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Publicada em 16 de Junho de 2024 às 18:24

A avicultura gaúcha e a queda das exportações em maio

Editorial

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As perdas econômicas causadas pela tragédia climática no Rio Grande do Sul em maio estão longe de ter um fim. Em alguns setores, o resultado da calamidade ainda terá repercussão por alguns meses e apresentará reflexo no resultado das exportações. No mês que passou - pico da crise - o recuo foi de 14% no Estado.
As perdas econômicas causadas pela tragédia climática no Rio Grande do Sul em maio estão longe de ter um fim. Em alguns setores, o resultado da calamidade ainda terá repercussão por alguns meses e apresentará reflexo no resultado das exportações. No mês que passou - pico da crise - o recuo foi de 14% no Estado.
Na avicultura, as enchentes que atingiram o RS entre o fim de abril e o mês de maio levaram a um cenário de destruição total ou parcial de aviários, com fábricas de ração inundadas, indústrias de processamento de alimentos com maquinário e equipamentos inutilizados. Alguns frigoríficos paralisaram totalmente as atividades.
Os prejuízos, ainda parciais, indicam perdas de pelo menos R$ 250 milhões com aves, genética, estruturas e liquidez, entre outros aspectos, em uma cadeia produtiva que representa o terceiro principal produto agropecuário do RS, respondendo por 10,4% do Valor Bruto de Produção (VBP).
O cenário levou a uma queda de 11% nas exportações de frango do Estado, considerando o volume, na comparação entre maio de 2023 com maio de 2024, segundo dados da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul). Em valores exportados, no mesmo período, a queda foi de 23% - de US$ 129,19 milhões para US$ 99,27 milhões -, muito por influência dos preços internacionais e não apenas da capacidade de produção local.
Nacionalmente, o RS é responsável por 11% da produção de carne de frango. Em 2023, as exportações brasileiras da proteína acumularam alta de 6,6% em relação ao total exportado em 2022, com 5,138 milhões de toneladas, incluindo in natura e ultraprocessados.
Hoje, o Estado se encontra na terceira posição entre os exportadores, atrás de Santa Catarina e Paraná. A China é o principal destino do frango gaúcho.
Os estragos provocados por efeitos climáticos têm se mostrado uma tendência para causar microrrupturas econômicas e as chuvas no RS são um exemplo disso. Provavelmente, as consequências da enxurrada ainda levarão a uma baixa tração das exportações nos próximos meses. Para dar fôlego às operações, é preciso a liberação de crédito com garantia para indústrias, cooperativas e produtores.
Não se pode esquecer que o Estado encontra-se em uma posição de destaque no mercado exportador e produtor nacional e mundial, movimentando a economia e gerando emprego e renda. Por esses e outros motivos, a concessão de financiamento para a retomada das atividades, após perdas tão expressivas, é urgente.
 

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