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Publicada em 25 de Novembro de 2024 às 18:56

A COP30 e as lacunas que o Brasil precisará preencher

ARTE/JC
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Em novembro de 2025, os olhos do mundo estarão voltados ao Brasil, quando Belém, no Pará, será a sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). O fim da COP-29, na madrugada de domingo, em Baku, no Azerbaijão, até livrou o Brasil de herdar uma missão quase impossível sobre financiamento. Ainda assim, o País terá de trabalhar para preencher as lacunas deixadas pela cúpula.
Em novembro de 2025, os olhos do mundo estarão voltados ao Brasil, quando Belém, no Pará, será a sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). O fim da COP-29, na madrugada de domingo, em Baku, no Azerbaijão, até livrou o Brasil de herdar uma missão quase impossível sobre financiamento. Ainda assim, o País terá de trabalhar para preencher as lacunas deixadas pela cúpula.
Depois de um ano brutal, marcado por temperaturas recordes, desastres climáticos e emissões de gases de efeito estufa em elevação, a conferência, que acabou prorrogada por dois dias por não se chegar a um consenso, conseguiu alcançar um Novo Objetivo Coletivo Quantificado (NCQG), que obrigará 23 países listados como desenvolvidos (e a União Europeia como bloco) a mobilizarem mais dinheiro do que estes gostariam, mas muito menos do que os países pobres precisam.
A missão dos negociadores era definir a meta, quem seria cobrado a cumpri-la e até quando. A ambição era chegar a US$ 1,3 trilhão para o financiamento climático de nações em desenvolvimento. Contudo, o valor que os países ricos - e que mais poluem no planeta - deverão doar para mitigar a crise do clima ficou muito abaixo do que é considerado necessário.
O resultado consiste em duas cifras: uma de pelo menos US$ 300 bilhões, insuficiente, que gera obrigação no contexto da Convenção Quadro da ONU. E outra de pelo menos US$ 1,3 trilhão, interessante, mas na forma de um convite para todos os atores, públicos e privados, contribuírem.
Ainda assim, a ONU acredita que o documento final foi uma vitória e representa a base para manter vivo o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, fechado pelo Acordo de Paris em 2015.
A verdade é que a meta que se alcançou escancara a grande incongruência entre a urgência das ações e os fluxos de financiamento climático. Especialmente para adaptação nos países em desenvolvimento - sufocados por dívidas, devastados por desastres e deixados para trás na revolução das energias renováveis -, são valores que não cobrem as necessidades.
A COP30 não ficará livre de rediscutir os termos e os valores do financiamento. E será preciso. Superior a isso, contudo, outros pontos críticos devem dominar o debate, especialmente, alguns deixados de lado em Baku. Será a chance de discutir, por exemplo, a proteção de biomas, tendo como pano de fundo um dos mais importantes do planeta: o Amazônico.
 

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