Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 26 de Junho de 2025 às 17:23

Após ano de crescimento, comércio cai no primeiro trimestre de 2025

Entre janeiro e março de 2025, ocorreu a primeira queda desde o início do ano passado, com um recuo de 0,3%

Entre janeiro e março de 2025, ocorreu a primeira queda desde o início do ano passado, com um recuo de 0,3%

ARTE/JC
Compartilhe:
Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
O comércio foi um dos setores de maior crescimento ao longo de 2024. Inclusive, durante a enchente histórica do mês de maio, quando pessoas atingidas pelas águas precisaram repor seus bens. Assim, ao longo dos quatro trimestres do ano, a sua variação foi positiva. Agora, entre janeiro e março de 2025, ocorreu a primeira queda desde o início do ano passado, com um recuo de 0,3%.
O comércio foi um dos setores de maior crescimento ao longo de 2024. Inclusive, durante a enchente histórica do mês de maio, quando pessoas atingidas pelas águas precisaram repor seus bens. Assim, ao longo dos quatro trimestres do ano, a sua variação foi positiva. Agora, entre janeiro e março de 2025, ocorreu a primeira queda desde o início do ano passado, com um recuo de 0,3%.
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira pelo Departamento de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (DEE-RS), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. Para o economista e servidor do órgão Martinho Lazzari, embora o comércio tenha tido uma queda, ele ainda está com índices muito elevados, em um volume superior ao do Brasil.
A retração já era esperada em algum momento. Entretanto, não se sabia exatamente quando ocorreria. Afinal, conforme defende o coordenador do DEE-RS, Pedro Zuanazzi, o setor não poderia seguir crescendo indefinidamente.
Apesar disso, não é possível afirmar se essa retração é uma tendência. “Agora, no primeiro trimestre de 2025, a gente viu que chegou aparentemente nesse topo (de crescimento do comércio). Se é um topo que vai estabilizar, se vai ter uma redução para alguma média, ou algo assimm a gente não sabe. Vamos ter que esperar os próximos resultados”, avalia Zuanazzi.
No mesmo sentido, Lazzari acrescenta que é necessário analisar fenômenos macroeconômicos que podem trazer impactos nos índices estaduais. “Por um lado, tem uma taxa de juros restritiva, mas, por outro, o mercado de trabalho continua aquecido, a renda continua subindo. Então, tem movimentos díspares que a gente não sabe como vão afetar o consumo e, por consequência, o comércio”, conjectura.
Apesar disso, no nível nacional, já é possível ver uma desaceleração no comércio. Conforme explica Lazzari, as razões para isso são os altos juros, com uma taxa Selic de 15% ao ano, e uma política monetária restritiva. Ambos os fatores desestimulam o consumo dos brasileiros. Assim, embora tenha crescido 0,3% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, o comércio brasileiro deve enfrentar uma queda nos próximos meses. 

Notícias relacionadas