Porto Alegre, sáb, 05/04/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 18 de Janeiro de 2025 às 14:03

Feiras Ecológicas de Porto Alegre têm bom público neste sábado

Agricultores se surpreenderam com o bom movimento na feira em pleno janeiro

Agricultores se surpreenderam com o bom movimento na feira em pleno janeiro

EVANDRO OLIVEIRA/JC
Compartilhe:
Osni Machado
Osni Machado Colunista
A Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) e Ecológica do Bom Fim, montadas respectivamente nas quadras 1 e 2 da avenida José Bonifácio, ao lado do Parque da Redenção, receberam um bom público na manhã deste sábado (18), de clima muito abafado, porém, sem a presença do sol. Em geral, a grande lamentação dos produtores de orgânicos é em relação ao clima, que alterna entre dias com muita incidência de luz solar e período com fortes chuvas, prejudiciais, principalmente, para as leguminosas. O produtor de Eldorado do Sul, José Mariano Matias, destacou a sua preocupação com o clima. “O sol é muito forte neste período, prejudicando particularmente couve, pepino e demais folhosas. Nas próximas semanas o sol forte deve complicar ainda mais”, cita. Matias diz que as sementes plantadas acabam não germinando devido à exposição prolongada ao sol e ao calor. Ele explica que é necessário fazer cobertura de palha. “É tão quente que chega a queimar os pés”, salienta.Em relação à comercialização dos produtos ecológicos na feira deste sábado, Matias disse estar surpreso pelo movimento do público neste período de verão. Segundo ele, muito diferente se comparado com o ano passado. Matias trabalha há mais de 30 anos com agricultura orgânica e biodinâmica.
A Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) e Ecológica do Bom Fim, montadas respectivamente nas quadras 1 e 2 da avenida José Bonifácio, ao lado do Parque da Redenção, receberam um bom público na manhã deste sábado (18), de clima muito abafado, porém, sem a presença do sol. Em geral, a grande lamentação dos produtores de orgânicos é em relação ao clima, que alterna entre dias com muita incidência de luz solar e período com fortes chuvas, prejudiciais, principalmente, para as leguminosas.

O produtor de Eldorado do Sul, José Mariano Matias, destacou a sua preocupação com o clima. “O sol é muito forte neste período, prejudicando particularmente couve, pepino e demais folhosas. Nas próximas semanas o sol forte deve complicar ainda mais”, cita. Matias diz que as sementes plantadas acabam não germinando devido à exposição prolongada ao sol e ao calor. Ele explica que é necessário fazer cobertura de palha. “É tão quente que chega a queimar os pés”, salienta.

Em relação à comercialização dos produtos ecológicos na feira deste sábado, Matias disse estar surpreso pelo movimento do público neste período de verão. Segundo ele, muito diferente se comparado com o ano passado. Matias trabalha há mais de 30 anos com agricultura orgânica e biodinâmica.
Apesar do clima abafado, muitas pessoas passaram pela Feira Ecológica da Redenção neste sábado (18) | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Apesar do clima abafado, muitas pessoas passaram pela Feira Ecológica da Redenção neste sábado (18) EVANDRO OLIVEIRA/JC


Vilson Luiz Stefanowski, que produz hortaliças, batata e aipim, em propriedade no município de Cerro Grande do Sul, também reclama do clima. “Está bastante seco, nós precisamos irrigar constantemente a propriedade neste período. As condições do tempo mudaram em relação aos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado, quando estava favorável para a produção”, explicou.

Ele citou que a onda de calor está muito forte, mas apesar do quadro, ele ainda não registrou perdas em sua propriedade. O clima, segundo ele, também está afetando a plantação de milho, batata doce e tomate. Em relação a comercialização de seus produtos na feira deste sábado, o agricultor destacou que está muito boa. “A presença do público está surpreendendo, principalmente, porque estamos na terceira semana do mês de janeiro, plena temporada de férias”, reforçou.

Temperatura elevada e períodos com chuva prejudicam as culturas

Para Valdirene Steffen, que produz frutas como goiaba, bananas e hortaliças no município de Morrinhos do Sul, localizado no Litoral Norte, disse que atualmente o clima está mais favorável, mas ao longo do ano passado, o excesso de chuva foi bastante prejudicial para o desenvolvimento das hortaliças. Valdirene relatou que a umidade fez aumentar a presença de pragas, como caracóis, lesmas e lagartas.

Ela destacou também que está ocorrendo uma diminuição na floração das frutíferas, em particular, nas goiabeiras. “Com a safra da goiaba, nós já começamos a perceber o problema, nem todas as flores foram polinizadas, uma vez que a variação climática afetou a presença de insetos polinizadores na propriedade”, detalhou.

“O que me preocupa é que estamos entrando no período do fenômeno climático La Niña. Para a nossa região, o ano é menos chuvoso, mas, por outro lado, apresenta mais vento, sendo ruim para produção de fruta, banana e para as folhosas também”, explicou Valdirene.
Agricultores apontam chuvas e calor intenso como desafios atuais na produção | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Agricultores apontam chuvas e calor intenso como desafios atuais na produção EVANDRO OLIVEIRA/JC


O produtor Olimar Pontel, do município de Antônio Prado, localizado na Serra Gaúcha, lida principalmente com culturas como uva e tomate em sua propriedade. Para ele, até o momento, o clima está favorável. “O que irá definir a safra é agora no período da colheita da uva, caso chova, será muito prejudicial”, explicou.

Para o agricultor familiar e ecologista, Carlos Scapinelli, do município de Ipê, considerada a capital nacional da agricultura ecológica, a comercialização dos produtos na feira está muito boa. “Nós temos uma demanda bastante forte de produtos. Há uma preferência pelos nossos produtos (orgânicos), sendo que as pessoas estão aderindo cada vez mais a feira. Ele disse que há uma pequena escassez de chuva no momento, mas, como ele produz verduras, em que o plantio é constante, basta fazer a irrigação no momento certo. Scapinelli citou que não há presença de pragas em sua propriedade, lembrando que na prática da agricultura ecológica, existe um equilíbrio, benéfico para as plantas.

Para o produtor do município de Bom Princípio, Luiz Alberto Schmidt, que tem como cultura principal o moranguinho, a comercialização na feira é baixa no período de férias. Ele destacou que na cooperativa também são plantados vários tipos de hortaliças, e a variação do clima nos últimos dias não chegou a afetar a produção na propriedade. “Após uns dias com bastante chuva, agora deu uma pequena estiagem, mas já voltou a normalidade”, acrescentou.

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários