O custo produtivo no País deverá aumentar já no segundo semestre de 2025. O arrefecimento na economia está sendo projetado pelos analistas da área, ao apontarem a alta na taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano, anunciada na última quarta-feira (7), como a grande responsável.
O aumento de 0,5 ponto percentual, que deixa a Selic no maior patamar desde julho de 2006, deverá ter efeitos nos próximos meses. “No primeiro semestre já prevíamos que a atividade pujante que tivemos não iria se repetir no segundo”, destacou a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo.
A especialista também cita o equívoco no trato que o governo federal vem tendo com as contas públicas, com mais despesas do que arrecadação. “A política monetária e a política fiscal não andam juntas. Não há controle de gastos. As torneiras continuam abertas”, critica.
Pela forma em que foi feito o anúncio, segundo Patrícia, os juros deverão se manter até o final do ano. "O comunicado disse antecipadamente o que vai fazer. Vamos conviver com esses patamares até o final do ano. A discussão será se aumentará ou não", observou a economista, ao destacar estratégias
do governo federal diante de uma baixa popularidade.
do governo federal diante de uma baixa popularidade.
O comércio será diretamente atingido, uma vez que, com o aumento de juros, os custos de atividades produtivas também aumento, fazendo com que poucos projetos se justifiquem. Obter crédito ficará mais difícil pelos custos e, também, pela seleção, que será ainda mais rigorosa. A atividade econômica vai perder força", aponta Patrícia.
Em relação à política norte-americana, a previsão é de que, embora o chamado tarifaço de Donald Trump possa ter efeito desinflacionário, também aumentará a oferta de produtos em outros países, o que irá provocar a redução de preços.
Na avaliação do economista e professor da Escola de Negócios da Pucrs, Gustavo Inácio de Moraes, a tendência é de queda no preço dos alimentos, a partir da entrada da safra agrícola. Já o serviços sofrerão com a pressão inflacionária. “Fortes efeitos já estão sinalizando uma desaceleração na economia. O Brasil terá um crescimento neste ano de, no máximo 2%. Há quem fale em, no máximo, 1,4%”, observa.
Moraes lembra que o mercado de trabalho, nestes processos de alta de juros, é o último indicador que reage. No primeiro trimestre de 2026,provavelmente, aumentará o índice de desemprego. “Por outro lado, quem permanecer terá uma melhora nos salários. Aumenta o desemprego, mas aumenta a média salarial”, prevê.
Na avaliação do economista e professor da Escola de Negócios da Pucrs, Gustavo Inácio de Moraes, a tendência é de queda no preço dos alimentos, a partir da entrada da safra agrícola. Já o serviços sofrerão com a pressão inflacionária. “Fortes efeitos já estão sinalizando uma desaceleração na economia. O Brasil terá um crescimento neste ano de, no máximo 2%. Há quem fale em, no máximo, 1,4%”, observa.
Moraes lembra que o mercado de trabalho, nestes processos de alta de juros, é o último indicador que reage. No primeiro trimestre de 2026,provavelmente, aumentará o índice de desemprego. “Por outro lado, quem permanecer terá uma melhora nos salários. Aumenta o desemprego, mas aumenta a média salarial”, prevê.
O aumento de juros já havia sido projetados pela Federação das Indústrias do RS (Fiergs) no final do ano de 2024, em função dos anúncios do Banco Central, o que fez o mercado ficar preparado. E, de acordo com a entidade, é grande a probabilidade de manutenção durante 2025. “Esse nível de juros vai afetar a inflação lá na frente. O comunicado prescreve uma política monetária muito contracionista por um período prolongada”, avalia o economista-chefe da Federação, Giovani Baggio, ponderando que “a dose não foi tão amarga quanto o mercado espera, uma vez que havia projeções de até 15,5% ou 16%.
De acordo com Baggio, o impacto no crédito, no câmbio e em outras variáveis irão ter consequências na inflação. O crédito ficará mais restrito, tanto para empresas quanto para consumidores, fazendo com que a atividade econômica ande de forma mais lenta. “A taxa de juros mais alta faz com que o país atraia dólares de investidores e faz com que o câmbio fique mais valorizado aqui dentro, o que impacta no que compramos de fora, no preço das nossas importações, e acaba impactando na inflação, mas leva
alguns meses ou até um semestre para começar a fazer efeito.
Baggio ressalta que os juros não são a causa, mas uma consequência de um de uma política fiscal desajustada. O gasto excessivo do governo faz com que haja maior circulação de recursos, o que ajuda a pressionar os preços. “O juro é uma consequência que faz com que faz a atividade produtiva seja penalizada”, diz. Ele cita a sondagem industrial, realizada pela Fiergs, em que os empresários apontaram, entre os principais problemas no primeiro trimestre de 2025, o nível elevado de juros.
De acordo com Baggio, o impacto no crédito, no câmbio e em outras variáveis irão ter consequências na inflação. O crédito ficará mais restrito, tanto para empresas quanto para consumidores, fazendo com que a atividade econômica ande de forma mais lenta. “A taxa de juros mais alta faz com que o país atraia dólares de investidores e faz com que o câmbio fique mais valorizado aqui dentro, o que impacta no que compramos de fora, no preço das nossas importações, e acaba impactando na inflação, mas leva
alguns meses ou até um semestre para começar a fazer efeito.
Baggio ressalta que os juros não são a causa, mas uma consequência de um de uma política fiscal desajustada. O gasto excessivo do governo faz com que haja maior circulação de recursos, o que ajuda a pressionar os preços. “O juro é uma consequência que faz com que faz a atividade produtiva seja penalizada”, diz. Ele cita a sondagem industrial, realizada pela Fiergs, em que os empresários apontaram, entre os principais problemas no primeiro trimestre de 2025, o nível elevado de juros.
"Dentro dessa mesma pesquisa, vimos que as condições de acesso ao crédito, que é muito importante para desenvolvimento da atividade, as condições pioraram na passagem do quarto trimestre do ano passado para o primeiro de 2025. É um patamar de dificuldades que não víamos desde 2020.” Para o economista haverá enfraquecimento da atividade. “Na verdade, é o que o que o Banco Central espera que aconteça. Esse arrefecimento é que vai fazer a inflação voltar para um nível mais comportado. Infelizmente, é um remédio amargo com que teremos que conviver. O importante seria a gente atacar a causa do problema, olhar melhor para nossas contas públicas, não ficar com um déficit, com uma dívida elevada”, avalia