A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição de fatia relevante do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB). A decisão foi publicada nesta terça, 17, no sistema processual do órgão. O BRB anunciou em 28 de março a intenção de comprar 58% das ações do Master pelo valor de R$ 2 bilhões. O Banco Central ainda precisa autorizar a operação.
No despacho, assinado pelo superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto, a conclusão do órgão é de que "a operação não possui o condão de acarretar prejuízos ao ambiente concorrencial". De acordo com o Cade, a participação conjunta das duas instituições nos mercados com sobreposição horizontal se encontra abaixo de 20% (patamar a partir do qual se presume posição dominante), e a participação de cada uma nos mercados verticalmente integrados está abaixo de 30% (nível a partir do qual se presume capacidade de fechamento de mercado).
O BRB entregou na semana passada ao Banco Central a documentação completa sobre o escopo da compra do Master, apurou o Estadão/Broadcast. Com isso, o prazo de 360 dias para análise da operação começou a correr. O Master experimentou um crescimento vertiginoso nos últimos anos e, em 2024, praticamente dobrou de tamanho, tendo como estratégia a captação de recursos de investidores prometendo taxas de retorno muito acima das oferecidas no mercado.
No despacho, assinado pelo superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto, a conclusão do órgão é de que "a operação não possui o condão de acarretar prejuízos ao ambiente concorrencial". De acordo com o Cade, a participação conjunta das duas instituições nos mercados com sobreposição horizontal se encontra abaixo de 20% (patamar a partir do qual se presume posição dominante), e a participação de cada uma nos mercados verticalmente integrados está abaixo de 30% (nível a partir do qual se presume capacidade de fechamento de mercado).
O BRB entregou na semana passada ao Banco Central a documentação completa sobre o escopo da compra do Master, apurou o Estadão/Broadcast. Com isso, o prazo de 360 dias para análise da operação começou a correr. O Master experimentou um crescimento vertiginoso nos últimos anos e, em 2024, praticamente dobrou de tamanho, tendo como estratégia a captação de recursos de investidores prometendo taxas de retorno muito acima das oferecidas no mercado.
Com a operação, BRB deve adquirir cerca de R$ 30 bilhões do patrimônio do Master, ficando R$ 33 bilhões em ativos de fora, por terem menor liquidez e uma precificação mais complexa. Nesse pacote, estão as seguintes empresas do Master que o Cade informou que serão integralmente segregadas da transação com o BRB, e transferidas para uma nova empresa, denominada Master Serviços S.A., controlada por Daniel Vorcaro: Banco Master de Investimento S.A.; KOVR Participações S.A; Master Patrimonial Ltda.; Mombaça Empreendimentos e Participações S.A.; NK 031 Empreendimentos e Participações Ltda.; e Santa Ester Empreendimentos e Participações.
A operação avaliada pelo Cade prevê que o banco estatal de Brasília ficará com 49% das ações ordinárias (capital votante) e 100% das preferenciais do Master, atualmente detidas pela Master Holding Financeira S.A. e a DV Holding Financeira S.A., ambas integralmente controladas por Vorcaro. Isso resultaria em uma aquisição de 58,04% do capital social do banco.
Controle compartilhado
Segundo o Cade, o BRB "terá o controle compartilhado no Master". Assim, o Master terá de fazer uma reorganização societária antes do fechamento do negócio, como "preparação para a realização do investimento pelo BRB, de modo que certos ativos e passivos, incluindo participações societárias em controladas, sejam segregados do Banco Master anteriormente à operação".
O BRB disse ao Cade que, com a operação, poderá ampliar a capacidade operacional e financeira "aproveitando sinergias entre sua expertise no setor público e a experiência do Master em operações estruturadas e segmentos especializados". A fusão de competências e tecnologias também permitiria "a oferta de produtos financeiros mais diversificados e inovadores".
O BRB também diz que a operação vai fortalecer sua governança e solidez financeira, "criando um conglomerado prudencial que otimiza sua estrutura de capital e amplia seu poder de negociação no mercado".