Ana Helena Ulbrich é a farmacêutica gaúcha que aparece ao lado de nomes como Elon Musk e Mark Zuckerberg no ranking da revista Time

Conheça a CEO gaúcha que está na lista das 100 pessoas mais influentes em Inteligência Artificial do mundo


Ana Helena Ulbrich é a farmacêutica gaúcha que aparece ao lado de nomes como Elon Musk e Mark Zuckerberg no ranking da revista Time

Quando recebeu a notícia de que estava entre as 100 pessoas mais influentes em Inteligência Artificial do mundo, segundo a revista Time, Ana Helena Ulbrich mal podia acreditar. Gaúcha, farmacêutica de formação, pesquisadora e empreendedora, ela aparece ao lado de nomes como Elon Musk e Mark Zuckerberg no ranking internacional. De acordo com Ana Helena, a distinção é surpreendente e, embora gratificante, não é individual. "O reconhecimento é, na verdade, para o trabalho da NoHarm.ai como um todo", pontua.Fundadora e CEO da NoHarm.ai, Ana Helena cresceu em Porto Alegre em um ambiente onde a tecnologia sempre esteve presente. "Estávamos nesse ambiente de tecnologia desde pequenos. Meu pai comprou o computador quando ninguém ainda usava computador", recorda. Essa curiosidade familiar floresceu ainda mais com os irmãos: dois deles são doutores em Inteligência Artificial e, juntos, formaram a base de um caminho que une ciência, saúde e empreendedorismo.A inquietação que deu origem à NoHarm.ai surgiu durante os anos em que trabalhou como farmacêutica no Grupo Hospitalar Conceição. No dia a dia da farmácia clínica, percebeu o tamanho da sobrecarga enfrentada pelos colegas. "Era difícil avaliar todas as prescrições com cuidado, com toda a profundidade, porque eram poucos farmacêuticos para muitas prescrições", expressa. Foi em uma conversa de domingo em família que ela compartilhou o incômodo. O irmão Henrique, então doutorando em ciência de dados, aceitou o desafio de redirecionar sua pesquisa para uma solução aplicada. O primeiro algoritmo nasceu ali, capaz de detectar prescrições fora do padrão e alertar os farmacêuticos sobre aquelas com uma potencial chance de ser um erro.
Quando recebeu a notícia de que estava entre as 100 pessoas mais influentes em Inteligência Artificial do mundo, segundo a revista Time, Ana Helena Ulbrich mal podia acreditar. Gaúcha, farmacêutica de formação, pesquisadora e empreendedora, ela aparece ao lado de nomes como Elon Musk e Mark Zuckerberg no ranking internacional. De acordo com Ana Helena, a distinção é surpreendente e, embora gratificante, não é individual. "O reconhecimento é, na verdade, para o trabalho da NoHarm.ai como um todo", pontua.

Fundadora e CEO da NoHarm.ai, Ana Helena cresceu em Porto Alegre em um ambiente onde a tecnologia sempre esteve presente. "Estávamos nesse ambiente de tecnologia desde pequenos. Meu pai comprou o computador quando ninguém ainda usava computador", recorda. Essa curiosidade familiar floresceu ainda mais com os irmãos: dois deles são doutores em Inteligência Artificial e, juntos, formaram a base de um caminho que une ciência, saúde e empreendedorismo.

A inquietação que deu origem à NoHarm.ai surgiu durante os anos em que trabalhou como farmacêutica no Grupo Hospitalar Conceição. No dia a dia da farmácia clínica, percebeu o tamanho da sobrecarga enfrentada pelos colegas. "Era difícil avaliar todas as prescrições com cuidado, com toda a profundidade, porque eram poucos farmacêuticos para muitas prescrições", expressa. Foi em uma conversa de domingo em família que ela compartilhou o incômodo. O irmão Henrique, então doutorando em ciência de dados, aceitou o desafio de redirecionar sua pesquisa para uma solução aplicada. O primeiro algoritmo nasceu ali, capaz de detectar prescrições fora do padrão e alertar os farmacêuticos sobre aquelas com uma potencial chance de ser um erro.
A decisão de transformar a pesquisa em uma empresa veio quase por acaso. "Caímos aqui e fomos aprendendo", lembra. Inicialmente, o objetivo era resolver um problema do próprio hospital. Mas o desejo de não deixar o algoritmo restrito a um artigo científico os levou a fundar a startup em 2019. O primeiro cliente foi a Santa Casa de Porto Alegre, que serviu como piloto. "O primeiro cliente é o mais difícil, porque não tem validade em nenhum lugar ainda", remonta.

Hoje, a NoHarm.ai analisa mais de 5 milhões de prescrições por mês e já impactou mais de 2,5 milhões de vidas em todo o Brasil. São mais de 200 hospitais e unidades de saúde atendidos em três estados, com uma equipe enxuta de 20 pessoas – quatro delas doutoras em Inteligência Artificial. O modelo de negócio é também uma marca da empresa: hospitais privados pagam pela solução, enquanto os leitos do SUS recebem acesso gratuito. "Gostaríamos mesmo de impactar e transformar o sistema de saúde através da tecnologia", compartilha.

Com mestrado e doutorado em Química pela Ufrgs e especialização em segurança do paciente pela Fiocruz, Ana Helena soma à sua formação acadêmica o ambiente de inovação do Tecnopuc, onde a NoHarm.ai foi incubada. O hub NAVI, de Inteligência Artificial e ciência de dados, também foi decisivo.

A startup, que já recebeu apoio da Bill & Melinda Gates Foundation, do CNPq, do BNDES e da UMANE, além de prêmios internacionais do Google e da Meta, posiciona-se como uma deep tech brasileira com foco em impacto social. Mas o centro da missão segue sendo nacional. "Queremos melhorar mesmo o Sistema Único de Saúde do Brasil", esclarece.

Na visão de Ana Helena, a tecnologia é apenas um meio para algo maior: garantir a segurança do paciente e valorizar o papel do farmacêutico, muitas vezes invisível no ambiente hospitalar. "Esse é o apoio que queremos oferecer, o nosso propósito", complementa.
LEIA TAMBÉM > Iniciativas gaúchas buscam ampliar o acesso ao universo da saúde

Apesar da visibilidade internacional, com convites para apresentar a solução em países como Estados Unidos, Egito e Dubai, ela prefere manter o olhar voltado para o mercado local. "A NoHarm.ai é um sonho que eu nunca sonhei." O que move a CEO é a convicção de que, quando há intenção, as coisas acontecem. "Quando temos um propósito bom, as coisas fluem", reflete.

Aos jovens empreendedores e cientistas, o conselho é pragmático. "Percebo como mais produtivo, ao invés de te transformar na pessoa da tecnologia, te associar a pessoas que têm o conhecimento, mas ainda não conhecem a dor para resolver", desenvolve. Em outras palavras, identificar problemas reais e trabalhar junto de quem domina as ferramentas para resolvê-los. "Quando entendemos a dor do sistema e colaboramos, é possível criar juntos um produto", esclarece.