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Publicada em 02 de Setembro de 2024 às 14:33

Para Renato Portaluppi, ele ganha e os jogadores perdem

Técnico gremista tirou três dos quatro melhores jogadores do time em um espaço de 15 minutos

Técnico gremista tirou três dos quatro melhores jogadores do time em um espaço de 15 minutos

LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA/JC
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Juliano Tatsch
Juliano Tatsch Editor-assistente
Qualquer pessoa que algum dia disputou uma partida de futebol, seja profissionalmente, seja na várzea, na pracinha, no recreio da escola ou com chinelos marcando as traves no meio da rua sabe que, para vencer um confronto, os melhores jogadores têm de jogar. Se você abrir mão dos melhores, a probabilidade de derrota cresce vertiginosamente. Pois, ao que tudo indica, Renato Portaluppi é um dos poucos que já chutaram uma bola e que não sabe disso.
Qualquer pessoa que algum dia disputou uma partida de futebol, seja profissionalmente, seja na várzea, na pracinha, no recreio da escola ou com chinelos marcando as traves no meio da rua sabe que, para vencer um confronto, os melhores jogadores têm de jogar. Se você abrir mão dos melhores, a probabilidade de derrota cresce vertiginosamente. Pois, ao que tudo indica, Renato Portaluppi é um dos poucos que já chutaram uma bola e que não sabe disso.
Senão vejamos.
O Grêmio vencia o Atlético-MG por 2 a 0 em seu retorno à Arena na ensolarada manhã de domingo (1). Mesmo com um jogador a menos, o Tricolor não sofria muito e mantinha a vantagem com uma atuação defensiva sólida e boas chegadas ao ataque, com o centroavante Braitwhite quase ampliando o placar aos 8 minutos do segundo tempo, com uma cabeçada que acertou a trave do Galo.
Pois bem, cinco minutos depois desse lance, aos 13, Renato sacou o dinamarquês do jogo e colocou o zagueiro Natã em campo. Ao mesmo tempo, Portaluppi tirou Monsalve e colocou Edenílson. Aos 27, O Atlético-MG descontou de pênalti. No minuto seguinte, Renato tirou Cristaldo e colocou Nathan Fernandes em campo.
Ou seja, em 15 minutos, o técnico gremista tirou do jogo três dos quatro melhores jogadores da equipe (Soteldo seguiu jogando).
O resultado não poderia ter sido diferente: amasso do time mineiro, uma virada relâmpago e uma derrota vergonhosa do Grêmio.
Pior do que as mexidas que fez no time no decorrer do confronto, foi a entrevista de Renato depois da partida. Como de praxe, Portaluppi colocou toda a culpa do revés nos jogadores que, segundo ele, cometeram “erros infantis” que causaram o fracasso. Ele, o comandante que tirou do time os melhores jogadores, não errou, como, aliás, não erra nunca em sua própria visão dos acontecimentos. Renato se acha perfeito, nunca erra, nunca se atrapalha, nunca se equivoca.
Resumidamente, para Portaluppi, ele ganha e os jogadores perdem.
O Grêmio ainda não está totalmente livre do risco de rebaixamento. O elenco foi reforçado, há boas opções para todas as posições. Mas os erros seguidos do treinador têm custado caro demais ao time e ao clube, visto o grande prejuízo financeiro com as eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores da América.
Renato agora está no Rio de Janeiro, curtindo a folga da parada da data Fifa. Nada de errado nisso. Nos dias de folga, o profissional pode e deve fazer o que bem entender. O que a torcida gremista espera é que, nesses dias junto às areias cariocas, o técnico aprenda – ou relembre, caso tenha esquecido – que os melhores têm de jogar sempre.

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