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Publicada em 22 de Outubro de 2025 às 16:05

Setor de bares e restaurantes passa por uma "crise de confiança", diz Abrasel

Paulo Geremia, Fabiano Machado, Rodrigo Costa, João Carlos Dal'Aqua e Leonardo Dorneles participaram do Tá na Mesa

Paulo Geremia, Fabiano Machado, Rodrigo Costa, João Carlos Dal'Aqua e Leonardo Dorneles participaram do Tá na Mesa

DANI BARCELLLOS/ESPECIAL/JC
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Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
Os prejuízos financeiros decorrentes da sonegação fiscal, falsificação e contrabando nos setores de combustíveis e de bares e restaurantes no Brasil, e como esses danos afetam a economia e os consumidores foram discutidos no Tá na Mesa da Federasul, ontem, em Porto Alegre.
Os prejuízos financeiros decorrentes da sonegação fiscal, falsificação e contrabando nos setores de combustíveis e de bares e restaurantes no Brasil, e como esses danos afetam a economia e os consumidores foram discutidos no Tá na Mesa da Federasul, ontem, em Porto Alegre.
O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, destaca que o setor recolhe R$ 215 bilhões de impostos em todo o País. "Estamos falando de um prejuízo anual de sonegação de impostos de R$ 14 bilhões. Além disso, temos a adulteração de combustíveis e a lavagem de dinheiro que têm a participação do crime organizado", ressalta.
Dal'Aqua destaca que alguns postos de combustíveis no Brasil estão sendo utilizados para a lavagem de dinheiro por facções criminosas. "Temos ainda a questão da qualidade do produto, o roubo de carga e o desvio tributário", comenta. O presidente da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel/RS), Leonardo Vogel Dorneles, destaca que neste momento o setor passa por uma "crise de confiança" após os casos recentes de bebidas contaminadas com metanol. "Embora o Rio Grande do Sul não tenha tido casos confirmados, o resultado é que houve uma queda de consumo, especialmente em estabelecimentos de maior renda", acrescenta.
O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, aponta que os recursos desviados pelo crime organizado são os que acabam por faltar na educação e na saúde. "Esse desvio resulta em uma concorrência desleal para quem trabalha de forma correta, paga impostos e gera emprego e renda", considera.
Fabiano Machado, head de relações internacionais da B.A.T. Brasil, diz que, em 2023, o mercado ilegal de cigarros movimentou em média R$ 721 milhões. A estimativa de perda de ICMS neste ano foi de aproximadamente R$ 195 milhões. Segundo Machado, 92% da venda do produto do mercado ilegal é realizada através do varejo formal. "96% dos cigarros produzidos no Paraguai são destinados ao contrabando", acrescenta.
Já o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Paulo Geremia, destaca uma maior preocupação dos clientes que buscam informações sobre a procedência das bebidas destiladas comercializadas nos estabelecimentos. "No caso dos destilados, os clientes pedem para abrir na hora. Percebemos em razão das adulterações que ocorreram em São Paulo que houve uma migração para outras bebidas como cerveja, chope e vinho", ressalta. Segundo Geremia, tanto o Sindha quanto a Abrasel têm atuado em conjunto com a realização de treinamento de funcionários para identificar a procedência e a qualidade das bebidas

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