Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 16 de Janeiro de 2025 às 18:26

O peso da energia solar na matriz elétrica do Brasil

ARTE/JC
Compartilhe:
JC
JC
A matriz elétrica brasileira registrou a maior expansão da história em 2024, atingindo a marca de 52 gigawatts (GW) de potência instalada operacional, ou seja, 21,4% do conjunto de fontes de energia. Uma importante conquista para um País que busca liderar a corrida pela energia limpa.
A matriz elétrica brasileira registrou a maior expansão da história em 2024, atingindo a marca de 52 gigawatts (GW) de potência instalada operacional, ou seja, 21,4% do conjunto de fontes de energia. Uma importante conquista para um País que busca liderar a corrida pela energia limpa.
Em nível mundial, o Brasil ocupa o 6º lugar no ranking de energia solar. Fica atrás da China, dos Estados Unidos, da Alemanha, da Índia e do Japão.
Nacionalmente, o RS está entre os estados com maior capacidade instalada, ou seja, hábil em entregar energia aos usuários ligados à rede. Até 5 de dezembro, já havia avançado 16,7%, chegando a 3,1 mil kilowatts (KW) de potência instalada. De acordo com o Painel de Geração Distribuída de Energia Solar Fotovoltaica no RS, dos 28 Coredes, o Serra é o que possui a maior capacidade, concentrando 10,9% do total gaúcho.
Ainda que os números mereçam e devam ser celebrados, entraves à expansão da matriz persistem, como a dificuldade de integrar a energia solar às redes elétricas existentes, especialmente aquelas com infraestrutura desatualizada. Em 2025, alguns fatores ainda irão contribuir para a redução da velocidade de crescimento: a cotação do dólar, os juros altos e o valor das taxas de importação.
No governo passado, a importação de painéis solares era isenta. Agora, no pouco mais de dois anos de governo Lula, a taxa de importação de placas fotovoltaicas aumentou três vezes. Passou a 6%, depois a 9,6% e, desde novembro, está em 25%.
Com razão, o setor de energia solar considera o aumento da taxa como um retrocesso na transição energética. A maioria dos painéis solares é importada, e o Brasil tem poucas empresas que os fabricam.
É importante salientar - conforme os dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar) - que, desde 2012, o setor fotovoltaico trouxe ao Brasil mais de R$ 238,3 bilhões em novos investimentos, gerou mais de 1,5 milhão de empregos verdes e contribuiu com mais de R$ 73,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. Como contribuição à transição energética, a fonte solar já evitou a emissão de cerca de 63 milhões de toneladas de CO2.
Hoje, as fontes renováveis são foco de atenção sobretudo pelas crescentes mudanças climáticas e pela necessidade de mudar a matriz energética mundial. Dessa forma, seria o momento não de elevar taxas, mas de adotar medidas que incentivem a expansão da energia limpa, ainda que a ideia do governo seja fomentar a indústria nacional, que hoje supre apenas 5% da demanda de equipamentos.
 

Notícias relacionadas