A Royal Trudel, criada em 2016 pelos irmãos Patrícia e Luis Fernando Turmina, esteve presente nas páginas do GeraçãoE em diversos momentos ao longo de sua trajetória desde quando iniciou as operações. Em 2023, Patrícia ganhou ainda mais visibilidade no caderno ao ser selecionada para o Prêmio Forbes Under 30, que destacou jovens líderes e empreendedores de diferentes setores. Naquele momento, a rede contabilizava cerca de 50 unidades, entre próprias e franqueadas. Hoje, a Royal Trudel mantém 26 pontos ativos, sendo seis lojas próprias e 20 franquias distribuídas em diferentes estados do País.
Apesar da redução no número de unidades, Patrícia enxerga o momento atual como um divisor de águas para a marca, que passou a adotar métricas qualitativas em vez de meramente quantitativas. A expansão deixou de priorizar a quantidade de lojas e passou a mirar a rentabilidade de cada franqueado, com foco em operações mais sólidas e sustentáveis. “Por isso, dizemos que foi uma mudança de estratégia. Agora, vamos estar onde o nosso cliente está, focar nas lojas mais rentáveis e trabalhar com menos franqueados, mas mais satisfeitos. Antes, nos contentávamos com um faturamento médio mais baixo; hoje, buscamos pontos com faturamento pelo menos 50% maior do que aceitávamos”, explica Patrícia.
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Esse movimento estratégico teve como marco a contratação de uma consultoria especializada em franquias, que ajudou a redefinir o modelo de expansão. A partir desse trabalho, a empresa passou a reconhecer o Trudel - doce de origem tcheca que se tornou símbolo da marca - como um produto de experiência e não de conveniência. “Ele não é como um pão de queijo ou um sanduíche que a gente come toda semana. É algo para ocasiões especiais, uma memória afetiva. Por isso, nosso foco está em cidades turísticas, outlets e shoppings que recebem um público menos recorrente, mas mais predisposto à experiência”, destaca.
A trajetória da Royal Trudel é marcada por ciclos de reinvenção. Do início em Gramado, em 2016, quando Patrícia e Luis Fernando chegaram a produzir os doces de madrugada para abastecer as primeiras lojas, até a virada de chave em 2018, com a abertura do modelo de franquias, a marca sempre soube ajustar sua rota.
Outro ponto que marca a história da Royal Trudel é a relação construída com os franqueados. Segundo Patrícia, a transparência é um dos pilares da rede. “Sempre deixamos claro que risco faz parte de qualquer negócio. Nosso papel é dar suporte, compartilhar aprendizados e garantir que nossos parceiros estejam fortalecidos. A nossa cautela em dizer muitos ‘nãos’ ao longo dos anos também explica por que temos hoje uma rede mais madura e consolidada", constata a empreendedora.
Sobre o futuro, Patrícia reforça que a prioridade imediata é a consolidação no Brasil. A internacionalização segue no radar, mas deve ocorrer em um segundo momento, após a rede atingir todo o potencial de expansão em território nacional. “Primeiro, queremos consolidar bem a marca aqui, fortalecer nossa rede de franqueados e explorar ao máximo os pontos comerciais que fazem sentido para o nosso modelo. Só depois vamos olhar para fora”, afirma.
Para a empreendedora, ter a Royal Trudel acompanhada de perto pelo GeraçãoE desde os primeiros anos também foi parte importante dessa construção. Ela recorda a primeira reportagem, em 2018, como um marco que ajudou a dar visibilidade à marca. “Lembro que, depois da publicação, vários clientes foram conhecer a loja porque tinham visto a matéria. Foi uma chancela importante, principalmente no começo, quando a gente precisa muito dessa validação externa. O impacto daquela primeira reportagem foi enorme para nós.”

