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Publicada em 11 de Junho de 2024 às 18:06

A retomada da indústria pós tragédia climática

Editorial

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Mais de 40 dias depois do início da tragédia climática no Rio Grande do Sul, as reclamações do setor industrial quanto à burocracia para ter acesso a recursos para a reconstrução só aumentam.
Mais de 40 dias depois do início da tragédia climática no Rio Grande do Sul, as reclamações do setor industrial quanto à burocracia para ter acesso a recursos para a reconstrução só aumentam.
A Federação Das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) defende que o Estado não tem capacidade de se recuperar sozinho. Diante do cenário, argumenta sobre a necessidade de agilizar a disponibilização de verbas por parte do governo federal para que o setor consiga se recompor e a economia volte a andar.
Para se ter uma ideia, o impacto negativo das enchentes e enxurradas provocadas pelas fortes chuvas levaram a uma queda de 15,6% nas vendas da indústria gaúcha ao longo do mês de maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Da mesma forma, o Estado arrecadou R$ 700 milhões a menos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no mês que passou.
O relatório da Receita estadual sobre a atividade econômica gaúcha também detalhou os dados por região, com as maiores baixas verificadas na Fronteira Noroeste (-63,2%), no Alto do Jacuí (-28,6%), no Vale do Rio dos Sinos (-26,2%), no Vale do Taquari (-26,0%) e no Vale do Caí (-25,9%). A Região Metropolitana de Porto Alegre teve índice de -21,2% na comparação das vendas da indústria em maio de 2024 e 2023.
Dos 497 municípios do RS, 95 (19,1%) decretaram estado de calamidade. Outros 323 (64%) têm decretos de situação de emergência vigentes.
Demanda atenção, contudo, que, mesmo estando em menor percentual, os municípios em calamidade possuem uma alta representatividade econômica. Essas cidades concentram, por exemplo, quase a totalidade da produção de tabaco (99,9%) e de farmoquímicos e farmacêuticos (93,1%), além de 55,4% da massa salarial dos segmentos da indústria da transformação. Quanto às perdas, apenas a indústria elétrica e eletrônica do RS teve prejuízos na casa de R$ 70 milhões com as enchentes.
Diante do cenário, a Fiergs definiu 78 demandas entre as mais urgentes, sendo a prioritária o acesso rápido e fácil a crédito e financiamento para reconstrução, sem burocracia, com taxas subsidiadas a empresas de todos os portes.
A verdade é que há ainda muitas demandas a serem atendidas pelos poderes públicos com o objetivo de reerguer as indústrias gaúchas após a cheia. Mais verdade é que, sem a recuperação do setor, emprego e geração de renda ficam ameaçados. Ou seja, um cenário econômico de incertezas para um Estado que precisa tanto produzir riquezas neste momento.
 

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