Para manter a autenticidade dos pratos, o restaurante usa insumos vindos do Peru

Peruano comanda restaurante em Porto Alegre para fomentar a cultura do país


Para manter a autenticidade dos pratos, o restaurante usa insumos vindos do Peru

Jorge Cornejo Bellido, engenheiro de profissão e de nacionalidade peruana, é o empreendedor por trás do restaurante Chavín (@chavin.poa), um estabelecimento que busca compartilhar a gastronomia e cultura do Peru em Porto Alegre. Morador da capital gaúcha há 13 anos, Jorge sentia falta da comida peruana, o que o impulsionou a empreender. Apesar de ser um entusiasta do churrasco local, a saudade da culinária de sua terra natal o levou a pesquisar ingredientes e criar alternativas para replicar os sabores andinos.
Jorge Cornejo Bellido, engenheiro de profissão e de nacionalidade peruana, é o empreendedor por trás do restaurante Chavín (@chavin.poa), um estabelecimento que busca compartilhar a gastronomia e cultura do Peru em Porto Alegre. Morador da capital gaúcha há 13 anos, Jorge sentia falta da comida peruana, o que o impulsionou a empreender. Apesar de ser um entusiasta do churrasco local, a saudade da culinária de sua terra natal o levou a pesquisar ingredientes e criar alternativas para replicar os sabores andinos.
A ideia de executar um projeto de culinária surgiu há dois anos, com o duplo objetivo de compartilhar a gastronomia e a cultura peruana. Jorge explica que o nome Chavín foi escolhido para ir além dos estereótipos associados ao Peru, como a ênfase apenas na cultura inca. "Para mim, é importante fugir um pouco do típico, do preconceito que se tem. Quero mostrar que a nossa cultura é muito mais rica. Temos muitas opções. Justamente Chavin é o nome que se dá a uma cultura de 2 mil anos atrás", expressa. A cultura Chavín, uma das favoritas de Jorge desde a infância, é apresentada através de pinturas e elementos decorativos no restaurante, criados por um artista peruano chamado Boofer Ater.
O restaurante Chavín abriu em março de 2024. Desde o início, Jorge se propôs a arriscar nos pratos, indo além dos clássicos Ceviche e Lomo Saltado. De acordo com ele, era comum em Porto Alegre encontrar estes pratos de maneira “abrasileirada”, enquanto Jorge buscava incorporar o sabor peruano às receitas.
Antes da abertura, Jorge realizou testes e pesquisas de mercado. Ele convidava amigos e conhecidos para experimentar os pratos, incluindo pessoas que não gostavam de frutos do mar ou tinham receio de pimenta. Uma pesquisa de marketing revelou que, ao contrário da crença comum, cerca de 70% dos gaúchos entrevistados gostavam de pimenta, desde que não fosse "muito agressiva". “A descoberta foi um pilar forte para dar continuidade ao projeto", descreve, enquanto lembra a satisfação de observar as expressões das pessoas ao conhecer os sabores.
A autenticidade da culinária é uma prioridade para Jorge. Para ele, o Chavín consegue reproduzir 80% dos sabores clássicos dos pratos em relação aos preparados no Peru, o que acontece por meio de fornecedores que trazem produtos diretamente do país. Embora alguns insumos sejam impossíveis de obter devido à dificuldade de importação ou ao clima brasileiro, a busca pela originalidade permanece. A chef do Chavín é brasileira e aceitou o desafio de aprender a cozinha peruana com Jorge. O restaurante ficou definitivamente pronto para iniciar as atividades com a visita da mãe de Jorge, que aprovou os pratos e fez ajustes mínimos, além de ensinar a receita da sobremesa torta marta, uma torta de limão menos doce que as brasileiras, que permanece no cardápio em sua homenagem.
Para diversificar o cardápio e manter o interesse dos clientes fiéis, o restaurante agora oferece pratos do mês. A própria paixão de Jorge pela culinária surgiu no Brasil, sendo a saudade dos sabores o tempero principal. Ele também aplica seus conhecimentos de engenharia na gestão e nos processos do restaurante. “Busco trazer novidades para os clientes em sistemas, em tecnologia e facilitar a vida deles”, explica.
A recepção do público de Porto Alegre tem sido muito boa, conforme descreve. Muitos clientes que já visitaram o Peru elogiam o ceviche do Chavín. “Já me disseram que é melhor do que vários que comeram lá, isso é muito gratificante”, conta. Jorge costuma guiar os clientes na experiência de comer, sugerindo combinações, como provar frutos do mar empanados e fritos ao mesmo tempo, o que surpreende positivamente a clientela. O espaço também atrai clientes de outros países, como Chile, Colômbia e Venezuela.
No menu de bebidas, o pisco sour é o drink que lidera os pedidos, vendido por R$ 45,00. Além das tradicionais cervejas cusquenhas, Jorge criou drinks próprios, como o chicha sour, que combina o pisco sour com chicha, um suco natural de milho roxo. O nome do estabelecimento e os ingredientes usados são em homenagem à cultura andina, que possui três deuses principais – Condor (céu), Puma (terra) e Cobra (submundo). A partir disso, Jorge também criou três drinks autorais com os nomes das entidades no menu.
Os pratos mais vendidos no restaurante são o filé chavín, um filé mignon acompanhado de um purê de batata doce peruana, de R$ 71,00, o clássico lomo saltado e o ceviche. Em seu primeiro ano de funcionamento, o restaurante foi premiado como o melhor restaurante peruano em Porto Alegre. Este ano, o Chavín está novamente concorrendo ao prêmio, já classificado para a etapa final de votação. Em novembro, o restaurante participará da Festa das Nações. Para o futuro, Jorge pretende continuar aprimorando o negócio com novidades e mantendo o compromisso com a autenticidade e a riqueza da cultura peruana.
O restaurante usa insumos peruanos nos pratos | Chavín/Divulgação/JC
O restaurante usa insumos peruanos nos pratos Chavín/Divulgação/JC

Endereço e horário de funcionamento do Chavín

O restaurante fica na rua Anita Garibaldi, nº 1680, em Porto Alegre. O funcionamento é de terça a sexta-feira, das 17h às 22h30min. Aos sábados, das 11h30min às 15h e das 17h às 22h30min. Nos domingos a operação é das 11h30min às 17h30min.