tem ideias para um futuro breve do Listo. “Queremos colocar telões, para a galera poder assistir jogos aqui também. Melhorar nosso sistema de som e adicionar algumas opções de comidas pré-prontas, já que não temos espaço para montar uma cozinha”, projeta o empreendedor.

Horários e endereço do Listo

O Listo fica localizado na rua Coronel Fernando Machado, nº 1196, no Centro Histórico de Porto Alegre. O bar funciona de terça-feira a domingo, das 18h a meia-noite.