A taxa de desemprego no Rio Grande do Sul caiu para 4,1% no terceiro trimestre de 2025, totalizando 248 mil pessoas desocupadas, o que representa o menor patamar desde 2012, ano em que começou a ser divulgada a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O levantamento do terceiro trimestre foi compilado pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (14).
Segundo o diretor-presidente da FGTAS, José Scorsatto, a queda na taxa de desocupação foi puxada, principalmente, pelo aumento da oferta de emprego no Estado. “O mercado de trabalho do Rio Grande do Sul está fortalecido e ‘vive o pleno emprego’, com ofertas das mais variadas opções. Hoje, qualquer pessoa que tiver o desejo de trabalhar vai encontrar uma oportunidade”, explica Scorsatto. Ele destaca a crescente disponibilidade de vagas nas agências de trabalho, como no Sine Municipal de Porto Alegre.
Na avaliação de Scorsatto, a maior oferta de vagas de emprego está relacionada com a baixa natalidade da população gaúcha, o que diminui a força de trabalho disponível. “Na década de 1970, o mercado de trabalho era muito disputado, porque tinha muitas pessoas querendo emprego. Como a taxa de natalidade diminuiu, as vagas de trabalho aumentaram”, comenta.
O diretor-presidente da FGTAS também ressalta o crescimento no número de empregados com carteira assinada e o aumento das contratações de Pessoa Jurídica (PJ) e de Microempreendedores Individuais (MEIs). Ainda de acordo com a pesquisa do FGTAS, no terceiro trimestre de 2025, o RS contabilizava 2.503.000 trabalhadores com carteira assinada, o terceiro maior percentual do País (82%), ficando atrás apenas de Santa Catarina (88,0%) e São Paulo (82,8%).
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No recorte de gênero, a taxa de desemprego foi de 4,5% para os homens no terceiro trimestre, ante um resultado de 6,9% para as mulheres. Na média nacional, a taxa de desocupação foi de 5,6% no período.
Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 4,4%, muito aquém do resultado para os pretos (6,9%) e pardos (6,3%). A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 9,8%, mais que o triplo do resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 3,0%.
No que diz respeito à expectativa para os últimos três meses de 2025, Scorsatto acredita que o Estado pode apresentar resultados melhores que no terceiro trimestre, especialmente devido às contratações feitas no contexto das festividades de final de ano. Entretanto, afirma ser necessário acompanhar as contratações de MEIs e de PJs. “Existe uma perspectiva de melhora no quarto trimestre do ano, já que o número de empregados com carteira assinada provavelmente vai aumentar. Agora precisamos ver o comportamento dos outros modelos de contratação, como PJs e MEIs”, completa.