Desde 1996, o bairro Auxiliadora, em Porto Alegre, tem um negócio que se dedica exclusivamente a preservar o sabor e a memória de um dos pratos mais típicos da cultura gaúcha: o mocotó. Sérgio Bassotti é o empreendedor à frente da operação sazonal Rei do Mocotó, a responsável pelas "clássicas filas do inverno" para apreciar a receita.
Foi em um 1º de abril que as portas do restaurante se abriram pela primeira vez, e assim seguiu ano a ano, com um funcionamento que tipicamente ocorre até outubro. Quem adentra o número 161 da rua Coronel Bordini, encontra um restaurante com cara de casa. Mesas com toalhas floridas, cortinas amarelas, a cozinha logo ali. As paredes, por sua vez, são forradas pelas memórias. De cima a baixo, fotos de quem já passou por ali compõem o ambiente.
Entre tantos clientes, do bairro ou daqueles que aparecem na televisão, as fotografias e registros deixados nas paredes contam inúmeras histórias vividas pelo Rei do Mocotó. E não são poucos os nomes conhecidos: Sérgio já serviu a Alcione, Jerônimo Jardim, Lulu Santos, Ronaldinho, ganhadores do Masterchef e até Roberto Carlos, em seu próprio camarim.
Foi em um 1º de abril que as portas do restaurante se abriram pela primeira vez, e assim seguiu ano a ano, com um funcionamento que tipicamente ocorre até outubro. Quem adentra o número 161 da rua Coronel Bordini, encontra um restaurante com cara de casa. Mesas com toalhas floridas, cortinas amarelas, a cozinha logo ali. As paredes, por sua vez, são forradas pelas memórias. De cima a baixo, fotos de quem já passou por ali compõem o ambiente.
Entre tantos clientes, do bairro ou daqueles que aparecem na televisão, as fotografias e registros deixados nas paredes contam inúmeras histórias vividas pelo Rei do Mocotó. E não são poucos os nomes conhecidos: Sérgio já serviu a Alcione, Jerônimo Jardim, Lulu Santos, Ronaldinho, ganhadores do Masterchef e até Roberto Carlos, em seu próprio camarim.
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O empreendedor trabalha com as vendas há 42 anos, quando iniciou no ramo do hortifruti. “Assim, começamos. Fui colocando mesinhas, já tínhamos um bom relacionamento com os clientes, até se tornar uma referência”, recorda. “Quem trabalhe só com mocotó não tem outro. Logo em seguida, começamos com os congelados, que oferecemos para redes de supermercados”, descreve Sérgio.
O empreendedor trabalha com as vendas há 42 anos, quando iniciou no ramo do hortifruti. “Assim, começamos. Fui colocando mesinhas, já tínhamos um bom relacionamento com os clientes, até se tornar uma referência”, recorda. “Quem trabalhe só com mocotó não tem outro. Logo em seguida, começamos com os congelados, que oferecemos para redes de supermercados”, descreve Sérgio.
Cardápio do Rei do Mocotó
Na linha de congelados, além do mocotó, o empreendimento vende dobradinha - prato que leva apenas o mondongo e o molho vermelho -, feijoada, lentilha e sopa de capeletti.
No local, o mocotó é feito diariamente, a partir das 10h30min, e segue compondo as mesas até as 21h. O prato segue a receita clássica e vem acompanhada pelo pão e temperinho verde, como manda a tradição. “O pessoal vem buscar também de panela. Se formam filas de pessoas com as panelas para levar, ou então para comprar no pote para quem não traz”, explica. O preço é R$ 60,00 a terrina - recipiente geralmente com tampa em forma de panela, também chamada de sopeira - de 720g, que dá em torno de dois pratos.
No local, o mocotó é feito diariamente, a partir das 10h30min, e segue compondo as mesas até as 21h. O prato segue a receita clássica e vem acompanhada pelo pão e temperinho verde, como manda a tradição. “O pessoal vem buscar também de panela. Se formam filas de pessoas com as panelas para levar, ou então para comprar no pote para quem não traz”, explica. O preço é R$ 60,00 a terrina - recipiente geralmente com tampa em forma de panela, também chamada de sopeira - de 720g, que dá em torno de dois pratos.
O mocotó é servido em terrinas, com opção para comer no local ou levar para casa
TÂNIA MEINERZ/JC
Para harmonizar com o prato, a bebida servida no restaurante é da Casa Di Neni, uma linha de vinhos da vinícola Caetano Vicentino, além de outros rótulos gaúchos. No meio do inverno rigoroso que os gaúchos enfrentam em 2025, as vendas estão altas. “Tem que rezar para ser uma boa temporada. O tempo como está agora é favorável, esse ano vai ser bom.” Além disso, ele observa o quanto os termômetros influenciam na presença da clientela. “É impressionante, se na próxima semana fizer calor, da noite para o dia acontece uma queda de 80% nas vendas”, expressa.
