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Publicada em 22 de Maio de 2025 às 18:01

A história do Musical Saracura, grupo que ajudou o rock gaúcho a alçar voo

Surgido em meio à efervescência porto-alegrense do final dos anos 1970, o Musical Saracura alçou voos que influenciam até hoje a música gaúcha

Surgido em meio à efervescência porto-alegrense do final dos anos 1970, o Musical Saracura alçou voos que influenciam até hoje a música gaúcha

LUIZ ANTONIO CATAFESTO/REPRODUÇÃO/JC
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Cristiano Bastos
Naqueles remotos dias em que o mundo vivenciava a febril era disco chegar aos seus estertores e, por outro lado, ainda assimilava a revolução advinda da eclosão do punk, a juventude urbana porto-alegrense, com autêntico interesse e entusiasmo, presenciava o nascimento de seu primeiro (e febril) fenômeno pop de feições regionais. No ano de 1978, ensaiava sua decolagem na capital gaúcha o Conjunto Saracura, Musical Saracura ou simplesmente Saracura, grupo cujo curto, porém certeiro, voo deu rasantes vertentes sonoras sobrevoando sobre os domínios dos mais distintos gêneros sonoros. Entrelaçando nativismo, xote, tango e outras milongas mais, o Saracura forjou uma linguagem particular e referencial para a música jovem-adulta riograndense.
Naqueles remotos dias em que o mundo vivenciava a febril era disco chegar aos seus estertores e, por outro lado, ainda assimilava a revolução advinda da eclosão do punk, a juventude urbana porto-alegrense, com autêntico interesse e entusiasmo, presenciava o nascimento de seu primeiro (e febril) fenômeno pop de feições regionais. No ano de 1978, ensaiava sua decolagem na capital gaúcha o Conjunto Saracura, Musical Saracura ou simplesmente Saracura, grupo cujo curto, porém certeiro, voo deu rasantes vertentes sonoras sobrevoando sobre os domínios dos mais distintos gêneros sonoros. Entrelaçando nativismo, xote, tango e outras milongas mais, o Saracura forjou uma linguagem particular e referencial para a música jovem-adulta riograndense.
O Saracura ("a ave de todos os banhados" em tupi-guarani) trazia como tripulantes os músicos Nico Nicolaiewsky, Sílvio Marques, Flavio Coiro Dias "Chaminé" e Fernando Pezão (ocupando na bateria o lugar que inicialmente pertencia a Maria Cristina Raimundo, a "Gata"). O quarteto também alistava aliados como Cláudio Levitan, Mário Barbará e Zé Flávio. Sucesso entre o público de Porto Alegre, não demorou muito para que o Saracura passasse também a conquistar o restante do Rio Grande do Sul.
O letrista e violonista Silvio Marques tributa a Cláudio Levitan e seu anárquico espetáculo teatral Em Palpos de Aranha uma decisiva inspiração para o Saracura. "Dois outros artistas fundamentais nessa gênese foram Nelson Coelho de Castro (o qual presenteou-lhes com duas canções para o repertório nos shows) e Bebeto Alves, a partir de seu grupo Utopia", frisa Marques.
Para Nelson Coelho de Castro a soma da personalidade de cada um dos integrantes do Saracura resultava num encontro que define como "sempre bonito de ver e sentir". Também havia no grupo, diz o compositor, a mágica epifania e um repertório inovador. "O Saracura era um amálgama: os registros e os timbres das vozes de Silvio e Nico, a levada pulsante tanto da Gata quanto do Pezão e o suingue do baixo característico do Chaminé, que, ao tocar seu instrumento tendo a ponta de um dos pés um pouco adiante do seu corpo, parecia nos indicar para onde a música deveria transitar. E como ela transitou por nossos corações!", saúda Nelson.
O voo sonoro do Saracura, porém, aterrissou em ouvidos não só riograndenses. Lembrando a trilha sonora presente em seus tempos de adolescência, o jornalista carioca Pedro Só diz que desde 1982 é um confesso apaixonado pelo Saracura (com a qual tomou contato através de uma fita cassete gravada pela irmã mais velha). "A música que eu mais gosto é Nada mais. Trata-se de uma música lindíssima, cujo nível poderia facilmente estar, por exemplo, em um disco da Angela Ro Ro".
Biógrafo da dupla Kleiton e Kledir, o jornalista Emilio Pacheco vê como razão da genialidade do Saracura seu caráter artístico multifacetado. "Tinha dois cantores na linha de frente, que eram o Nico no piano e o Sílvio nas violas, e o veterano baixista Chaminé também fazendo seus vocais solo. As músicas iam do gauchesco ao humor, passando por temas românticas e letras mais arrojadas, numa rica combinação", explica. Era pop, gaudério, de tudo um pouco, uma overdose de talento e criatividade. Na opinião de Emílio, o disco que nos legaram foi só uma pequena amostra do que eles eram capazes de fazer. "Quem viu nos shows, não esquece. Deixaram saudade. Já quem não viu naquela época, marcou bobeira".
 

