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Publicada em 06 de Maio de 2025 às 11:27

Começa a primeira etapa da reunião do Copom, de análise de conjuntura

nstituições financeiras esperam uma elevação de 0,5 ponto percentual nos juros

nstituições financeiras esperam uma elevação de 0,5 ponto percentual nos juros

PEDRO LADEIRA/AFP/JC
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Agências
A primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) começou nesta terça-feira (6). Nesta fase, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e oito diretores assistem a apresentações técnicas do corpo funcional da autarquia sobre a economia, para embasar a definição da taxa Selic. A decisão será divulgada na quarta-feira (7), a partir de 18h30min. Das 59 instituições financeiras ouvidas pelo Projeções Broadcast, 56 esperam uma elevação de 0,5 ponto percentual nos juros, de 14,25% para 14,75%. A mediana do relatório Focus aponta na mesma direção. Na última reunião, do dia 19 de março, o Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual e indicou que o próximo movimento também seria de alta, mas de menor magnitude.
A primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) começou nesta terça-feira (6). Nesta fase, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e oito diretores assistem a apresentações técnicas do corpo funcional da autarquia sobre a economia, para embasar a definição da taxa Selic. A decisão será divulgada na quarta-feira (7), a partir de 18h30min. Das 59 instituições financeiras ouvidas pelo Projeções Broadcast, 56 esperam uma elevação de 0,5 ponto percentual nos juros, de 14,25% para 14,75%. A mediana do relatório Focus aponta na mesma direção. Na última reunião, do dia 19 de março, o Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual e indicou que o próximo movimento também seria de alta, mas de menor magnitude.
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Independentemente da magnitude, qualquer elevação vai levar a Selic ao maior nível desde maio de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75%. Nessa época, os juros estavam em queda depois de terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21. As atenções do mercado estão voltadas para a comunicação da autarquia.
A opinião prevalecente é de que o Copom não deve renovar o seu forward guidance, em vigor desde dezembro. A escalada da incerteza externa desde 2 de abril, quando os Estados Unidos anunciaram um conjunto de tarifas sobre importações, tornou o valor esperado de uma sinalização negativo. "Dado o cenário externo altamente incerto, esperamos que o Copom não feche a porta para um aumento residual e menor em junho, mas que se abstenha de oferecer um guidance específico para a reunião de junho (inclusive não afirmando que o ciclo de aumento acabou)", diz o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.
Galípolo e diretores do Banco Central vêm chamando atenção para esse quadro desde o fim de abril. Na terça-feira passada (29), o presidente da autarquia afirmou que a incerteza demanda cautela e flexibilidade por parte do Copom. No dia 24, o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti, já havia afirmado que tanto o orçamento total de alta dos juros, quanto a extensão do ciclo estão em aberto. A maioria dos analistas de mercado avalia que o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos tende a produzir efeitos desinflacionários para o Brasil - via quedas do dólar e dos preços de commodities, e pela expectativa de redirecionamento das exportações da China ao restante do mundo. Há dúvidas, no entanto, sobre se o Copom vai ajustar o seu balanço de riscos para a inflação, mantido assimétrico nas últimas reuniões.
A opinião majoritária no mercado é que a baixa do dólar e das commodities vista desde o último Copom já deve levar a uma queda de 0,1 a 0,2 ponto porcentual nas projeções do comitê para o IPCA de 2025 e 2026, que estavam em 5,1% e 3,7%, respectivamente. A partir desta reunião, o horizonte relevante da política monetária passa a ser o quarto trimestre do ano que vem.

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