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No restante do ano, o negócio se sustenta a partir dos congelados disponíveis nos supermercados locais. Sérgio conta que, no último ano, com a crise climática vivida pelo Rio Grande do Sul, algumas dificuldades surgiram, pois muitos outros empreendimentos, clientes e regiões próximas foram severamente atingidas. “Mas conseguimos trabalhar, porque o pessoal vinha para cá ou levava para casa para comer. Na pandemia também, conseguimos colocar apenas uma mesa na rua e oferecer o produto pronto”, conclui.
No Rei do Mocotó a forma de fazer um pedido também é raiz. Por lá, só ligando. “Cada cliente tem as suas preferências e nós já sabemos cada observação.” A respeito do trabalho de manutenção da tradição, Sérgio, que observa o interesse da clientela pelo prato, é confiante. “As pessoas pensam que irá terminar os clientes do mocotó, que são apenas pessoas mais velhas. Mas aqui vemos crianças comendo, provando com os pais, é a coisa mais linda”, conclui.
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No restante do ano, o negócio se sustenta a partir dos congelados disponíveis nos supermercados locais. Sérgio conta que, no último ano, com a crise climática vivida pelo Rio Grande do Sul, algumas dificuldades surgiram, pois muitos outros empreendimentos, clientes e regiões próximas foram severamente atingidas. “Mas conseguimos trabalhar, porque o pessoal vinha para cá ou levava para casa para comer. Na pandemia também, conseguimos colocar apenas uma mesa na rua e oferecer o produto pronto”, conclui.
No Rei do Mocotó a forma de fazer um pedido também é raiz. Por lá, só ligando. “Cada cliente tem as suas preferências e nós já sabemos cada observação.” A respeito do trabalho de manutenção da tradição, Sérgio, que observa o interesse da clientela pelo prato, é confiante. “As pessoas pensam que irá terminar os clientes do mocotó, que são apenas pessoas mais velhas. Mas aqui vemos crianças comendo, provando com os pais, é a coisa mais linda”, conclui.
A história do negócio
Coincidentemente, o GeraçãoE foi conhecer a história do Rei do Mocotó um dia depois do aniversário da Irene Bassotti, esposa de Sérgio. Entre as mesas e o balcão do espaço, as flores e os balões em homenagem a ela enfeitavam o lugar e denunciavam que o restaurante também é um espaço festivo, como conta Sérgio animadamente.
Além de companheira no empreendedorismo, Irene é a responsável por passar adiante a receita que atravessa gerações. Ela é filha de Arno Artur Drose, o responsável pelo primeiro empreendimento a se chamar Rei do Mocotó. Com quase 70 anos de história, o negócio está localizado em Cachoeirinha, Região Metropolitana, onde Sérgio e Irene ainda vivem.
A "clássica fila do inverno", na unidade de Cachoeirinha, em 1974
REIDOMOCOTOCACHOEIRINHA/REPRODUÇÃO/JC
Em meio a tantas lembranças, pedir para Sérgio escolher um momento para rememorar é deixá-lo com o coração dividido, mas dentre tantas imagens, um texto emoldurado chama a atenção. As palavras são de Carlos Urbim, que foi um jornalista e escritor de livros infanto-juvenis gaúcho, e deixou a mensagem por meio da página de depoimentos do site.
“Quando bate saudade da minha terra, Sant’Ana do Livramento, não preciso ir muito longe, pois sou vizinho do Rei do Mocotó. Graça a Deus! [...] Sempre sorridente, ele é a pessoa mais feliz que conheço. [...]”, escreveu.
Sérgio remonta o ano de 2009, quando Carlos Urbim foi patrono da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre. “Fiz uma festa para ele e para mim, que estava de aniversário. Tenho fotos dele com o banner. Onde ele fosse dar entrevista, dizia que a primeira homenagem havia sido aqui”, conta o empreendedor.
“[...] Uma das maiores emoções que a atividade de escritor me proporcionou foi ser homenageado pelo Rei do Mocotó, quando eleito Patrono da 55ª Feira do Livro. Com direito a banner exposto na frente do restaurante. Me considerei celebridade, pelo menos na Bordini. [...]”, continuou Carlos Urbim.
Após as décadas de negócio, Sérgio diz que sua satisfação só se traduz em uma coisa: saúde. "Minha realização é continuar com saúde para continuar a trabalhar, a atender a clientela. Os clientes se tornaram nossos amigos. E então aquela satisfação deles vem quando chega o frio. ‘Sérgio, a gente estava com saudades’, dizem e entram.”
A receita servida no restaurante é uma tradição da família de Irene
TÂNIA MEINERZ/JC