Avis rara

Único registro oficial do Saracura, LP homônimo saiu no final de 1982

Único registro oficial do Saracura, LP homônimo saiu no final de 1982

ACERVO PESSOAL FAMÍLIA CHAMINÉ/DIVULGAÇÃO/JC
O pop de feições regionais conjurado pelo Saracura nos breves vinte e cinco minutos compreendidos nas oito faixas de seu único e auto-intitulado álbum bastou para que o grupo se tornasse um dos principais artífices de uma linguagem cujas características musicais, poéticas e sonoras atingiu em cheio e inspirou profundamente compositores do chamado "rock gaúcho" como, dentre outros, Thedy Corrêa, Frank Jorge e Humberto Gessinger.
A despeito de tal influência, contudo, Silvio Marques afirma que o Saracura em absolutamente nada tinha a ver com rock e menos ainda algo em comum com os Almôndegas (ao contrário, em ambos os casos, do que comumente se vê sendo propagado na imprensa). "Eu nunca vi um disco sequer de rock na casa do Nico e vice-versa."
O conjunto de canções premiadas nos sulcos de Saracura teve produção do flautista Ayres Potthoff. Com lançamento independente e tiragem de cinco mil cópias, o LP chegou às lojas de discos no final de 1982. Trata-se de um diminuto "testamento fonográfico" deixado pelo grupo. O cancioneiro, na verdade, dá conta de mais de 60 dispersos registros fonográficos que nunca ganharam lançamento oficial. Algumas canções eternizadas no LP conquistaram popularidade de maneira espontânea, sem que necessariamente estivessem rodando na programação das emissoras de rádio mais comerciais. Já outras tornaram-se conhecidas do público nos concorridos concertos dados pelo quarteto. São os casos de duas canções de autoria de Cláudio Levitan: a balada Nada mais e o satírico Tango da mãe ("Todo menino que se preza / Fala mal de sua mãe / Diz que vai bem / Enquanto a velha passa mal").
Por outro lado, Flor obteve um bom número de execuções radiofônicas tocando na Continental. Feita pelo cantor e poeta Mário Barbará, o sucesso Xote da amizade converteu-se com o passar do tempo na música mais lembrada no cancioneiro do Saracura. Quanto aos solos que costuram a melodia de Bolero lero, o guitarrista Zé Flávio buscou inspiração nos riffs do mexicano Carlos Santana. Também de Barbará, seus versos professam algo de fatalista: "O nosso caso está todo errado / Já não há ponto de união".
De sonoridade barroco-psicodélica a faixa Toda moça ganhou arranjos de guitarra elaborados por Bebeco Garcia, o qual no ano seguinte ao lançamento de Saracura daria início à banda Garotos da Rua. Xote de Jaguarão, por sua vez, traz uma dobradinha do grupo com Kledir Ramil. Cláudio Levitan ainda comparece no disco com Marcou bobeira, cuja interpretação de seus versos sugere um 'pé na bunda': "Marcou bobeira, já era / Na brincadeira você erra / E no amor leva medo / E se afasta / Pra mim basta / Você já era".
Durante as sessões de Saracura, na verdade, o grupo fez ao todo a gravação de dez faixas. Duas delas ficaram de fora do LP: Outubro (poema de Nei Duclós musicado por Silvio Marques) e a interdita Alfredo (de autoria de Chaminé). A proibição de Outubro partiu do próprio autor, enquanto Alfredo sofreu o veto da censura em razão de sua letra trazer como protagonista uma transexual.
Saracura ganhou relançamento em 1983 pela gravadora Continental A reedição possibilitou na época que o grupo fizesse a divulgação do álbum em programas de rádio e televisão no centro do País. Nos dias que antecederam em Porto Alegre o início das sessões de gravação de seu único LP, os integrantes da banda chegaram a mostrar algumas canções à gravadora PolyGram, que recusou o disco sob a justificativa de que "não se encaixava nos padrões da música brasileira de então".
 

