A Herself, femtech que produz calcinhas menstruais, foi destaque no GeraçãoE em 2017, ano de criação do negócio. Na época, um financiamento coletivo buscava validar e viabilizar a produção das peças. Hoje, a marca consolidou sua presença nacional, contando com uma operação que se divide entre Rio Grande do Sul e São Paulo e recebendo destaques em premiações, como o reality Ideias à Venda, da Netflix, vencido pela Herself. A marca também foi finalista no prêmio Empreendedor Social do Ano, da Folha de São Paulo.
Raissa Assmann Kist é o nome à frente do negócio ao lado das sócias Nelci Teresinha Assmann Kist, Cristina Barbosa, Marina Lins e Janaína Almeida. Raissa conta que a visibilidade da primeira matéria publicada pelo GeraçãoE foi fundamental para o negócio. "Foi superimportante para ganharmos um alcance no Estado e depois nacional, isso nos levou depois a outras matérias de nível nacional e programas ao vivo na televisão. Foi bem importante para conseguirmos viabilizar naquele momento", lembra a empreendedora sobre o período do crowdfunding que deu início à marca. "Tínhamos uma meta e batemos três vezes. A partir disso, conseguimos estruturar e lançar o nosso site, ter as vendas diretas no próprio e-commerce, e mantivemos esse alcance nacional. Foi bem importante contar com o GeraçãoE para essa primeira virada de chave para que as pessoas conhecessem a Herself e soubessem que esse produto existia."
Na época, a marca contava com apenas dois modelos de calcinhas tecnológicas pensadas para o período de menstruação. Hoje, mais de 15 peças compõem o portfólio do negócio, que vai de moda íntima à moda praia. A femtech também firmou parcerias importantes ao longo dos últimos oito anos, contando com marcas como Panvel e Capricho. "Recentemente, lançamos com a Capricho, que é uma marca com foco em teens, então, para além da expansão para o esporte, com a Mormaii, temos agora o foco para o público adolescente. Foram as grandes mudanças", avalia.
A produção da marca segue em Guaporé, no interior do Estado. Já a logística se divide entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, onde a marca conta com uma loja física. "São Paulo acaba tendo esse foco de atender o mercado a nível nacional com mais agilidade. A produção segue em Guaporé. Para nós, foi bem importante crescermos mantendo a estrutura, esse desenho de um produto que, desde o início, tinha o cuidado de ser nacional, com tecnologia. Já recebemos a nossa patente, que foi uma superconquista desses últimos anos", revela Raissa.
Desde 2017, o negócio produziu mais de 200 mil peças, evitando que 6,4 mil toneladas de descartáveis chegassem ao meio ambiente. Comparando os momentos da marca ao longo dos anos, Raissa percebe que a maior mudança foi a consolidação do produto. "Há oito anos, era muito um questionamento. Naquele momento, como empreendedoras, tínhamos alguns sinais, pesquisas, mas não tínhamos certeza se fazia sentido para as outras pessoas. Nós estávamos perguntando para a mulher brasileira se ela queria conhecer esse produto, se desejava utilizar junto com a gente. A grande surpresa e alegria foi ver que realmente existia o interesse, que era uma insatisfação de muitas mulheres e meninas que não tinham outras opções. Ao longo desses anos, foi a validação de que elas queriam que existissem produtos como os nossos e que a gente seguisse desenvolvendo mais tecnologia e inovação para a menstruação. As próximas gerações já estão menstruando com outras opções e que isso já não muda mais para somente ter descartáveis. É muito gratificante", afirma Raissa.

