Oito anos após fechar as portas do seu primeiro negócio, Rafael Russi Campos voltou a apostar no empreendedorismo. Atualmente, o empreendedor está à frente da Estrela Dalva (@estreladalvaalfajores), marca de alfajores com produção em Porto Alegre. Atendendo, principalmente, cafeterias e restaurantes, o negócio começou a ser estruturado em fevereiro de 2024 e ganhou vida em junho do mesmo ano.
A Estrela Dalva conta com dois sabores de alfajores, o chocolate meio amargo e o chocolate branco. De acordo com o empreendedor, o projeto inicial é fundamentar bem esses dois sabores para depois ampliar as opções. “Quero começar a tentar coisas diferentes, um caramelo salgado talvez. Mas, por enquanto, acho importante consolidar bem a marca, conhecer e fazer o básico bem feito”, afirma.
Com uma produção mensal entre 2,2 mil e 2,5 mil alfajores, Rafael conta que, em fevereiro, começou os testes do produto. O início das vendas da marca, em junho, de acordo com o empreendedor, foi marcado pela facilidade nas vendas. Isso se deu porque, na época, a marca concorrente, Odara, teve sua fábrica impactada pelas águas da enchente e o mercado estava sem alfajor.
“Eu chegava para oferecer o meu produto e parecia que as pessoas estavam me esperando, porque não tinha alfajores para vender”, lembra. No entanto, essa situação mudou quando a concorrente voltou ao mercado, e a maioria dos estabelecimentos parou de comprar o alfajor do empreendedor, que precisou recalcular sua estratégia e focar em cafeterias e restaurantes. “Graças a Deus se recuperaram, mas foi o momento que tive que olhar para outras possibilidades”, explica Rafael.
Alfajores Estrela Dalva. Rafael Russi Campos. Empreendedor . GE
TÂNIA MEINERZ/JC
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A marca, presente em quase 60 estabelecimentos da Capital, atende cafeterias, restaurantes, empórios, algumas lancherias e bares. Além disso, a Estrela Dalva vende através do seu perfil no Instagram, onde a unidade custa R$ 8,00 e a caixa com oito alfajores R$ 64,00. “Nosso site está em construção para profissionalizar as vendas”, comenta Rafael, destacando que o alfajor é produzido de forma artesanal, com exceção dos biscoitos que são terceirizados.
Recalcular a rota
Antes da Estrela Dalva, Rafael esteve à frente do Aquavit, restaurante localizado na Cidade Baixa. Foram 17 anos de negócio, que, apesar de ir bem, apresentava alguns desafios. “Era uma operação muito grande, onde eu passava dia e noite dedicado a isso. Estava muito cansado e não estava mais satisfeito”, declara.
O ponto de virada foi quando, em dezembro de 2016, o estabelecimento foi assaltado. No episódio, Rafael foi atingido por um tiro. Este momento foi um divisor de águas em sua vida. Ele passou a questionar algumas certezas e buscar outros caminhos. O momento traumático selou o fim da operação.
“O mundo, para mim, deu uma ruída naquele momento, então fui em busca de algumas respostas, de um caminho espiritual mais significativo”, conta o empreendedor, que se tornou terapeuta no período longe dos negócios.
Anos após deixar de empreender, Rafael entendeu que ser empreendedor estava no seu destino. Apesar disso, ele não queria mais estar à frente de uma operação do tamanho do primeiro negócio. “Em 2020, começou a me inquietar de novo essa coisa de empreender, mas não no ramo de restaurantes. Comecei a fazer pães artesanais. Os alfajores surgiram como um insight anos depois”, detalha.
Sobre o ecossistema empreendedor local atual, comparando com o momento em que ele empreendeu em 2016, ele observa algumas mudanças. “Hoje, há muitos profissionais capacitados no mercado. Além disso, percebo uma tendência de empreendedores apostando em negócios menores, mas com propostas mais diferentes.”

