Entre as principais demandas do setor de TI gaúcho está a busca por financiamentos, especialmente para as empresas já consolidadas no mercado. Por isso, a convite da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação/Regional RS (Assespro-RS), o presidente do Badesul, Claudio Gastal, participou de um bate-papo com empresários do ramo em reunião-almoço realizada nesta terça-feira (28), em Porto Alegre.
Na avaliação do diretor-presidente da Assespro-RS, Alexandre Mello, a geração de crédito para as empresas iniciantes segue muito bem-vinda. No entanto, há um ressentimento do setor a apoio financeiro às empresas com mais tempo de existência: “Um dos principais pontos das empresas de tecnologia é que o investimento, o fomento em inovação não fique restrito tão somente à área de startups, mas também às empresas de tecnologia que já têm uma resiliência comprovada ao longo dos anos de atividades, são empresas duradouras”.
Durante a sua apresentação, o dirigente da agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) detalhou sobre as principais linhas de crédito para inovação, mostrou um balanço parcial do ano e abriu espaço para que os convidados pudessem tirar dúvidas.
De acordo com Gastal, até o momento, a agência já disponibilizou R$ 750 milhões de recursos contratados, destes cerca de R$ 650 milhões liberados. Deste total, a carteira de crédito da área de tecnologia representa de 5% a 6% do investimento da agência, sendo a maioria de financiamentos a startups.
“Hoje, uma das nossas prioridades tem sido a questão da inovação tecnológica. O Badesul tem investido muito na questão das startups. Nós somos o maior investidor em FIPS, fundo de investimentos e participação para startups gaúchas, ou seja, são aqueles fundos que compram partes de startups com venture capital”, destaca Gastal.
O gestor ressalta que, a mais recente contabilização somou “cerca de R$ 75 milhões investidos ao redor de 78 fundos de investimento em empresas iniciantes, mas também tem um olhar também especial para as empresas já consolidadas".
Sobre a questão levantada pela Assespro-RS, Gastal aponta também que nesse ano houve uma queda expressiva na liberação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - meio por onde são oferecidos créditos aos negócios com mais tempo de mercado - devido a prioridades da empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que serve para financiar projetos de ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades e outras instituições em âmbito nacional.
De acordo com Gastal, como os últimos três anos foram de forte exposição do Rio Grande do Sul, a Finep precisou, recentemente, priorizar recurso para Norte, Nordeste, Centro-Oeste, deixando a região Sul e Sudeste "com baixíssimas linhas de crédito". Mas, afirma que o assunto está sendo discutido entre os agentes financeiros dessas regiões "para que a gente tenha ainda este ano uma liberação ao redor de R$ 1 bilhão, que permita dar vazão às demandas existentes e que também seja retomado um fluxo mais estável o ano que vem".