O canto da Saracura

Detalhe da capa do LP 'Saracura', editado de forma independente em 1982

Detalhe da capa do LP 'Saracura', editado de forma independente em 1982

DIVULGAÇÃO/JC
Por Oly Jr
Tu és daqueles(as) que entende que a música tem o poder de sarar algumas feridas da vida? Que cura males que eventualmente comprometem nossa saúde física, mental e espiritual? Eu sou! Existiu uma banda, ou conjunto, como queiram, a qual tem em seu nome e na sua proposta musical algo que fez muito por mim em tratando-se dessa condição seja de restaurar, recuperar, revigorar e também inspirar o meu fazer musical — assim como algumas mentes suscetíveis e sensíveis não só às ondas sonoras mas também às manifestações artísticas, as quais a olho nu percebe-se o incrível talento em compor obras originais (e interpretar, arranjar, e amarrar tantos elementos possíveis para virar uma unidade artística de extrema grandeza). Fosse só por analogia à ave encontrada em diversas áreas da América do Sul — de "canto" muito característico escutado no mato e em áreas alagadiças — já poderíamos pensar na incrível disposição em cumprir sua vida vocalizando e cuidando de suas plumas coloridas com altivez. Coloridas tais como a grafia do nome que vem estampado no único e homônimo álbum lançado pelo Saracura.
Um conjunto catalisador de ideias inovadoras, performance, e um manancial musical/teatral que a gente percebe e por vezes traduz como "à frente do seu tempo", que inspiraria muitos outros artistas e deixaria marcas culturais, adquirindo até um status de lenda. Materializaram com maestria uma busca por um sul contemporâneo, urbano, espontâneo, regional, sul-americano, mas brasileiro que, mais de 40 anos depois, ainda é a busca de muitos artífices que se juntam num coletivo chamado Sul Universal (procure saber), por exemplo. E pouco antes deles, e contemporâneo a eles, e depois deles, conjuntos/artistas como Pentagrama, Almôndegas, Raul Ellwanger, Bebeto Alves, Kleiton & Kledir, Vitor Ramil, Tambo do Bando, também tinham como característica a amálgama sul-brasileira-global. Mas o Saracura tinha um viés musical-cênico-satírico-debochado-poético, que se seguiria com alguns de seus integrantes e daria frutos na cena rock porto-alegrense dos anos 1980/90.
Se Brian Eno um dia falou que quem comprou o primeiro álbum do Velvet Underground (fracasso de vendas) formou uma banda, ouso dizer que temos uma situação semelhante aqui. Sim, além da coincidência das duas bandas terem integrante de nome Nico, muita gente que se deparou com o álbum do Saracura e/ou foram em algum dos seus memoráveis shows, não raro testemunham que se tornaram músicos por causa do Saracura. Um único registro fonográfico capaz de deixar marcas indeléveis desde o final dos anos 1970, até os anos iniciais da abolitiva década de 1980. Conteúdo musical-estético em nível local que fez a cabeça da viventada sulina, e brilhou os olhos de apreciadores e garimpeiros de artistas fora do mainstream, Brasil afora. Assim como o Velvet Underground cantava basicamente New York, e adquiriu status cult de arte musical contemporânea mundial, quem sabe um dia, nos cafundós do mundo, o canto e o voo vanguardeiro do Saracura não ecoe em ouvidos internacionais, sarando, curando e inspirando mais gente a fazer música com originalidade, e seja matéria apreciativa digna de públicos dispostos a se deixarem levar por xotes de revesgueio, tango, bolero-lero-lero-lero-leeero e baladas compostas e interpretadas por músicos talentosos e lendários aqui do fim da América do Sul?
 

