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Publicada em 19 de Abril de 2024 às 11:49

Joel Jota renuncia ao papel de padrinho do Time Brasil em Paris-2024 após ser alvo de críticas

le comunicou a decisão em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira

le comunicou a decisão em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira

Instagram/ Reprodução/Jc
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Agência Estado
O empresário Joel Jota renunciou ao papel de padrinho do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 após ser alvo de críticas por mentir sobre a sua carreira na natação. O coach e ex-nadador também atuaria como mentor dos atletas da delegação na capital francesa. Ele comunicou a decisão em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (19) e voltou a se defender, afirmando que a função não tem qualquer relação com o participações olímpicas ou conquistas de medalhas.
O empresário Joel Jota renunciou ao papel de padrinho do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 após ser alvo de críticas por mentir sobre a sua carreira na natação. O coach e ex-nadador também atuaria como mentor dos atletas da delegação na capital francesa. Ele comunicou a decisão em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (19) e voltou a se defender, afirmando que a função não tem qualquer relação com o participações olímpicas ou conquistas de medalhas.

"Após ter ficado muito feliz pelo convite, cheguei à conclusão que será melhor para mim e para a minha família que eu não participe mais como padrinho da delegação brasileira em Paris", escreveu Jota, na publicação.

O anúncio de Jota pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) como padrinho e mentor do Time Brasil repercutiu negativamente no meio esportivo. Outros atletas apontaram como mentiras trechos do site de Jota, que atua como "treinador mental" e com performance esportiva. As críticas foram levantadas principalmente por Joanna Maranhão, finalista olímpica em Atenas-2004 no 400m medley, e Bruno Fratus, medalhista de bronze nos Jogos de Tóquio, em 2021, nos 50 metros livre. Nas redes sociais, eles reiteraram um incômodo da comunidade esportiva por Joel se vender como ex-integrante da seleção brasileira de natação.

Ao Estadão, o ex-atleta rebateu as críticas e falou sobre sua carreira. "O COB veio atrás de mim por conta de tudo aquilo que fiz na minha carreira após a natação. Eu não estou indo para nadar. Eu estou indo porque eu sou uma pessoa que tem rede social grande, que posso mostrar os valores olímpicos. Vou dar uma levantada na motivação. Não vou fazer nenhum papel de treinador, não vou fazer nenhum papel de psicólogo", disse sobre o motivo de ter sido chamado como padrinho e mentor.

A reportagem do Estadão apurou que Joel Jota nunca foi convocado para defender a seleção brasileira de natação. Ele conquistou medalhas e esteve em torneios em que bastava o pagamento de taxas de inscrição para participar, sem a necessidade de alcançar determinado índice. Compõem a seleção nadadores que obtiveram marcas suficientes para se classificar para torneios de maior relevância - como Campeonato Mundial ou Jogos Olímpicos - ou que foram chamados pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

"Eu já fui para a Copa do Mundo de natação como nadador e é uma convocação de seleção brasileira. Você não vai achar em nenhum lugar eu dizendo: 'Eu fui para Olimpíada'", defende Jota. "Tem seleção brasileira de Copa do Mundo, de categoria juvenil. Imagina eu palestrando para 10 mil pessoas e falar: 'Então, gente, deixa eu falar uma coisa para vocês. Eu fui seleção brasileira na categoria...' Não importa. Fui seleção, atleta, fui campeão. Sou escritor, dou um overview. E vivi uma vida regrada e disciplinada no esporte", conclui.

A Copa do Mundo que Joel Jota se refere é um torneio composto por diversas etapas e organizada pela World Aquatics, a federação internacional de esportes aquáticos. Ele afirma que atuou representando o Brasil nas edições de 2005, em Durban, na África do Sul, e em 2006, em Belo Horizonte, o que é confirmado no site da CBDA, que também aponta 64 medalhas de ouro para o ex-nadador, incluindo torneios regionais, juvenis e juniores.

Apesar da organização da World Aquatics, o torneio tem nível técnico menor do que o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, competição de maior prestígio, junto aos Jogos Olímpicos. Jota disputou duas etapas da Copa do Mundo, cuja maioria das etapas são de piscina curta (25 metros), ou seja, com menor status no universo da modalidade.

Pelo convite do COB, o empresário ficaria 20 dias com o Time Brasil em Paris. Ao Estadão, ele afirmou que não receberia cachê, mas teria os custos de passagem, estada e alimentação cobertos pela entidade. A ideia, segundo ele, era divulgar atletas nas suas redes e em seu podcast e incentivar patrocinadores.

O programa de madrinhas e padrinhos do COB tem famosos do esporte e de diversas áreas da sociedade, como Zico, Murilo Rosa, Fernanda Tavares, Larissa Manoela, Pedro Scooby, Sabrina Sato, Hugo Gloss, Wesley Safadão e Casimiro Miguel. A intenção do COB é "engajar a torcida e ajudar a promover o esporte olímpico e os atletas nacionais".


QUEM É JOEL JOTA?


Jota ficou mais conhecido após a carreira como nadador, quando passou a atuar como influenciador digital, acumulando mais de 5 milhões de seguidores no Instagram. Ele começou a trabalhar como coach esportivo em 2013 e já ministrou cursos para o pai de Neymar, o que o levou a ser coordenador do Instituto Neymar Jr entre 2014 e 2021.

No meio do futebol, Joel Jota também atuou com o atacante Rodrygo, do Real Madrid e da seleção brasileira, com "treinamentos mentais" em 2022. Antes, ele trabalhou com o ex-jogador Gilberto Silva. No ano passado, o Santos contou com palestras de Jota para incentivar o elenco que vivia má fase e tentava fugir do rebaixamento.

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