A parcela de brasileiros que considera uma piora na economia brasileira nos últimos meses recuou em junho, segundo pesquisa da Datafolha. O índice retomou a um patamar semelhante ao de dezembro do ano passado.
Entre os brasileiros com 16 anos ou mais, 47% acreditam que a economia piorou nos últimos meses. Em abril deste ano, essa era a percepção de 55% do grupo entrevistado, representando o nível mais elevado da pesquisa desde meados de 2022. Em dezembro de 2024, 45% faziam a mesma avaliação.
Enquanto isso, a percepção de melhora na questão econômica oscilou de 21% para 22%. Outros 28% acreditam que a situação permaneceu igual. Eram 23% em abril.
A pesquisa foi realizada nos dias 10 e 11 de junho, com 2.004 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 136 municípios. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
- LEIA TAMBÉM: Rendimento médio dos brasileiros chega a R$ 3.270
Segundo o Datafolha, a piora é mais citada entre jovens de 25 a 34 anos (55%), com ensino superior (57%), em faixas de renda mais alta (53% a 62%) e na região Sul (57%). Em contraste, é menor entre quem tem ensino fundamental (33%) e mora no Nordeste (34%).
Na consulta sobre a situação econômica pessoal, os números oscilaram dentro da margem de erro: 38% avaliaram como estável, 33% dizem que houve uma piora e, para 28%, houve melhora. O cenário é parecido com abril deste ano (39% estáveis, 34% em situação pior e 27% em situação melhor). Os dados de 2025 apresentam relativa piora em relação a dezembro do ano passado, quando eram 43% em situação estável, 27%, pior e 29%, melhor.
A pesquisa foi realizada cerca de dez dias após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano. A economia brasileira acelerou o ritmo de crescimento para 1,4% no período, na comparação com os três meses finais de 2024, puxada, principalmente, pela recuperação da safra agrícola.
Expectativa para os próximos meses
A expectativa com o futuro da economia brasileira está mais positiva: 32% acreditam que haverá melhora nos próximos meses, acima dos 29% de abril e em linha com os 33% de dezembro. Outros 33% dizem que piorará, ante 36% há dois meses e 28% no final do ano passado. O percentual dos que avaliam que permanecerá igual passou de 37% em dezembro para 32% em abril e 31% em junho.
Segundo o Datafolha, esses resultados apontam para uma interrupção nas curvas de pessimismo, que era ascendente, e de otimismo, que era descendente, e agora as expectativas positiva e negativa sobre a economia do país dividem um espaço igual na opinião pública.
O pessimismo se destaca entre os mais escolarizados (43%) e mais ricos (48% na faixa de renda familiar de cinco a dez salários, e 45% na parcela com renda superior a dez salários). Por outro lado, há mais otimismo entre brasileiros que estudaram até o ensino fundamental (42%) e estão na região Nordeste (41%).
A expectativa sobre a situação econômica do próprio entrevistado mostra o otimismo de 53%, ante 48% em abril deste ano. O percentual de pessimistas é de 14% (eram 16% há dois meses). Há 31% que preveem uma situação estável, após 35% na pesquisa anterior.
Agências