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Publicada em 27 de Janeiro de 2025 às 01:25

Recorde de queimadas em 2024 exige enfrentamento urgente

ARTE/JC
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O Brasil queimou mais de uma Itália em 2024. Foram 31 milhões de hectares consumidos pelo fogo nos mais diversos biomas, sendo mais da metade dos episódios concentrados na Amazônia, segundo relatório recente da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas. O crescimento em relação ao ano de 2023 foi de 79%, ou 13,6 milhões de hectares a mais afetados, maior volume registrado desde 2019. Os número assustam e tomam outra dimensão quando o relatório mostra que 73% da área queimada era formada por vegetação nativa.
O Brasil queimou mais de uma Itália em 2024. Foram 31 milhões de hectares consumidos pelo fogo nos mais diversos biomas, sendo mais da metade dos episódios concentrados na Amazônia, segundo relatório recente da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas. O crescimento em relação ao ano de 2023 foi de 79%, ou 13,6 milhões de hectares a mais afetados, maior volume registrado desde 2019. Os número assustam e tomam outra dimensão quando o relatório mostra que 73% da área queimada era formada por vegetação nativa.
O bioma Pantanal, um dos menores do Brasil e considerado a maior planície alagada do mundo, com 140 mil quilômetros quadrados, teve 2,6 milhões de hectares arrasados pelo fogo no ano passado, o que equivale a 17% da área total do bioma, que é estimada em aproximadamente 15 milhões de hectares. O número é quase três vezes maior do que o registrado em 2023.
A devastação das florestas brasileira expõe a necessidade de um enfrentamento urgente de todas as esferas governamentais, iniciativa privada e entidades afins para conter uma crise ambiental que parece não ter fim e, muitas vezes, tendo a ação humana como fato gerador. A crise climática de contexto mundial, com fenômenos meteorológicos e prolongados períodos de seca em regiões de vegetação densa colocam a natureza cada vez mais em um estágio de vulnerabilidade.
Os danos vão muito além da perda de cobertura vegetal que compromete a fauna e a flora e dá início à extinção de espécies e ao fim de ecossistemas inteiros. O impacto econômico se traduz em diversas frentes, desde a pressão sobre os serviços de saúde, já que a fumaça espessa dos incêndios compromete a qualidade do ar e gera problemas respiratórios e cardiovasculares especialmente em idosos e crianças. Ainda pelo lado econômico, as queimadas interrompem diversos serviços essenciais, como o transporte aéreo e rodoviário; também interferem no ciclo das águas, o que pode resultar em degradação do solo e prejuízos incalculáveis à produção agrícola.
Pelo nível de destruição que se alcançou no Brasil é urgente a formação de políticas públicas eficazes, permanentes e altamente preventivas para a mitigação de desastres.
Um conceito que traz uma nova abordagem sobre o problema é o compliance ambiental, onde o setor público, o setor privado e a sociedade civil são demandados em um esforço conjunto para fortalecer e implementar medidas eficientes em resposta a esse que surge como um dos maiores desafios do Brasil (e do mundo) hoje e nos próximos anos.
 

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