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Publicada em 17 de Abril de 2024 às 16:40

Governo gaúcho quer firmar memorando com a FAO para criar plano de recursos hídricos

Agenda da comitiva gaúcha na FAO ocorreu na terça-feira, em Roma

Agenda da comitiva gaúcha na FAO ocorreu na terça-feira, em Roma

Maurício Tonetto/Secom/Palácio Piratini/Divulgação/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
De Roma, Itália
De Roma, Itália
Cada vez mais, a água é vista como um dos recursos mais preciosos do planeta. A partir dessa constatação, o governo do Rio Grande do Sul pretende articular com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Food and Agriculture Organization - FAO, no inglês) a elaboração de um plano diretor de gestão de recursos hídricos para o Estado. As tratativas começaram na viagem da comitiva do governo gaúcho à Europa e a expectativa é que culminem, mais adiante, na assinatura de um memorando de entendimento entre as duas partes, mais o governo brasileiro.
"Conversei com a vice-diretora da FAO (Maria Helena Semedo) e me anima a perspectiva de estabelecermos uma parceria, uma cooperação, no qual a gente possa ter apoio técnico para desenvolver um plano estratégico sobre irrigação e sustentabilidade hídrica do Estado para a produção de alimentos", adianta o governador Eduardo Leite. Ele acrescenta que o Rio Grande do Sul já possui várias iniciativas relacionadas ao uso da água, mas a meta é formatar um plano mais amplo e bem amarrado de todas as ações que devem ser empreendidas para melhorar a resiliência da área da produção de alimentos quando ocorrerem fenômenos climáticos severos.
O chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Joel Maraschin, complementa que a irrigação será um ponto central dentro desse planejamento dos recursos hídricos. "Essa prática é altamente ligada com a segurança alimentar"', frisa o dirigente. Além disso, um plano estruturado, aponta Maraschin, possibilitará ao Estado ter melhores respostas em casos de cheias ou secas.
Maraschin lembra ainda que a FAO já possui uma iniciativa relativa à questão hídrica no Rio Grande do Sul, com participação do Ministério brasileiro da Integração e do Desenvolvimento Regional e do governo uruguaio, que envolve a Lagoa Mirim.
A medida tem como objetivo fortalecer as capacidades dos setores públicos dos dois países, em ações conjuntas, com o foco na situação da segurança hídrica, preservação dos ecossistemas e adaptações às mudanças climáticas. O programa começou em 2023 e tem previsão de cinco anos para ser finalizado.
O Projeto Lagoa Mirim conta com um financiamento de US$ 4,7 milhões do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility - GEF, em inglês). A instituição é uma das maiores financiadoras de propostas ambientais no mundo. O grupo, que fomenta a cooperação internacional, reúne hoje 183 países e trabalha com entidades internacionais, organizações da sociedade civil e do setor privado. Desde que foi criado, em 1991, o Fundo já destinou mais de US$ 13 bilhões para cerca de quatro mil projetos.
Já o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adolfo Brito (PP), que acompanha a delegação gaúcha na Europa, também é favorável ao incentivo da irrigação no Rio Grande do Sul. "Nos últimos cinco anos foram três secas (no Estado), com muitos jovens abandonando o Interior para irem para os centros urbanos", aponta o parlamentar.
Ele adianta que, concomitantemente às tratativas envolvendo a FAO, está sendo articulada entre os poderes Legislativo e Executivo a formatação de uma legislação que esrimule a irrigação, especialmente, nas pequenas propriedades rurais.

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