O Projeto Flotilha, desenvolvido pelo Veleiros do Sul, tem sido um importante instrumento de formação de jovens atletas da vela no Rio Grande do Sul. A iniciativa, que existe desde 2016 e já beneficiou cerca de 150 crianças e adolescentes entre 10 e 15 anos, é viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte. O objetivo é custear treinamentos, competições e despesas logísticas da equipe de base do clube — a Flotilha de Optimist —, que representa o primeiro passo para quem sonha em chegar ao alto rendimento.
De acordo com o gerente de esportes do Veleiros do Sul e responsável pelo projeto, Odecio Adam, o incentivo tem um papel essencial para viabilizar o acesso de jovens ao esporte de vela. “O custo para participar de campeonatos e manter uma campanha esportiva é muito alto. Esses projetos ajudam a subsidiar atletas e equipes, garantindo que talentos possam se desenvolver independentemente da condição financeira”, explica.
A atual edição, o Projeto Flotilha 3, tem captação aberta até 8 de dezembro. Parte dos recursos já foi arrecadada, o que permitirá o início da execução a partir de janeiro de 2026. Paralelamente, o clube já aprovou o Projeto Flotilha 4, garantindo a continuidade da iniciativa. Empresas e pessoas físicas podem destinar parte do Imposto de Renda devido — 2% no caso de empresas e 7% para pessoas físicas — ao projeto, ajudando a manter o programa de formação esportiva.
Com treinamentos regulares às quartas, sextas, sábados e domingos, o grupo também participa de competições estaduais, nacionais e internacionais. Em 2025, os resultados foram expressivos: na categoria estreantes, o Veleiros do Sul conquistou do segundo ao quinto lugares no Campeonato Estadual. Já entre os veteranos, o clube fez o pódio completo, com Francisco Rosito como bicampeão estadual, seguido por Uma Creixell e Leonardo Schreiner
O sucesso da atleta Uma Creixell, de 14 anos, ilustra o impacto do projeto. Integrante da Flotilha, ela foi campeã europeia feminina de Optimist em 2025, competindo com cerca de 200 velejadores no continente. “A Uma é um exemplo de como o investimento na base traz resultados. Ela treina e compete aqui e hoje é referência internacional”, destaca Adam.
Os próximos desafios da equipe incluem o Campeonato Aquece Brasileiro, em dezembro, e a Copa Brasil de Vela e o Campeonato Brasileiro de Optimist, em janeiro de 2026, ambos realizados na Ilha de Itaparica (BA). As competições servirão como seletiva para o Campeonato Mundial da categoria. “Nosso objetivo é, mais uma vez, ter representantes entre os cinco melhores velejadores do país e garantir vaga na equipe nacional”, afirma o gerente.
Entre os jovens está Samuel Albrecht, que é destaque do Veleiros do Sul e participou de três Olimpíadas — Pequim, Rio e Tóquio. O projeto é conduzido por uma equipe técnica formada pelos treinadores Salvatore Kramer (estreantes), Pedro Correia e Thiago Quevedo (veteranos), profissionais reconhecidos no meio da vela.
Odecio Adam reforça que o Projeto Flotilha é uma porta de entrada para o esporte e um exemplo de como o incentivo fiscal pode gerar impacto social. “A vela é uma modalidade que ensina disciplina, responsabilidade e trabalho em equipe. Cada real destinado aqui retorna em formação, cidadania e conquistas esportivas.”
Empresas e pessoas interessadas em apoiar o projeto podem obter mais informações diretamente com o Veleiros do Sul, em Porto Alegre, e contribuir para a continuidade dessa flotilha que vem formando campeões dentro e fora d’água.