O Brasil se destacou em 2023, pelo segundo ano consecutivo, como o terceiro país que mais instalou parques eólicos no mundo. A adição de 4,8 gigawatts (GW) ao sistema só foi menor que as de China e Estados Unidos.
Relatório da Global Wind Report 2024 mostra, igualmente, que o País permanece na 6ª posição no Ranking de Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore. A ascensão nacional, contudo, precisa ser destacada. Em 2012, o Brasil ocupava o 15º lugar e, de lá para cá, cresceu de forma consistente, até chegar à terceira posição em número de instalações.
Neste ano, o cenário deve se manter. A diferença é que o Rio Grande do Sul, diferentemente de 2023, possivelmente terá uma grande representatividade.
No ano passado, o RS teve um desempenho tímido na participação do crescimento da geração de energia no Brasil, com o acréscimo de somente 21,6 MW, ou seja, 0,2% dos 10.324,2 MW do total do País. No primeiro trimestre, contudo, observou o resultado praticamente dobrar, com um incremento de 42,4 MW em sua capacidade de produção de energia.
Um dos motivos é que em junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o início da operação comercial dos primeiros 14 aerogeradores do parque eólico Coxilha Negra 2, em Santana do Livramento. Na semana que passou, mais nove passaram a operar comercialmente.
Importante destacar que, mesmo com os impactos causados na área de infraestrutura com as chuvas que assolaram o RS em maio, a CGT Eletrosul - subsidiária da Eletrobras - conseguiu manter o cronograma previsto para 2024, totalizando 302,4 MW de capacidade instalada (suficiente para atender a cerca de 1,5 milhão de consumidores), em três conjuntos de usinas: Coxilha Negra 2 (24 aerogeradores e 100,8 MW), Coxilha Negra 3 (25 aerogeradores e 105 MW) e Coxilha Negra 4 (23 aerogeradores e 96,6 MW).
As políticas de incentivo, com a isenção de impostos para geração distribuída em muitos estados, têm ajudado na expansão do setor. É preciso, entretanto, ir além de benefícios fiscais para fortalecer a promoção da descarbonização da matriz energética.
Relatório do Conselho Global de Energia Eólica aponta que, apenas o Brasil, demandará, até 2027, de 12,3 mil técnicos para o setor. Além de mão de obra qualificada, são necessários investimentos em infraestrutura e tecnologia, o estabelecimento de políticas públicas e a conscientização da sociedade.