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Publicada em 02 de Janeiro de 2025 às 14:28

PIB do RS recua 0,3% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre de 2024

No Brasil, nas mesmas bases de comparação, o PIB registrou avanço de 0,9% e 4,0%, respectivamente

No Brasil, nas mesmas bases de comparação, o PIB registrou avanço de 0,9% e 4,0%, respectivamente

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou um recuo de 0,3% no terceiro trimestre de 2024, quando comparado com o segundo trimestre. Os números da economia gaúcha apontam ainda que, em relação ao mesmo período de 2023, a alta foi de 4,1%. No Brasil, o PIB registrou avanço de 0,9% e 4,0% nos mesmos períodos, respectivamente. A atividade econômica que mais apresentou queda no Rio Grande do Sul, durante o terceiro trimestre, foi a agropecuária, com um recuo de 30,6% em relação ao segundo trimestre, enquanto a indústria cresceu 1,1% e os serviços registraram avanço de 2,3%.No acumulado de janeiro a setembro, por outro lado, o PIB gaúcho cresceu 5,2%. Já o PIB nacional, no mesmo período, avançou 3,3%. Ao analisar a economia gaúcha nos últimos quatro trimestres, o crescimento foi de 3,7%, acima do número nacional, que alcançou 3,1%.Apesar do recuo no terceiro trimestre, a queda é menor do que se esperaria pelos impactos das cheias de maio. Isso se explica, em parte, por conta dos auxílios governamentais e pela retomada de investimentos de muitas empresas que foram atingidas pelo evento climático. "A gente tem uma recuperação da indústria e dos serviços, que cresceram acima dos números do Brasil", explicou o pesquisador em Economia do DEE, Martinho Lazzari.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou um recuo de 0,3% no terceiro trimestre de 2024, quando comparado com o segundo trimestre. Os números da economia gaúcha apontam ainda que, em relação ao mesmo período de 2023, a alta foi de 4,1%. No Brasil, o PIB registrou avanço de 0,9% e 4,0% nos mesmos períodos, respectivamente. A atividade econômica que mais apresentou queda no Rio Grande do Sul, durante o terceiro trimestre, foi a agropecuária, com um recuo de 30,6% em relação ao segundo trimestre, enquanto a indústria cresceu 1,1% e os serviços registraram avanço de 2,3%.

No acumulado de janeiro a setembro, por outro lado, o PIB gaúcho cresceu 5,2%. Já o PIB nacional, no mesmo período, avançou 3,3%. Ao analisar a economia gaúcha nos últimos quatro trimestres, o crescimento foi de 3,7%, acima do número nacional, que alcançou 3,1%.

Apesar do recuo no terceiro trimestre, a queda é menor do que se esperaria pelos impactos das cheias de maio. Isso se explica, em parte, por conta dos auxílios governamentais e pela retomada de investimentos de muitas empresas que foram atingidas pelo evento climático. "A gente tem uma recuperação da indústria e dos serviços, que cresceram acima dos números do Brasil", explicou o pesquisador em Economia do DEE, Martinho Lazzari.
Os impactos das enchentes, no entanto, são e poderão ser sentidos ainda nos próximos resultados do PIB. "Nós poderíamos crescer quase 6% sem as enchentes, então há impacto. O PIB deve ser menor do que seria se não tivesse enchente, mas a redução poderia ser muito maior do que foi", ressaltou o diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag-RS), Pedro Zuanazzi, afirmando que o PIB gaúcho pode fechar em torno de 4,7% o quarto trimestre e pontuando que os auxílios fomentam atividades econômicas de reconstrução que contribuem para o cálculo do PIB, mas que as chuvas deixaram danos nos patrimônios, o que pode gerar dívidas. "Quando um cidadão perde a sua casa, se ele ganha o auxílio do governo e reconstrói, para o PIB, que é fluxo, é bom, mas, quando pensamos em riqueza, houve prejuízo, pode haver endividamento", considerou.

Lazzari acrescentou que, no próximo ano, por outro lado, os ganhos relativos ao consumo gerado pela necessidade de reconstrução devem dar lugar aos investimentos, especialmente em obras contra as cheias. "Em 2024, as pessoas usaram seus recursos e as transferências governamentais para comprar produtos de primeira necessidade, para recompor suas vidas. Houve aumento dos números na indústria de móveis, no comércio, no setor de supermercados, em função do aumento do consumo. Em 2025, é uma redução desse consumo que será substituído por novas obras de infraestrutura", pontuou.

Os especialistas explicaram ainda que a queda da agropecuária é esperada durante o terceiro trimestre e que a atividade não repercute com tanta força nesse período do ano, diferentemente do que acontece nos dois primeiros trimestres. "Em 2022 e 2023, tivemos estiagem, então a produção era inferior. A safra veio com maior força em 2024, principalmente no primeiro trimestre. Em anos de recuperação de safra, é o que acontece. Por isso, teve a alta no início do ano. No terceiro trimestre, é normal ter essa queda", disse Lazzari. A previsão para o quarto trimestre também é boa, com a expectativa do trigo.

Na indústria, a alta do terceiro trimestre foi alavancada pelo desempenho da indústria de transformação, a com maior participação no segmento, que cresceu 2%. As atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-10,3%) e construção (-0,4%) recuaram no período.

Nos serviços, o comércio registrou alta de 3,9%, assim como os serviços de informação (2,6%) e o setor de transportes, armazenagem e correio (2,3%), que foram as atividades que apresentaram as maiores altas no período.

PIB cresce, mas indústria registra queda de um ano para o outro

Apesar de, na comparação dos números do terceiro trimestre de 2024 com os de 2023, o PIB do RS ter crescido 4,1%, com alta nos números da agropecuária (+7,9%) e dos serviços (+4,2%), a indústria teve recuo (-1,3%).
A queda na atividade industrial se justifica pelos números da indústria de transformação (segmento do setor industrial responsável por transformar matérias-primas em produtos acabados ou semielaborados), que teve baixa de 2,8% no período. No setor, as maiores influências para a queda vieram das atividades de máquinas e equipamentos (-16,4%), bebidas (-11,4%) e celulose, papel e produtos de papel (-6,9%). Por outro lado, os avanços mais relevantes foram registrados em móveis (+14,9%), metalurgia (+37,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (+5,3%).
Nos serviços, as sete atividades pesquisadas registraram alta, com destaque para comércio (+8,2%), outros serviços (+5,2%) e serviços da informação (+5,1%). No segmento do comércio, os avanços mais significativos ocorreram nas atividades de comércio de veículos (+21,5%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+9,3%) e material de construção (+18,5%).
Os resultados do PIB do RS relativos ao período entre julho e setembro foram divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
 
 
Confira as taxas de crescimento do PIB do Rio Grande do Sul e do Brasil:
 
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal)
RS: -0,3
Brasil: 0,9
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior
RS: 4,1
Brasil: 4,0
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior
RS: 5,2
Brasil: 3,3
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores
RS: 3,7
Brasil: 3,1

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