Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 22 de Maio de 2025 às 18:39

Fórum debate geração de energia a partir de resíduos

Fórum Energiplast integrou programação da Fiema, em Bento Gonçalves

Fórum Energiplast integrou programação da Fiema, em Bento Gonçalves

Igor Guedes/Sinplast-RS/JC
Compartilhe:
JC
JC
Bruna Suptitz, de Bento Gonçalves
Bruna Suptitz, de Bento Gonçalves
Barueri, na grande São Paulo, terá em 2027 a primeira Unidade de Recuperação de Energia (URE) brasileira com a tecnologia "Waste to Energy" (WTE), que gera energia a partir de resíduos sólidos urbanos por meio da combustão. A capacidade projetada é para processar 825 toneladas de resíduos por dia e gerar 20 MW de eletricidade. O sistema, adotado em maior escala em países da Europa e da Ásia, evita que resíduos sem potencial para reaproveitamento sejam destinados a aterros sanitários.
O case da cidade paulista foi apresentado nesta quinta-feira (22), no primeiro painel do Fórum Energiplast, que chega a sua 14ª. edição neste ano. Promovido pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS) e pelo Instituto SustenPlast, o evento teve como tema “Do resíduo à energia: tecnologias e cases de sucesso”.
Em construção pelo Grupo Orizon, que firmou com a prefeitura de Barueri uma parceria público-privada de 30 anos, a URE tem como uma de suas premissas o fomento à coleta seletiva, explica Rodrigo Bombonatto, superintendente de Engenharia e Energia da empresa. “O que pode ser reciclável volta para a indústria. Desenhamos a planta (da empresa) para trabalhar com o rejeito.”
Para Yuri Schmitke, presidente da Associação Brasileira de Energia de Resíduos (Aber), a tecnologia WTE responde a um dos questionamentos de quem trabalha com a gestão de resíduos: “o que fazer com os materiais que têm valor energético, mas não são reciclados?”. Uma alternativa pode ser a recuperação. “A humanidade não deixará de produzir resíduos. Transformar resíduos em energia, com tecnologia avançada para a destinação correta, atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, aponta Bombonatto.
Entusiastas apontam o modelo como uma boa pegada ambiental - pensada para ser uma solução de tratamento adaptada a áreas urbanas, ocupando espaço menor que centrais de tratamento já conhecidas, tem o acesso aos resíduos sólidos facilitado, o que evita deslocamentos a longas distâncias para o envio dos materiais a aterros sanitários. Os desafios hoje encarados pelo setor estão não na tecnologia, aponta Schmitke, mas na atuação e na sustentabilidade financeira.
Outra potencial contribuição ambiental está na redução da emissão de metano na atmosfera. O Brasil tem o compromisso de reduzir 30% das emissões desse gás até 2030, o que pode ser alcançado com a transformação energética.
Ainda durante a manhã, Leomyr Girondi, diretor-presidente da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) falou sobre tratamento de resíduos em aterros sanitários. Apresentou o histórico da destinação no Rio Grande do Sul desde a década de 1970 e fez uma projeção de futuro, apontando a necessidade de tornar a gestão de resíduos viável economicamente em toda a cadeia.
O Fórum Energiplast dedicou os debates da tarde para apresentar cases que adotam o métodos de reciclagem mecânica do plástico, com empresas de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também foi tratada a geração de combustíveis derivados de resíduos (CDR) e apresentado o conceito de Lixo Zero. O evento do Sinplast teve coordenação de Luiz Henrique Hartmann, líder do Comitê de Reciclagem do Sinplast-RS e integrou a programação da 10ª Fiema, realizada entre 20 e 22 de maio no Parque de Eventos de Bento Gonçalves.

Notícias relacionadas