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reportagem especial

- Publicada em 30 de Novembro de 2022 às 00:20

Porto Alegre e Região Metropolitana concentram os aportes de investimentos

Capital lidera investimentos no Rio Grande do Sul

Capital lidera investimentos no Rio Grande do Sul


CLAITON DORNELLES /JC
O governo estadual segue sendo protagonista nos investimentos em infraestrutura. Em 2022, o Estado lidera como maior investidor - foram liberados R$ 4,76 bilhões até novembro entre os diversos braços do Programa Avançar e o Pavimenta RS. Para os próximos anos, uma das metas é zerar o número de municípios sem acessos asfálticos.
O governo estadual segue sendo protagonista nos investimentos em infraestrutura. Em 2022, o Estado lidera como maior investidor - foram liberados R$ 4,76 bilhões até novembro entre os diversos braços do Programa Avançar e o Pavimenta RS. Para os próximos anos, uma das metas é zerar o número de municípios sem acessos asfálticos.
Grandes cidades do Rio Grande do Sul também estão investindo através de suas prefeituras. No Anuário de Investimento 2022, os municípios surgem como mais um fator de qualificação na infraestrutura. São R$ 2,3 bilhões aportados por 19 localidades.
Novo Hamburgo anunciou R$ 395,2 milhões em investimentos com recursos próprios. Gravataí, após um longo ajuste de contas e a recuperação da capacidade de obter financiamentos, anunciou investimentos de R$ 220 milhões, principalmente, para melhorias viárias e em estruturas públicas de saúde e educação, através de operação de crédito.
No mapa dos investimentos deste ano, 128 cidades receberam ou têm anunciado algum tipo de aporte, mas Porto Alegre ainda concentra R$ 12,09 bilhões, quase um quarto dos R$ 51,8 bilhões destinados a cidades específicas. Quando considerada toda a Região Metropolitana e o Vale do Sinos, 46,1% dos investimentos concentram-se nesta área.
A resolução de gargalos estruturais está no centro das discussões, por exemplo, dos distritos industriais. Em Bagé, os acessos e a dificuldade de fornecimento de água são obstáculos que desanimam potenciais investidores. O município não teve investimentos industriais rastreados pelo Anuário em 2022.

Avanço de concessões e privatizações deve impulsionar obras em 2023

O amadurecimento de uma série de processos de concessão a partir de 2023, na opinião do economista Martinho Lazzari, do DEE, pode ser um reforço importante para suprir essa necessidade estrutural em municípios, sobretudo em 2023, com previsão de redução dos investimentos públicos.
No ano passado, por exemplo, a partir da privatização da Sulgás, salienta o secretário estadual de Desenvolvimento, Joel Maraschin, o Rio Grande do Sul ganhou competições por investimentos. Foi o caso da Verallia, que optou por Campo Bom para fabricar embalagens de vidro, em detrimento de uma cidade no Paraná. No caso da energia, foi o fator decisivo para que a Fundição Ciron optasse por Alvorada em detrimento da Região Carbonífera e do Vale do Rio Pardo.
"Hoje, o primeiro fator que o empreendedor demonstra maior preocupação é a disponibilidade de energia, seguida da estrutura viária e de transporte. E aí, cada processo de concessão precisa de um bom diálogo político para avançar com equilíbrio. Pelo modelo federal para as rodovias, por exemplo, há uma possibilidade de termos quatro pedágios com média de R$ 11 para carro de passeio entre Pantano Grande e Porto Alegre. Isso complicaria ainda mais a atração de investimentos para a Metade Sul", aponta Maraschin. "É inconcebível que o Porto de Rio Grande não tenha uma via duplicada ou uma ferrovia decente para chegar nele. Ou que para ir a Gramado, o turista leve mais tempo de carro de Porto Alegre do que de avião de São Paulo para cá."

Incentivos fiscais e política para distritos industriais ajudam

Um importante termômetro para o bom resultado nos investimentos na economia gaúcha foi o avanço nas políticas de incentivo. Foram aprovados benefícios via Fundopem (programa Fundo Operação Empresa), Proedi e assinados protocolos de intenções entre empresas e o governo estadual para garantir até R$ 4 bilhões em investimentos, com 4,7 mil empregos gerados. É cinco vezes mais do que no ano passado.
"No primeiro semestre de 2021, quando estávamos sob efeitos da pandemia, trabalhamos na modernização do Fundopem e do Proedi (programa de implantação de distritos industriais). Hoje, pequenas e médias empresas têm acesso facilitado ao Fundopem Express, maioria dos projetos aprovados. E no Proedi, que antes só garantia descontos na aquisição de terrenos nos distritos industriais para quem atuava na indústria de transformação, agora agrega a logística relacionada a cada um dos distritos", explica o secretário do Desenvolvimento, Joel Maraschin.
Com isso, o Porto Indústria de Rio Grande avançou. Entre aportes industriais, de infraestrutura, serviços e empreendimentos imobiliários, a cidade recebe já recebe ou ainda receberá R$ 3,8 bilhões. Na Região Metropolitana, a antiga área da Ford, em Guaíba, encaminha-se para se tornar um centro tecnológico aeronáutico, com o investimento da Aeromot, e a provável chegada de mais uma indústria do setor de helicópteros. E até o Distrito Industrial de Alvorada entrou no radar, com o anúncio da Fundição Ciron.
Ao todo, o Estado controla oito distritos industriais que se enquadram na política de incentivos do Proedi. "É como uma mola, em 2021, tensionamos este movimento, preparando o terreno com modernização burocrática e com investimentos em infraestrutura feitos pelo Estado, principalmente. Agora, é o momento em que a mola se solta e impulsiona este crescimento", compara Maraschin.

Investimentos por município


1 Porto Alegre: R$ 12,09 bilhões
2 Guaíba: R$ 4,05 bilhões
3 Rio Grande: R$ 3,8 bilhões
4 Pinheiro Machado: R$ 2,9 bilhões
5 Santana do Livramento: R$ 2,7 bilhões
6 Triunfo: R$ 2,2 bilhões
7 Candiota: R$ 2,5 bilhões
8 Canoas: R$ 2,02 bilhões
9 Gramado: R$ 1,3 bilhão
10 Santa Maria: R$ 1,01 bilhão
11 Garruchos: R$ 950 milhões
12 Gravataí: R$ 927 milhões
13 Caxias do Sul: R$ 827,1 milhões
14 Osório: R$ 805 milhões
15 Lajeado: R$ 797,7 milhões
16 Novo Hamburgo: R$ 792,2 milhões
17 Bento Gonçalves: R$ 770,9 milhões
18 Passo Fundo: R$ 655,1 milhões
19 São Leopoldo: R$ 629 milhões
20 Farroupilha: R$ 612,9 milhões
21 Santo Antônio da Patrulha: R$ 558 milhões
22 Viadutos: R$ 500 milhões
23 Santa Cruz do Sul: R$ 468,6 milhões
24 Itaqui: 450 milhões
25 Não Me Toque: R$ 450 milhões
26 Canela: R$ 427,6 milhões
27 São José do Norte: R$ 350 milhões
28 Erechim: R$ 347,5 milhões
29 Sapucaia do Sul: R$ 327 milhões
30 Alvorada: R$ 305,3 milhões
31 Nova Prata: R$ 280 milhões
32 Bom Retiro do Sul: R$ 270 milhões
33 Panambi: R$ 247,1 milhões
34 Santa Rosa: R$ 231,03 milhões
35 Nova Santa Rita: R$ 221 milhões
36 Porto Xavier: R$ 221 milhões
37 Ibirubá: R$ 218 milhões
38 Tapejara: R$ 177 milhões
39 Cruz Alta: R$ 170,1 milhões
40 Palmeira das Missões: R$ 170 milhões
41 Coronel Barros: R$ 166 milhões
42 Paverama: R$ 150 milhões
43 Ipê: R$ 130 milhões
44 Lavras do Sul: R$ 115 milhões
45 Arroio do Meio: R$ 110,9 milhões
46 Cachoeirinha: R$ 110 milhões
47 Xangri-La: R$ 100 milhões
48 Pelotas: R$ 98 milhões
49 Marau: R$ 91 milhões
50 Flores da Cunha: R$ 90,3 milhões