Empatia. Uma palavra que tem se tornado cada vez mais popular. Mas, com um significado que nem sempre é conhecido. Para a analista de exportação Rubia de Andrade, esse foi o maior aprendizado que o voluntariado na Alliance One Brasil (AOB) proporcionou.
“Falar de empatia é muito bonito, mas sentir o significado disso é de fato conseguir se colocar no lugar da outra pessoa”, explica. Rubia trabalha no setor de Tráfego e Exportação da empresa há cerca de 15 anos, e a solidariedade esteve presente desde o início dessa trajetória.
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Hoje, após mais de uma década de atuação na companhia, a analista é uma das gestoras do Abraço Solidário, na unidade de Venâncio Aires. Entre as suas funções, está a organização e o direcionamento das doações coletadas pelo programa, que mobilizou R$1 milhão para atender cerca de 4,4 mil pessoas apenas em 2024.
Para a gerente de Assuntos Corporativos da Alliance One Brasil, Deise Ziebell, o projeto já faz parte do “DNA da empresa”, que, há vinte anos, se destaca no ramo dos negócios com tabaco. Hoje, a subsidiária da Pyxus International tem 95% da sua produção exportada para outros países. E os números não param por aí.
Quando o assunto é solidariedade, em 2024, cerca de 14 mil pessoas foram beneficiadas pelos programas de responsabilidade social da corporação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Ao todo, há 200 voluntários distribuídos em diferentes projetos, que vão desde a coleta de doações até a organização de espetáculos teatrais para crianças.
“O voluntariado veio do desejo dos próprios colaboradores, desse sentimento de querer ajudar o próximo”, afirma a analista de Comunicação e Responsabilidade Social, Daiane Aguirres.
Com 15 anos de história, o Abraço Solidário tem cumprido essa missão, até mesmo, em momentos críticos. “Em 2024, diante da tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul, a Alliance One não mediu esforços para fazer a sua parte”, afirma Deise. Além de mobilizar voluntários, a companhia investiu um recurso direto de R$750 mil para ajudar colaboradores e produtores rurais atingidos pelas cheias.
Ao mesmo tempo, os integrantes do Abraço Solidário, em conjunto com a Associação Atlética da empresa, mobilizaram campanhas para arrecadação de itens essenciais - incluindo roupas, alimentos e água - e valores nos três estados da Região Sul do País.
As doações totalizaram R$ 55 mil, contando com aportes do exterior. Com o recurso, foram entregues 739 cestas básicas aos colaboradores afetados pelas inundações.
E não acaba aí. “Para os produtores, além do recurso disponibilizado, a empresa teve todo um pacote de medidas relacionado ao parcelamento ou mesmo à disponibilização de insumos agrícolas, já que muitos perderam as suas mudinhas de tabaco. Então, foram várias frentes de atuação”, destaca Deise.
Compromisso com as infâncias
“Dentro do setor do tabaco, há uma bandeira muito forte, que é evitar que menores de 18 anos se envolvam com qualquer atividade agrícola relacionada ao tabaco. E nós vemos a educação como um meio transformador para fortalecer esse compromisso”, afirma Deise.
Além do Abraço Solidário, a empresa desenvolve uma série de outros projetos, como o Programa Vagalume, que oferece aulas de robótica, teatro, marcenaria e oficinas sensoriais no período de contraturno escolar.
Apenas em 2024, foram 380 crianças atendidas e 1,7 mil horas de atividades oferecidas em cinco escolas
Gelson Pereira/Alliance One Brasil/Divulgação/JC
Realizada em parceria com governos municipais, a iniciativa de jornada escolar ampliada tem sido desenvolvida de maneira personalizada nos municípios de Camaquã (RS), Sinimbu (RS), Pouso Redondo (SC) e Ipiranga (PR).
Para Daiane, as ações são construídas com base em uma escuta ativa das demandas da comunidade. “O projeto é diferente em cada escola, porque as instituições nem sempre têm as mesmas necessidades. E é por isso que precisamos ouvir cada localidade. A gente não constrói sozinho”, explica.
Apenas em 2024, foram 380 crianças atendidas e 1,7 mil horas de atividades oferecidas em cinco escolas. Tudo isso, com um objetivo em mente: construir ambientes mais seguros para o desenvolvimento infantil, favorecendo novas oportunidades de transformação social.
E, quando se trata de desenvolvimento infantil, há ainda o Reciclamundo, que visa apresentar a cultura e a educação ambiental às crianças da zona rural por meio de um espetáculo teatral de autoria da produtora cultural d.marin, de Passo Fundo.
A analista entende que a proposta é diferente do aprendizado em sala de aula. “É um projeto que desperta curiosidade sobre o meio ambiente e o futuro do nosso Planeta, ao mesmo tempo que traz essa conscientização de uma forma bastante divertida”, explica.
Em três anos de atividades, a peça, que é escrita e interpretada pela companhia de teatro Armazém, Cultura e Entretenimento, trata sobre o impacto negativo gerado a partir do desperdício de resíduos de plásticos. Ao todo, 18 municípios da Região Sul sediaram a apresentação, que é apoiada pela AOB e pela China Brasil Tabacos.
Em busca de um futuro melhor
Para Daiane, a atuação nas escolas está alinhada à construção de um futuro melhor para as crianças da zona rural. “Se a gente trabalhar com a educação, vamos estar contribuindo com a cidadania de jovens, que vão poder trabalhar na nossa empresa ou que vão ser produtores”, explica.
Desde 2021, a empresa opera a partir de uma estratégia de ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance), que contempla uma série de metas para serem atingidas até 2030. Entre elas, está a ampliação dos programas de responsabilidade social.
“É imprescindível que todas as organizações olhem para as comunidades de entorno, e vejam que também têm uma responsabilidade com elas”, ressalta Deise.
Para o futuro, a empresa projeta novas iniciativas voltadas à educação, ao desenvolvimento tecnológico, ao empreendedorismo e ao protagonismo juvenil. Entre as mudanças, deve estar o retorno do projeto de doação de livros Abre Aspas, que foi interrompido em 2024.
“Nos nossos planos para o futuro, com certeza, continuaremos investindo em responsabilidade social. Certamente teremos novos projetos. Mas, por enquanto, não queremos dar spoiler”, brinca a analista.