A concessão de rodovias à iniciativa privada pelo governo estadual foi o foco da manhã desta quinta-feira (24), na TranspoSul. Estão em sintonia sobre o tema a gestão Eduardo Leite e as principais federações gaúchas, que expuseram seus pontos em painéis sobre infraestrutura. Entretanto, o vice-presidente da Fiergs Ricardo Portella aponta que esta é uma das saídas, mas não a melhor. "Não podemos abrir mão dos investimentos públicos na área da logística."
Portella classifica o orçamento como engessado e entende que este é o principal motivo para que as estradas estejam em uma situação precária. "Precisamos de recursos para investir", destaca, enfatizando a importância do setor de transportes para a economia. O vice-presidente da Fecomércio-RS Leonardo Ely Schereiner segue a mesma linha e afirma categoricamente que, "o comércio sem o transporte não seria nada".
Ele cita um levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) que aponta que somente 24% das rodovias gaúchas foram consideradas ótimas ou boas. Enquanto São Paulo registrou 75,4%; Rio de Janeiro teve 52,9%; e Paraná ficou com 37,6%. "Isso faz com que o custo da logística no Rio Grande do Sul seja de 21,5% do PIB, enquanto que o custo médio no Brasil é de 18%", diz.
Schereiner se posiciona em nome da Fecomércio-RS ao afirmar que a entidade é favorável às concessões de rodovias à iniciativa privada, que segundo ele, "possui melhor capacidade de atendimento e das demandas dos usuários". Porém, destaca que o valor da tarifa de pedágio necessita ser razoável. "Os contratos de concessão necessitam ser muito bem desenhados, para evitar a repetição de casos como o pedágio da Ecosul, que foi o mais caro das rodovias federais do Brasil", completa.
O diretor comercial da DAF Caminhões Brasil, Luis Gambim, aponta que, no RS e no Brasil, empresas enfrentam desafios como falta de infraestrutura, falta de logística, falta de uma política adequada econômica e uma taxa de juros inimaginável. "Vejo que estamos muito atrasados, temos que investir em ter muito mais produtividade. Devemos entrar nesse ciclo de investimento e a receita para isso é ter uma visão de longo prazo", argumenta o empresário.