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Publicada em 06 de Junho de 2025 às 09:21

"Precisamos melhorar o que já temos", afirma José Paulo Cairoli

Para presidente da Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, Região Sul do Estado deve explorar melhor oportunidades existentes

Para presidente da Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, Região Sul do Estado deve explorar melhor oportunidades existentes

Tânia Meinerz/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
De Bagé
De Bagé
O ex-vice governador gaúcho e presidente da Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, José Paulo Cairoli, foi um dos painelistas do primeiro evento do projeto Mapa Econômico do RS, realizado pelo Jornal do Comércio, nesta quinta-feira (5), em Bagé. Analisando as principais oportunidades e os desafios das regiões Fronteira Oeste, Campanha, Sul e Centro-Sul, o empresário deixou claro seu posicionamento: “não precisamos criar nada novo, mas, sim, melhorar o que já temos”, pontuou.

De acordo com Cairoli, há diversas oportunidades latentes na porção Sul do Estado, especialmente no que diz respeito à agropecuária. Citando dados sobre as exportações brasileiras, ele pontuou o peso do País no mercado mundial em setores como a criação de gado de corte e leiteiro, ovinos e ovos, assim como a produção de mel, soja, café e erva-mate.

Muitos dos setores citados possuem forte peso na economia gaúcha e, ao mesmo tempo, têm oportunidades de mercado interno que poderiam ser melhor exploradas, na avaliação do painelista. É o caso da criação de gado, com cerca de 11 mil cabeças no Estado e do rebanho declarado de ovinos, que é o terceiro maior do País, segundo dados levados por Cairoli. “Pode começar com uma área pequena, com pouco, e vamos exercitando isso”, complementou.

Temos que sair da zona de conforto, as oportunidades estão aí”, pontuou, ressaltando a importância de aproveitar essas matrizes produtivas para agregar valor por meio da industrialização. Entre os possíveis avanços, cogitou as possibilidades de atrair indústrias de processamento de leite e soja na região, assim como avanços na indústria de arroz, principalmente considerando que suas matérias-primas são produtos que já fazem parte das vocações agropecuárias do Sul gaúcho.

Além disso, Cairoli pontuou a relevância das universidades para a região. Apesar de ter instituições públicas e privadas espalhadas em todo o território, a região esbarra no desafio de evitar o êxodo da população jovem. Nesse aspecto – e também no de desenvolvimento econômico, ele acredita que seja possível apostar justamente nestes centros educacionais como uma solução. “Isso é uma joia que tem que ser explorada, a gente tem que fazer com que o jovem fique aqui”, explicou.

Para ele, a aposta deve ser em uma educação voltada ao empreendedorismo. “Na minha época, a faculdade era uma coisa longe. Hoje, ela está perto de nós”, acrescentou. O painelista defendeu, ainda, que as instituições de ensino precisam transgredir fronteiras, estando voltadas para a sociedade e não apenas na teoria.

Como gargalo da produção, apontou a fraca infraestrutura que, de acordo com Cairoli, atinge não apenas a porção Sul do Estado, mas o território gaúcho em geral. Como alternativa, ponderou a importância do empresariado como força de reivindicações políticas: “para melhorar a política precisamos participar da política”, clamou.

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