Estudo do Observatório Sebrae Startups aponta um cenário de expansão desse campo no País. Sônia Sauer, analista de projetos de inovação, explica como se posicionar

Especialista indica como atrair um investidor-anjo para o negócio


Estudo do Observatório Sebrae Startups aponta um cenário de expansão desse campo no País. Sônia Sauer, analista de projetos de inovação, explica como se posicionar

A busca por capital é um desafio constante para empreendedores, especialmente aqueles à frente de startups. Entre as diversas fontes de financiamento, o investidor-anjo destaca-se como um parceiro estratégico, capaz de oferecer recursos financeiros, experiência e networking. Um estudo recente do Sebrae Startups, em parceria com a Anjos do Brasil, aponta um cenário de expansão desse campo no País, além de alguns desafios. Para entender melhor como navegar nesse universo, o GeraçãoE conversou com Sônia Sauer, analista de projetos de inovação do Sebrae-RS.
A busca por capital é um desafio constante para empreendedores, especialmente aqueles à frente de startups. Entre as diversas fontes de financiamento, o investidor-anjo destaca-se como um parceiro estratégico, capaz de oferecer recursos financeiros, experiência e networking. Um estudo recente do Sebrae Startups, em parceria com a Anjos do Brasil, aponta um cenário de expansão desse campo no País, além de alguns desafios. Para entender melhor como navegar nesse universo, o GeraçãoE conversou com Sônia Sauer, analista de projetos de inovação do Sebrae-RS.
“Oportunidades e desafios existem porque o Brasil, comparado a outros países, ainda investe pouco." No entanto, isso não deve desmotivar. “Na prática, isso significa que hoje tem menos capital disponível, mas que o empreendedor tem grande chance de ganhar destaque se chegar preparado", aponta.
Mas o que significa estar preparado? Para a especialista, é, sobretudo, ter dados claros. “É importante apresentar dados claros, que mostrem ao investidor onde o negócio está hoje e para onde ele pode ir. Mostrar sinais de que a solução apresentada resolve um problema relevante. Para o investidor, isso traz mais confiança," afirma Sônia.
A pesquisa também revelou que quase metade dos investidores-anjo aplica menos de R$ 250 mil nas startups. Como aproveitar ao máximo esse capital? A analista enfatiza que, mesmo com um valor inicial considerado baixo, ele é decisivo para validar o produto do empreendedor. “Para maximizar o aporte, é crucial ter clareza de como transformá-lo em resultados. Isso vai trazer toda a diferença para o investidor, que saberá exatamente onde esse recurso será investido, seja em tecnologia, marketing ou estruturar a operação do negócio", esclarece.
Investidores frequentemente citam como desafios incertezas econômicas, burocracia e dificuldade em encontrar boas oportunidades. “É muito importante trazer dados consistentes, processos claros e boa governança. Nesse ponto, o empreendedor demonstra que possui uma forma organizada de tomar decisões, responsabilidades e prestar contas”, aponta como diferenciais.

O investidor certo

Não existe um perfil único de investidor. A pesquisa identificou o disciplinado, o mentor-construtor e o explorador. O segredo, de acordo com Sônia, é entender a sua necessidade no momento. Ela detalha os perfis:
  • Disciplinado: foca no retorno financeiro e metas claras. “É ótimo para startups que já têm resultados para apresentar”, pontua.
  • Mentor-construtor: valoriza o impacto e o aprendizado. “Perfeito para quem ainda está ajustando o modelo de negócio e precisa de alguém que abra as portas e dê uma orientação. Ele realiza um papel de mentoria", descreve.
  • Explorador: mais cauteloso e curioso. “Ideal para aqueles empreendedores que querem desenvolver o negócio juntos”, conclui.
Em contrapartida, investidores relatam dificuldade em encontrar startups qualificadas. A especialista resume o que falta para os empreendedores serem mais facilmente encontrados em uma palavra: visibilidade. “Muitos não participam de programas, eventos ou acelerações. Assim, eles não conseguem traduzir os números alcançados de forma clara para o mercado", expressa.
Para reverter isso, ela sugere colocar-se em evidência e estar presente em hubs. “Há hubs de inovação, plataformas, redes. Além de fazer aquele bom e velho networking. Um bom exemplo é a vitrine do Observatório do Sebrae, que permite que startups apresentem suas soluções a investidores e parceiros”, complementa. 
Ela acrescenta que, nesses casos, ao invés vez de apresentações longas, é melhor apresentar provas de tração com clientes, além de dados sobre o uso e a ativação do produto. “E fazer tudo isso de maneira estruturada, para que o possível investidor enxergue o potencial do negócio logo nos primeiros minutos da apresentação", explica. 

Dica para o cenário gaúcho

Para quem busca evoluir no tema, especialmente no cenário gaúcho, a dica principal é buscar conexões. “Buscar quem fale sobre isso. Recomendo a plataforma Sebrae Startups, que lança diversos programas para empreendedores em diferentes estágios (validação, crescimento, escala). Buscar oportunidades voltadas para quem está precisando de um up de investimento", enfatiza.