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Publicada em 06 de Agosto de 2025 às 11:14

Imóveis afetados pela enchente ainda encontram dificuldades no mercado

Presidente do Secovi-RS frisa que influência das cheias foi de um impacto nunca visto na economia imobiliária

Presidente do Secovi-RS frisa que influência das cheias foi de um impacto nunca visto na economia imobiliária

TÂNIA MEINERZ/JC
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Cássio Fonseca
Cássio Fonseca
O mercado imobiliário de Porto Alegre passa por uma fase de reconstrução da confiança após as enchentes do ano passado. Com a compra e venda em segundo plano por conta da taxa de juros e da inflação, a locação está mais aquecida e, pouco mais de um ano após a maior tragédia climática da história do Estado, a demanda por negócios caminha de maneira positiva em relação à queda de 40% na sequência das cheias. É o que aponta o presidente do Sindicato da Habitação do Rio Grande do Sul (Secovi-RS), Moacyr Schukster.
O mercado imobiliário de Porto Alegre passa por uma fase de reconstrução da confiança após as enchentes do ano passado. Com a compra e venda em segundo plano por conta da taxa de juros e da inflação, a locação está mais aquecida e, pouco mais de um ano após a maior tragédia climática da história do Estado, a demanda por negócios caminha de maneira positiva em relação à queda de 40% na sequência das cheias. É o que aponta o presidente do Sindicato da Habitação do Rio Grande do Sul (Secovi-RS), Moacyr Schukster.
O sindicato traçou um comparativo entre os meses antes e depois da enchente e trouxe, ainda, os dados do mês de julho deste ano. O Secovi também divulga, mensalmente, uma pesquisa por amostragem de imóveis ofertados para venda na Capital.
Logo após a tragédia, houve um acréscimo na oferta de imóveis em bairros severamente afetados. O Centro Histórico, por exemplo, possuía 315 propriedades à venda em abril de 2024. Em junho, o número subiu para 354. O reflexo da retomada da confiança do mercado apareceu em junho deste ano, quando, no total, foram 284 registros. O mesmo no bairro Sarandi, que teve, nos mesmos meses, 329 e 347 ofertas em 2024, e um forte decréscimo em junho, com 288.
A situação específica para os locais diretamente atingidos pela cheia, no entanto, não é tão positiva. “Verificamos que alguns até baixaram o preço, porque não conseguiram alugar. Fica mais ou menos evidente que os imóveis atingidos estão custando a ser novamente locados”, explica Schukster.
Na Orla de Ipanema, na Zona Sul da Capital, por exemplo, ainda constam casas e terrenos abandonados à venda ou para alugar, que ficaram nesta situação após a subida do Guaíba. Na região, o Guarujá também conta com sequelas que se refletem no mercado imobiliário.
“É uma evidência que esses imóveis atingidos pela enchente vão demorar um pouco para serem comercializados. Até que o pessoal passe a confiar, vamos dizer, no próprio tempo”, salienta o presidente do Secovi-RS. “O pessoal tem receio. Mas, aos poucos, ele vai se dissipando. Aqui no Centro, já estão novamente se aventurando a abrir suas lojas e se mudar para cá”, completa.
Schukster também frisa que a influência das cheias foi devastadora e de um impacto nunca visto na economia imobiliária, superando a Covid-19, em 2020. No mês de maio do ano passado, quando foi registrado o pico das inundações, o total de acordos fechados em Porto Alegre despencou para 1,7 mil. A média estava em 2,8 mil.
Outro fator importante está na estrutura de cada região, explica o mandatário. No bairro Praia de Belas, que também foi alagado em grande escala, os preços voltam a ser onerosos por se tratar de uma área nobre da cidade, na qual é mais difícil os imóveis estragarem.

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