A Volters propõe um novo modelo de negócio para o setor energético, conectando geradores a consumidores que buscam alternativas mais baratas

Airbnb da energia limpa: startup gaúcha conecta geradores a consumidores


A Volters propõe um novo modelo de negócio para o setor energético, conectando geradores a consumidores que buscam alternativas mais baratas

A Volters (@voltersenergia) é uma startup gaúcha que propõe um novo modelo de negócio para o setor energético. Descrita pelo empreendedor Eduardo Berriel como o Airbnb da energia limpa, a iniciativa conecta geradores de energia a consumidores que buscam alternativas mais baratas e sustentáveis. A proposta visa democratizar o acesso à energia renovável e dar protagonismo a quem ainda não possui espaço no mercado.
A Volters (@voltersenergia) é uma startup gaúcha que propõe um novo modelo de negócio para o setor energético. Descrita pelo empreendedor Eduardo Berriel como o Airbnb da energia limpa, a iniciativa conecta geradores de energia a consumidores que buscam alternativas mais baratas e sustentáveis. A proposta visa democratizar o acesso à energia renovável e dar protagonismo a quem ainda não possui espaço no mercado.
A trajetória de Eduardo, engenheiro eletricista e cofundador da startup, iniciou cedo no empreendedorismo, quando fundou uma empresa vencedora da maratona de empreendedorismo da Ufrgs. Após vender a operação, a pandemia o trouxe de volta ao universo das startups, dessa vez, motivado por uma necessidade pessoal.
Enquanto buscava uma nova fonte de renda ao lado da esposa, percebeu a dificuldade que cidadãos enfrentam para serem remunerados por gerar energia com placas solares, já que não fazem parte do Mercado Livre de Energia. "Diante dessa dor que eu tive, percebi que poderia ser o caso de outras pessoas. Era oportunidade de negócio e de facilitar a vida de quem quer gerar energia e se remunerar", explica.
Para escalar a ideia, ele ingressou em programas de aceleração e encontrou uma brecha no mercado: incluir qualquer tamanho de gerador no sistema de remuneração. "Nós somos a única empresa do Brasil  que consegue oferecer esse serviço hoje", afirma.
De acordo com ele, o modelo é simples e eficaz. Um telhado de casa na praia que produza energia excedente, por exemplo, pode repassar essa energia a restaurantes, farmácias e consultórios – clientes que não têm como gerar a própria eletricidade. “Cobramos menos que as distribuidoras tradicionais e repassamos o valor ao produtor", resume Eduardo.
No início, o discurso da sustentabilidade não foi suficiente para conquistar clientes. “Confesso que o nosso sucesso inicial foi falar de dinheiro, e não de sustentabilidade", admite. Mas a virada veio ao entender o comportamento do público-alvo, especialmente bares e restaurantes, que já investem em alternativas sustentáveis para reforçar sua imagem.
A estratégia funcionou e, além de economia, os selos de sustentabilidade da Volters passaram a ser usados como ferramenta de posicionamento. O rápido crescimento, no entanto, trouxe dificuldades. No fim de 2022, a Volters alcançou 1,2 mil clientes, mas não conseguiu acompanhar a demanda. O time chegou a 25 pessoas e enfrentou um colapso operacional, que obrigou a empresa a frear a expansão. "Dos 1,2 mil, hoje temos 600 clientes, mas operamos de uma maneira muito mais organizada e mais correta", pontua.
Ainda há pendências com produtores afetados pelo período. "Estamos colocando as contas em dia, ainda estamos nos reestruturando", esclarece. Para o empreendedor, a lição serviu para desenvolver uma operação mais sólida.
A respeito do uso de energia pelas plataformas de Inteligência Artificial, Eduardo reconhece o alto consumo, mas acredita que o saldo é positivo. "Enxergo que a IA agrega muito mais do que consome. Sim, ela consome muita energia, mas permite que a gente evolua como espécie", reflete.
Para o futuro, ele aposta no potencial brasileiro de se tornar referência global em energia limpa. O Rio Grande do Sul, de acordo com ele, tem vantagens em energia solar, mesmo em regiões como a Serra, além de possibilidades em biomassa e eólica offshore.