Porto Alegre, ter, 08/04/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 08 de Agosto de 2024 às 16:53

Dois olhares sobre a eliminação do Grêmio na Copa do Brasil

Tricolor tentou, mas não conseguiu avançar no torneio

Tricolor tentou, mas não conseguiu avançar no torneio

Lucas Uebel/Grêmio/Divulgação/JC
Compartilhe:
Juliano Tatsch
Juliano Tatsch Editor-assistente
O que faltou ao Grêmio para passar pelo Corinthians e avançar para as quartas de final da Copa do Brasil? A desclassificação do time de Renato Portaluppi pode ser analisada sob dois aspectos.
O que faltou ao Grêmio para passar pelo Corinthians e avançar para as quartas de final da Copa do Brasil? A desclassificação do time de Renato Portaluppi pode ser analisada sob dois aspectos.
O primeiro deles diz respeito à partida da noite desta quarta-feira (7) em si, em que o Grêmio teve uma atuação burocrática, pouco inspirada, sem muita ambição e, aparentemente, satisfeita com o empate sem gols que levou a decisão para os pênaltis.
O segundo, por sua vez, abarca o contexto e o momento gremista na temporada. O Tricolor vive um cenário muito difícil no Campeonato Brasileiro, correndo sério risco de rebaixamento. Até esta quarta-feira, o Grêmio estava envolvido em três competições – Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores da América – e basta ver o time em campo para perceber que o elenco e a preparação técnica não suportariam manter isso por muito tempo sem que o impacto fosse percebido. E o impacto, no caso, seria um time desgastado no campeonato nacional.
O Grêmio vem se recuperando dentro de campo. O time não é mais aquele saco de pancadas do começo do Brasileirão, vem de vitórias seguidas no campeonato e dá sinais de que irá conseguir se salvar do descenso. Fez dois enfrentamentos parelhos com o Corinthians e, mesmo com a eliminação, não se pode dizer que foi inferior aos paulistas – com exceção das cobranças de pênalti que foram desastrosas.
Diante disso, não ouso dizer que o Grêmio jogou com o freio de mão puxado contra o Corinthians em Curitiba. Entretanto, também não posso afirmar que a equipe suou sangue para sair do gramado do estádio Couto Pereira com a vaga.
O time parece ter feito o possível frente ao contexto em que está inserido. Algo como “vamos nos esforçar, jogar o melhor possível, mas, não nos esqueçamos de que estamos na rabeira do Brasileirão e temos a obrigação de sair de lá”.
Copa do Brasil e Libertadores se tornaram objetivos secundários do Grêmio nesta temporada. Nenhum título poderia apagar a mancha de um quarto rebaixamento para a Série B.
Sendo assim, ser eliminado em uma competição de mata-mata é sempre ruim, ainda mais nas penalidades. O Tricolor perdeu a chance de lutar pelo sexto título do torneio e deixou de faturar uma bela grana. Mas, torcedor gremista, o tempo para lamentar é curto e todo o foco do clube e da torcida tem de estar direcionado para a fuga do Z-4 no Brasileirão. Agora, é preciso remobilizar o elenco e mirar o confronto contra o Cuiabá, no sábado. Vencer é imprescindível.
Os “pitis” de Renato
O técnico Renato Portalupppi proporcionou mais uma vez, na entrevista coletiva pós-jogo contra o Corinthians, um confronto contra repórteres que o cobraram em razão do desempenho decepcionante do time. Renato é um craque da arte do diversionismo. Quando o time está em uma situação ruim, é derrotado ou eliminado, fomenta o conflito com o agente externo – a imprensa, no caso. É a mesma estratégia que governantes em crise usam: quando o bicho pega dentro de casa, cria uma guerra para unir o seu povo. É isso que Renato faz. Quando briga com a imprensa, o objetivo é trazer a torcida para o seu lado sem precisar dar explicações sobre o que há de errado com o time. Às vezes dá certo, às vezes não dá.

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários