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Publicada em 14 de Maio de 2025 às 18:29

Portaria fortalece segurança energética para projeto de data center no RS

Subestação Nova Santa Rita será um dos pontos de conexão na rede elétrica

Subestação Nova Santa Rita será um dos pontos de conexão na rede elétrica

Divulgação Eletrobras
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Portaria recentemente publicada pelo Ministério de Minas e Energia (SNTEP/MME nº 2.942) possibilitará que o projeto Scala AI City, que prevê a implantação de um campus de data centers no município de Eldorado do Sul, conecte-se com as subestações de energia Guaíba 3 e Nova Santa Rita. Na prática, essa ação representa um importante avanço para o empreendimento e um diferencial entre outras iniciativas similares no País, pois sinaliza que uma das principais necessidades de complexos dessa natureza será atendida que, é a disponibilidade de energia.
Portaria recentemente publicada pelo Ministério de Minas e Energia (SNTEP/MME nº 2.942) possibilitará que o projeto Scala AI City, que prevê a implantação de um campus de data centers no município de Eldorado do Sul, conecte-se com as subestações de energia Guaíba 3 e Nova Santa Rita. Na prática, essa ação representa um importante avanço para o empreendimento e um diferencial entre outras iniciativas similares no País, pois sinaliza que uma das principais necessidades de complexos dessa natureza será atendida que, é a disponibilidade de energia.
“Energia não vai faltar, será mais fácil faltar em Porto Alegre do que no complexo”, comenta o sócio-diretor da Noale Energia e especialista no setor elétrico, Frederico Boschin. Quando totalmente concluída, a “cidade de data centers” que está sendo desenvolvida pela empresa Scala Data Centers representará uma demanda de cerca de 4,75 mil MW (mais que a demanda média de energia de todo o Rio Grande do Sul). A iniciativa, conforme a companhia, está sendo elaborada para atender às crescentes movimentações de processamento de dados e cargas de trabalho de inteligência artificial de grandes empresas globais.
Apesar da enorme necessidade de energia envolvida com a ideia, Boschin frisa que, se o insumo não vier de outras regiões pelo sistema interligado de transmissão brasileiro, projetos de usinas locais poderão satisfazer o consumo da estrutura. “O Rio Grande do Sul tem de 4 mil MW a 5 mil MW de geração eólica para serem colocados no sistema em curtíssimo espaço de tempo, no máximo em cinco anos”, assinala Boschin.
O Rio Grande do Sul, de acordo com o sócio-diretor da Noale, tem uma janela de oportunidades aberta para se tornar um polo de geração de energia limpa, para atender à demanda do setor de tecnologia. O diretor do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, acrescenta que a área onde será instalada a cidade dos data centers tem muita capacidade de transmissão de energia.
No entanto, ele adianta que, embora tenha sido dado um passo importante com a portaria publicada, ainda não há um parecer de conexão com a rede elétrica. “O Ministério de Minas e Energia dá uma sinalização, mas é óbvio que o Operador Nacional do Sistema (ONS) será soberano na questão do parecer de acesso”, assinala o dirigente.
No entanto, Sari recorda que o projeto em Eldorado do Sul é escalonado, ou seja, o crescimento do empreendimento pode ser conduzido paralelamente com o fortalecimento da infraestrutura de transmissão e opções de geração de energia. Essa característica, diz o representante do Sindienergia-RS, facilita que novas usinas sejam implementadas para atender ao futuro consumo de energia, além de mitigar os impactos ambientais do aumento da produção energética.
Inicialmente, a cidade dos data centers deve demandar cerca de 50 MW. Para essa etapa ser concluída, depois da obtenção do licenciamento ambiental e da autorização da conexão na rede elétrica, as obras de construção deverão levar de 12 a 18 meses. Já o tamanho de 4,75 mil MW deve ser atingido apenas depois de 10 a 20 anos. Na primeira fase é previsto um investimento de cerca de R$ 3 bilhões e posteriormente pode chegar até a R$ 500 bilhões.
Quanto à origem da energia que alimentará a sua unidade, a Scala Data Centers informa que será a partir de fontes renováveis. Sari considera que os data centers que adotarem gerações limpas para atenderem as suas demandas terão vantagens, especialmente, quanto à imagem no mercado. "Planejamento energético deixou de ser apenas uma questão operacional para se tornar um diferencial competitivo estratégico.
Nosso compromisso é com fontes 100% renováveis e certificadas", afirma o CEO e cofundador da Scala Data Centers, Marcos Peigo. Além de contar com fontes limpas de energia, o Rio Grande do Sul apresenta outro benefício para o desenvolvimento de data centers. O clima mais moderado exige menos eletricidade para o resfriamento desses complexos.

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