Uma chaminé expelindo fumaça roqueira

Chaminé (ao fundo) e Egisto Dal Santo em 1990, em show da Segunda Sem Ley

Chaminé (ao fundo) e Egisto Dal Santo em 1990, em show da Segunda Sem Ley

FERNANDA CHEMALE/DIVULGAÇÃO/JC
A mínima fração roqueira existente na obra musical do Saracura deve-se ao musicalmente versátil Flavio Coiro Dias. Carinhosamente conhecido pelo apelido de 'Chaminé', o hábil contrabaixista falecido em 2004 também incursionou pelas encruzilhadas do blues (é dele a frase que tornou-se conhecida: "O rock tentou me matar, e não conseguiu. Mas o blues quase chegou lá!") com a Fat Blues Chaminé Band. Muito antes, em 1964, o contrabaixista uniu Beatles e Jovem Guarda, dando vida ao efêmero Brasa 4. Logo depois, aliando-se ao guitarrista Beto Roncaferro, o conjunto converteu-se na Bestial Project. Aceitando convite feito por Cláudio Vera Cruz, em seguida passou a integrar a formação do grupo Succo.
Além de ter tocado nas bandas de Hermes Aquino e Solon Fishbone, ainda fez parte de grupos como Irmãos Brothers, J.J.& Co e Mutuca e Os Animais. Compositor de mão cheia, Chaminé é autor de canções como Mogadon, Rock do tijolo e Plim Plim (As Pinta São Tudo Uns Cocô). O músico faleceu deixando sem lançamento uma série de canções de sua autoria, que deveriam fazer parte de seu não finalizado álbum solo. Amigo próximo e parceiro de Chaminé, o músico e produtor Egisto Dal Santo em 2019 trouxe para o repertório de seu disco 4 Magníficos três canções do baixista: Mogadon, Alfredo e O remédio.
Nas páginas do livro Gauleses Irredutíveis, o músico Léo Henkin (que participou do Saracura como guitarrista convidado) conta uma história que retrata o divertido espírito de Chaminé. O contexto é a última excursão do Saracura pelo interior do Estado e show em Uruguaiana organizado pelas freiras daquela cidade. "A apresentação rolou num ginásio, e eram as freiras que divulgavam, colavam cartazes e até mesmo organizavam o palco. Uma dessas freiras ficava pra lá e pra cá, botando faixas nas paredes e decorando. Lá pelas tantas a freirinha subiu numa escada monstruosa e o Chaminé, mais pra lá do que pra cá, no trago, ficou embaixo da escada olhando as calcinhas dela e fazendo o sinal da cruz. E todos os caras da banda caindo na gargalhada".
Top Fat
A bordo de sua Fat Blues Chaminé Band Flavio Coiro saiu-se em 1987 com Top Fat. No álbum lançado em fita-cassete o baixista aventurou-se em particulares versões para standards de blues, soul e rock’n’roll. O repertório inclui canções como Don’t let the sun catch you cryin’ (Gerry & The Pacemakers), You’ve lost that loving feeling (Righteous Brothers), Whipping post (Allman Brothers Band) e I’m the slime (Frank Zappa).

