Porto Alegre, dom, 13/04/25

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Publicada em 22 de Janeiro de 2025 às 17:27

Pesquisas indicam alta variação de preços na lista de materiais escolares de 2025

Especialistas recomendam às famílias que façam uma pesquisa de valores entre lojas para o melhor aproveitamento das finanças

Especialistas recomendam às famílias que façam uma pesquisa de valores entre lojas para o melhor aproveitamento das finanças

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Nico Costamilan
Nico Costamilan Repórter
Quem precisa adquirir novos materiais escolares para o início do ano letivo pode se surpreender com os valores. Uma pesquisa do Sindilojas Porto Alegre indica que o preço médio por cliente está em R$ 203, mesmo do ano passado, porém, a variação de valores está maior entre os estabelecimentos gaúchos.
Quem precisa adquirir novos materiais escolares para o início do ano letivo pode se surpreender com os valores. Uma pesquisa do Sindilojas Porto Alegre indica que o preço médio por cliente está em R$ 203, mesmo do ano passado, porém, a variação de valores está maior entre os estabelecimentos gaúchos.
No estudo, 33,9% dos entrevistados observaram aumento nos preços. Os materiais citados como mais inflacionados são as mochilas (com 11% de reajuste), cadernos (12%) e canetas (11%), que também são os materiais mais vendidos. O presidente do Sindilojas, Arcione Paiva, relaciona o aumento nos preços de itens da lista básica de materiais escolares à uma recuperação normal da inflação, e ainda com influências da pandemia. “Esse ano a expectativa dos lojistas é de aumento nas vendas, mas nada muito fora da curva. O ticket médio vai ficar muito semelhante à 2024, e não deve subir muito”, acrescenta Paiva.
Entre as formas de pagamento, o parcelamento em cartão de crédito se destaca com 78% da preferência dos consumidores, seguida pela compra à vista no débito (11,9%) e à vista pelo Pix (5,1%).
Já um levantamento realizado pelo Procon Porto Alegre aponta alta variação de valores nos itens básicos mais solicitados pelas escolas. O estudo indica o pacote com 500 folhas de papel ofício A4 como o item mais caro, que pode ser encontrado entre R$ 24,49 e R$ 29,98, com uma diferença de 22%. Já o caderno de 10 matérias com 200 folhas é encontrado com preços que alteram de R$ 10,97 a R$ 17,98, variação de 64%.
Entre os itens mais baratos, as variações são ainda maiores. O lápis preto, que custa entre R$ 0,19 e R$ 0,45, apresenta variação de 137%. Apontadores estão à venda entre R$ 0,17 e R$ 1,79, com uma variação de 953%, enquanto as borrachas variam entre R$ 0,17 e R$ 2,49, apresentando diferença de 1.365% entre a opção mais barata e a mais cara.
O Movimento Edy de Defesa do Consumidor alerta variação de até 457,04% em sua última pesquisa de preços. A sondagem divulgada no dia 13 de janeiro destacou grande alteração entre diversos produtos nas lojas analisadas. Entre os itens de maior variação estão:
  • Cola branca - 457,04%
  • Esquadro - 404%
  • Massinha de modelar - 168,81%
  • Caderno de 160 folhas - 167,11%
  • Caderno de 10 matérias - 158,76%
  • Agenda 2025 - 109,24%
  • Caixa de giz de cera - 96,06%
  • Bloco de desenho - 94,82%
  • Mochila básica - 91,40%
  • Caderno de desenho - 58,89%

Recomendações para as compras

O presidente do Movimento Edy de Defesa do Consumidor, Claudio Ferreira, destaca o impacto das compras de material escolar no orçamento familiar, e a necessidade de uma pesquisa cuidadosa para o melhor aproveitamento das finanças dos pais e responsáveis. “O consumidor, em função até da pandemia e da enchente, já vem com o seu orçamento pressionado. O endividamento das famílias do RS tem crescido muito, e nos preocupa a questão do superendividamento. Se o consumidor sai a comprar material escolar sem pesquisar, pode impactar muito negativamente o seu orçamento", considera.

Ele explica que a pesquisa presencial é muitas vezes inviável aos consumidores, que podem utilizar alternativas como consultas online, e cita o Aplicativo Menor Preço, disponível no site do governo do Estado. Quanto às promoções, Ferreira sugere atentar à validade dos materiais, guardar a nota fiscal em caso de precificação abusiva ou defeitos, e reaproveitar materiais de anos anteriores.

O presidente do Sindilojas, Arcione Paiva, recomenda também a pesquisa para o planejamento da compra, feita preferencialmente em mais de uma loja – e se não for possível, buscar descontos. “Nós sempre recomendamos aos pais e consumidores a fazerem algum tipo de pesquisa, ir em mais de uma loja. Acaba tendo um custo total menor, isso ajuda. E também, para quem concentra as compras em uma loja só, negociar desconto, prazo para pagamento. Tem essa vantagem, quanto maior o ticket de compra, mais tem a possibilidade de negociar descontos”, explica Paiva.

Movimento nas lojas ainda está baixo

O levantamento do Sindilojas também indica que, para 69,5% dos lojistas, a procura ainda está baixa. O presidente da entidade explica que o movimento de vendas costuma ser maior duas semanas antes do início das aulas
“Assim se tem mais tempo de buscar melhores preços nos materiais escolares. Estes itens são fundamentais para os estudantes e cremos que as vendas vão crescer nos próximos dias”, comenta Paiva. Neste ano, a volta às aulas em escolas estaduais, municipais e particulares ocorre entre os dias 10 e 17 de fevereiro.

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