Revolucionário sborniano da canção

Nico Nicolaiewsky foi além dos voos da Saracura e marcou época como o Maestro Pletskaya de Tangos & Tragédias

Nico Nicolaiewsky foi além dos voos da Saracura e marcou época como o Maestro Pletskaya de Tangos & Tragédias

ANTONIO PAZ/ARQUIVO/JC
Nico Nicolaiewsky tornou-se reconhecido em todo Brasil como o acordeonista Maestro Pletskaya na comédia musical Tangos & Tragédias. No espetáculo criado em 1984, após a dissolução do Saracura, Nico tinha ao seu lado de Hique Gomez, que vivia o violinista Kraunus Sang. Em Tangos & Tragédias os personagens são dois cidadãos de um país imaginário chamado Sbórnia ("uma ilha peculiar que se desprendeu do continente após sucessivas explosões nucleares, vagando errante pelos mares do mundo").
Hique Gomez revela ter assistido os primeiros shows do Nico e os shows da banda Bobo da Corte, da qual Chaminé também fazia parte. Os dois, enaltece, eram grandes artistas desde o início. "Uma junção de forças transformadoras primordiais na alquimia sonora promovida pelo Saracura". Algo que compara ao recém-lançado filme sobre a trajetória do Bob Dylan, onde há uma sequência em que ele introduz uma banda com guitarras com uma pegada de rock. "Foi exatamente o que aconteceu nas participações do Saracura na Califórnia da Canção em Uruguaiana. Eles introduziram um pensamento contemporâneo na música folclórica", analisa.
Em 2013, Nico Nicolaiewsky montou o espetáculo Música de Camelô, no qual cantava sozinho ao piano, canções "super populares" segundo suas próprias palavras. O repertório incluía músicas desde Ai Se Eu Te Pego, de Michel Teló, e Tô Nem Aí, da cantora Luka, até a música do desenho animado japonês Pokémon e Tchê Tchê Rerê do cantor Gusttavo Lima, sugestões de sua filha Nina. Sobre o teor cultural do espetáculo, comentou Nico: "Preconceitos existem e é delicioso ver alguém se espantar no meio de uma canção, ao se dar conta de que está gostando de uma música que julgava odiar".
Onde Está o Amor?
Com produção de John Ulhoa da banda Pato Fu, Onde Está o Amor? é o álbum mais pop na discografia de Nico Nicolaiewsky. As 12 canções do repertório versam em suas letras sobre o amor em diferentes manifestações. No disco lançado em 2008 pelo selo Belamusica Nico apresenta canções de sua autoria como Advertência, Te amei tanto e Ser feliz. Onde Está o Amor? também traz parcerias com Antônio Villeroy, Cláudio Levitan e Fernando Pezão. As românticas Bombas de beijo e Volta menina revelam influências que vão de Roberto Carlos aos suecos do grupo ABBA.

Além das oito faixas do único álbum de estúdio, Saracura deixou cerca de 60 gravações dispersas, que aguardam compilação

Além das oito faixas do único álbum de estúdio, Saracura deixou cerca de 60 gravações dispersas, que aguardam compilação

ACERVO PESSOAL FAMÍLIA CHAMINÉ/REPRODUÇÃO/JC
* Cristiano Bastos é jornalista e autor de Julio Reny – Histórias de amor e morte (Prêmio Açorianos de Melhor Livro em 2015), Júpiter Maçã: A efervescente vida e obra, Nelson Gonçalves: O rei da boemia, Nova carne para moer e Gauleses irredutíveis – Causos & Atitudes do Rock Gaúcho. Também publicou, em 2023, a obra de jornalismo e artes gráficas 100 grandes álbuns do rock gaúcho: influências e vertentes (Nova Carne Livros).

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